Um jogo belo e funcional com várias novidades mal aproveitadas.
No mês passado você conferiu aqui no Baixaki Jogos uma última prévia sobre Fracture, para a qual nós testamos a demonstração jogável disponibilizada para o grande público. De fato, as coisas foram muito bem, já que a pequena fatia de jogo oferecida trazia belos gráficos aliados uma jogabilidade interessante e alguns puzzles que, embora fossem um tanto simples, acrescentavam um “quê” diferente ao andamento do jogo.
Bem, caso alguém ainda não imaginasse, a demonstração é na realidade o início do jogo; trata-se do ponto onde a ofensiva da Atlantic Alliance contra o levante dos Pacificans tem o seu início. O tutorial também serviu para mostrar como poderiam ser utilizadas as várias armas de alteração de terreno disponíveis no jogo.
Entretanto, após jogar a versão completa de Fracture, fica-se com a ligeira impressão de que as coisas são um pouco menos dinâmicas e úteis do que foi pintado na demonstração. Basicamente: as poderosas armas de alteração de terreno acabam não sendo tão úteis como poderiam, e os puzzles que se encontra em boa parte do jogo, francamente, parecem tentar descaradamente insultar a inteligência do jogador. Isso ou, simplesmente, não são divertidos e acabam sendo por demais repetitivos.
Mas não entenda mal: Fracture não é de forma alguma um jogo ruim. Talvez se trate mais de uma idéia criativa que não foi aproveitada integralmente. Além disso, alguns belos visuais, efeitos e sons transmitem um ambiente bastante imersivo e tremendamente adequado para um jogo de tiro. Confira como as coisas ficaram.
Jet Brody: o messias da tecnologia cibernética
Enquanto alguns jogos futuristas pintam um mundo cheio de novas tecnologias, possibilidades e — por que não? — a chegada de uma nova era de paz, outros levam a vilania humana a um extremo apocalíptico, com hordas de inimigos genuinamente “maus” portando armas oníricas de destruição em massa. Bem, não é preciso ser muito brilhante para perceber que Fracture cai em cheio no segundo grupo.
A urgente necessidade de lidar com as bruscas mudanças climáticas no século 22 dividiu a humanidade em dois grupos distintos, com tecnologias distintas e, o que é pior, ideologias distintas. De um ficaram os Pacificans, que consideram a si mesmos como uma espécie de Prometeu moderno, levando as maravilhas da engenharia genética ao encontro de uma humanidade condenada à extinção.
De outro lado, fica a Atlantic Alliance, que abominam completamente qualquer manipulação do genoma humano, preferindo muito mais as melhorias dos implantes cibernéticos. Bem, independentemente de qualquer consideração ética, você é colocado dentro das modernas botas de Jet Brody, um membro da Atlantic Alliance encarregado de caçar o general responsável pelo levante.
Hora de fazer algum estrago
Como já se poderia imaginar, o General não se rende tão facilmente, e isso vai conduzi-lo a aproximadamente oito horas de jogos com vários pontos altos mas também com uma boa dose de monotonia. Basicamente, você pode alterar os terrenos de diversas formas, mas apenas algumas poucas será realmente eficiente contra as incontáveis ondas de inimigos genéricos que se atiram contra o personagem.
Basicamente, todos os elementos que fazem um bom jogo de tiro estão presentes em Fracture. Você vai coletar toda sorte de armas comuns, como metralhadoras, lançadores de granada e rifles de precisão. Você também vai ficar em apuros várias vezes tentando encontrar uma cobertura. E, finalmente, vem o que realmente confere um ar de novidade a Fracture: as granadas de alteração de terreno.
De fato, tanto a utilização das granadas quanto a alteração que elas provocam são bastante convincentes. A “subsonic granade”, que causa uma explosão seguida de uma cratera, realmente produz um efeito novo em jogos de tiro.
E a “spike granade”, bem, quem foi que já imaginou uma granada capaz de fazer brotar uma coluna do chão? Quer dizer, os elementos foram bem colocados: são várias formas de alteração, todas elas provocando resultados distintos no solo e sempre acompanhados de efeitos visuais bem de acordo.
O único “porém” vai para o fato de que, na hora da batalha, do “vamos ver”, a única coisa que você vai realmente utilizar constantemente será a arma básica que levanta e desce uma porção limitada de terreno. E isso será quase sempre com o único propósito de conseguir um pouco de cobertura. As demais possibilidades do jogo são distribuídas entre alguns puzzles sem muita... substância. A maioria dos puzzles chega ao cúmulo de apontar o local do terreno que necessita da sua criatividade!
Mesmo as granadas de destruição acabam não sendo muito eficientes contra os inimigos. Você vai se ver de repente tentando acabar com um inimigo utilizando um estoque um tanto inútil de granadas extravagantes para, por fim, acabar com tudo se valendo da boa e velha metralhadora.
