Desenvolvido pela doinksoft e publicado pela Devolver Digital, Gato Roboto é um game que não faz nenhuma questão de esconder suas inspirações nos capítulos clássicos de Metroid. Isso se traduz tanto em sua jogabilidade, que é marcada por uma mistura de exploração e combate, quanto pelo seu visual em preto e branco, que emula a geração 8 bits.

O resultado dessa proposta, que poderia ter ficado somente em um “Metroidvania genérico” surpreende positivamente. Ao apostar na simplicidade de objetivos e em um design compacto, a aventura garante um ritmo de evolução constante, no qual o jogador sempre encontra um objetivo ou recompensa novo, mesmo em sessões curtas de jogo.

Gato Roboto conta a história de um cientista que, acompanhado de seu gato, cai em um planeta estranho habitado por criaturas alienígenas. Acontece que o humano fica preso na nave, cabendo ao felino explorar o local e descobrir o que está acontecendo por lá — algo que é revelado aos poucos por registros deixados pelos habitantes locais.

A história tem elementos secundários, o que não é algo negativo: a ação tem um ritmo rápido e sempre está guiando você rumo a um novo objetivo. Cada parte do planeta está sofrendo com um problema específico e cabe ao jogador resolvê-los para prosseguir, algo que geralmente está relacionado a um novo upgrade para a armadura que você consegue logo no começo do jogo.

Experiência direta

Embora imite muitos elementos vistos em Metroid, como a possibilidade de soltar mísseis ou o pulo que deixa você temporariamente imune a ataques, Gato Roboto simplifica ainda mais os conceitos de suas inspirações. Os mísseis, por exemplo, não têm munição limitada, mas são restritos por uma pequena barra de resfriamento que surge no canto da tela.

O resultado disso é um game que pode pecar um pouco pela falta de complexidade em alguns momentos, mas compensa isso ao não complicar a vida do jogador. Todas as habilidades que você consegue são usadas constantemente e podem ser acessadas de forma simples, evitando os momentos em que você pensa que uma delas existe somente como “gimmick” — inclusive, há dois poderes que podem ser totalmente ignorados, seja por vontade ou por se esquecer que eles existem, algo que o jogo só avisa uma única vez.

Essa postura mais direta se reflete em uma aventura que não dura mais tempo do que deveria e que pode ser terminada com facilidade em aproximadamente 3 horas da primeira vez — ou um pouco mais, caso você queria fazer 100%. Isso permite finalizar o jogo várias vezes com certa facilidade, algo que provavelmente vai ser necessário para desbloquear todas as suas conquistas — uma das mais desafiantes exige terminar em menos de 1 hora.

Essa curta duração não é frustrante, visto que, mesmo tendo uma complexidade relativamente baixa para um game do estilo Metrodvania, Gato Roboto ainda assim consegue oferecer bem a mistura de exploração e combate que tornam o gênero tão atraentes. O único ajuste que eu faria seria trazer uma quantidade um tanto maior de inimigos, que ficam rapidamente repetitivos e, em sua maior parte, podem ser vencidos sem grandes desafios.