Entretanto, existe um ponto alto onde a utilização das armas criativas-embora-um-tanto-sem-objetivo de Fracture acaba sendo interessante. Trata-se dos vários objetivos paralelos que envolvem recuperar pequenos chips com dados. Nestes momentos, realmente será necessário um pouco de “brainstorm” para tentar chegar a alguns locais de difícil acesso.
Certos chips vão até mesmo demandar uma utilização combinada das várias armas do jogo. Enfim, bem divertido. É uma pena que esse clima não tenha se estendido por todo o jogo.
I.A. (Ignorância Artificial)
Bem, justiça seja feita. Os inimigos de Fracture não são os imbecis completos que se encontrava nos jogos de tiro mais antigos (e mesmo em alguns mais novos...). Entretanto, também não são, nem de longe, brilhantes. Pode acontecer, por exemplo, de você ficar cara-a-cara com um inimigo e ele terrivelmente... não fazer absolutamente nada.
Isso para em um momento seguinte ele ficar esperando indefinidamente, aninhado, que você desça de uma plataforma para poder atirar, sendo que seria tremendamente mais fácil simplesmente tomar uma distância. Algumas cenas acabam sendo mesmo quase “cartunescas”.
Entretanto, é aquela coisa: o que falta em inteligência, sem dúvida sobra em quantidade. Quer dizer, embora os seus inimigos não sejam particularmente brilhantes, eles brotam de praticamente todo o lugar e a todo o momento. Jogando no modo casual isso de fato não chega a ser um incomodo. Nos níveis mais difíceis entretanto...
Uma hecatombe em cores vivas
Não obstante alguns puzzles sem inspiração e a inteligência pré-escolar de muitos dos seus adversários, Fracture é realmente um belo jogo. São vários ambientes muito bem criados e cada qual com um visual próprio, sem dar aquela impressão de coisa genérica. O jogo de cores dos cenários também agrada a vista e provavelmente não serão muitos os momentos em que você vai encontrar quebras de gráficos, e, na maior parte do tempo, a taxa de atualização (frame rate) é bem estável.
Os sons também não deixam a desejar, embora também não sejam propriamente originais. Basicamente, é o tipo de som que você espera ouvir em um jogo de tiro futurístico, com algumas explosões realmente dignas de nota.
E, bem, tem o multiplayer
Os modos multiplayer de Fracture não tem nada de errado. O problema é que eles também não inovam. Quer dizer, coisas como “team deathmatch” e “capture the flag” são legais e aqui também funcionam bem. Mas isso já foi visto em inúmeros jogos anteriores, não?
Entretanto, vale dar uma olhada em “Excavation”. Trata-se de um típico jogo de “gato e rato” que sem dúvida traz alguma originalidade. Basicamente, cada equipe deve ostentar um terreno conquistado levantando uma coluna de terra para demarcar o terreno. Obviamente, a outra deve derrubar esse pilar. Entretanto, deverá fazê-lo cuidando para que a equipe rival não destrua o seu pilar. Enfim, simples e divertido.
Enfim, Fracture não é um jogo ruim. É um título bonito, com boa movimentação, as boas armas usuais e uma boa dose de idéias originais que poderiam ter sido melhor aproveitadas. Assim sendo, caso você tenha em mente que não terá em mãos algo realmente revolucionário, mas simplesmente um jogo de tiro bonito provido de alguns adereços interessantes, talvez valha mesmo a pena dar uma olhada em Fracture.
Bem, caso alguém ainda não imaginasse, a demonstração é na realidade o início do jogo; trata-se do ponto onde a ofensiva da Atlantic Alliance contra o levante dos Pacificans tem o seu início. O tutorial também serviu para mostrar como poderiam ser utilizadas as várias armas de alteração de terreno disponíveis no jogo.
Entretanto, após jogar a versão completa de Fracture, fica-se com a ligeira impressão de que as coisas são um pouco menos dinâmicas e úteis do que foi pintado na demonstração. Basicamente: as poderosas armas de alteração de terreno acabam não sendo tão úteis como poderiam, e os puzzles que se encontra em boa parte do jogo, francamente, parecem tentar descaradamente insultar a inteligência do jogador. Isso ou, simplesmente, não são divertidos e acabam sendo por demais repetitivos.
Mas não entenda mal: Fracture não é de forma alguma um jogo ruim. Talvez se trate mais de uma idéia criativa que não foi aproveitada integralmente. Além disso, alguns belos visuais, efeitos e sons transmitem um ambiente bastante imersivo e tremendamente adequado para um jogo de tiro. Confira como as coisas ficaram.
Jet Brody: o messias da tecnologia cibernética
Enquanto alguns jogos futuristas pintam um mundo cheio de novas tecnologias, possibilidades e — por que não? — a chegada de uma nova era de paz, outros levam a vilania humana a um extremo apocalíptico, com hordas de inimigos genuinamente “maus” portando armas oníricas de destruição em massa. Bem, não é preciso ser muito brilhante para perceber que Fracture cai em cheio no segundo grupo.
A urgente necessidade de lidar com as bruscas mudanças climáticas no século 22 dividiu a humanidade em dois grupos distintos, com tecnologias distintas e, o que é pior, ideologias distintas. De um ficaram os Pacificans, que consideram a si mesmos como uma espécie de Prometeu moderno, levando as maravilhas da engenharia genética ao encontro de uma humanidade condenada à extinção.
De outro lado, fica a Atlantic Alliance, que abominam completamente qualquer manipulação do genoma humano, preferindo muito mais as melhorias dos implantes cibernéticos. Bem, independentemente de qualquer consideração ética, você é colocado dentro das modernas botas de Jet Brody, um membro da Atlantic Alliance encarregado de caçar o general responsável pelo levante.
Hora de fazer algum estrago
Como já se poderia imaginar, o General não se rende tão facilmente, e isso vai conduzi-lo a aproximadamente oito horas de jogos com vários pontos altos mas também com uma boa dose de monotonia. Basicamente, você pode alterar os terrenos de diversas formas, mas apenas algumas poucas será realmente eficiente contra as incontáveis ondas de inimigos genéricos que se atiram contra o personagem.
Basicamente, todos os elementos que fazem um bom jogo de tiro estão presentes em Fracture. Você vai coletar toda sorte de armas comuns, como metralhadoras, lançadores de granada e rifles de precisão. Você também vai ficar em apuros várias vezes tentando encontrar uma cobertura. E, finalmente, vem o que realmente confere um ar de novidade a Fracture: as granadas de alteração de terreno.
De fato, tanto a utilização das granadas quanto a alteração que elas provocam são bastante convincentes. A “subsonic granade”, que causa uma explosão seguida de uma cratera, realmente produz um efeito novo em jogos de tiro.
E a “spike granade”, bem, quem foi que já imaginou uma granada capaz de fazer brotar uma coluna do chão? Quer dizer, os elementos foram bem colocados: são várias formas de alteração, todas elas provocando resultados distintos no solo e sempre acompanhados de efeitos visuais bem de acordo.
O único “porém” vai para o fato de que, na hora da batalha, do “vamos ver”, a única coisa que você vai realmente utilizar constantemente será a arma básica que levanta e desce uma porção limitada de terreno. E isso será quase sempre com o único propósito de conseguir um pouco de cobertura. As demais possibilidades do jogo são distribuídas entre alguns puzzles sem muita... substância. A maioria dos puzzles chega ao cúmulo de apontar o local do terreno que necessita da sua criatividade!
Mesmo as granadas de destruição acabam não sendo muito eficientes contra os inimigos. Você vai se ver de repente tentando acabar com um inimigo utilizando um estoque um tanto inútil de granadas extravagantes para, por fim, acabar com tudo se valendo da boa e velha metralhadora.
Entretanto, existe um ponto alto onde a utilização das armas criativas-embora-um-tanto-sem-objetivo de Fracture acaba sendo interessante. Trata-se dos vários objetivos paralelos que envolvem recuperar pequenos chips com dados. Nestes momentos, realmente será necessário um pouco de “brainstorm” para tentar chegar a alguns locais de difícil acesso.
Certos chips vão até mesmo demandar uma utilização combinada das várias armas do jogo. Enfim, bem divertido. É uma pena que esse clima não tenha se estendido por todo o jogo.
I.A. (Ignorância Artificial)
Bem, justiça seja feita. Os inimigos de Fracture não são os imbecis completos que se encontrava nos jogos de tiro mais antigos (e mesmo em alguns mais novos...). Entretanto, também não são, nem de longe, brilhantes. Pode acontecer, por exemplo, de você ficar cara-a-cara com um inimigo e ele terrivelmente... não fazer absolutamente nada.
Isso para em um momento seguinte ele ficar esperando indefinidamente, aninhado, que você desça de uma plataforma para poder atirar, sendo que seria tremendamente mais fácil simplesmente tomar uma distância. Algumas cenas acabam sendo mesmo quase “cartunescas”.
Entretanto, é aquela coisa: o que falta em inteligência, sem dúvida sobra em quantidade. Quer dizer, embora os seus inimigos não sejam particularmente brilhantes, eles brotam de praticamente todo o lugar e a todo o momento. Jogando no modo casual isso de fato não chega a ser um incomodo. Nos níveis mais difíceis entretanto...
Uma hecatombe em cores vivas
Não obstante alguns puzzles sem inspiração e a inteligência pré-escolar de muitos dos seus adversários, Fracture é realmente um belo jogo. São vários ambientes muito bem criados e cada qual com um visual próprio, sem dar aquela impressão de coisa genérica. O jogo de cores dos cenários também agrada a vista e provavelmente não serão muitos os momentos em que você vai encontrar quebras de gráficos, e, na maior parte do tempo, a taxa de atualização (frame rate) é bem estável.
Os sons também não deixam a desejar, embora também não sejam propriamente originais. Basicamente, é o tipo de som que você espera ouvir em um jogo de tiro futurístico, com algumas explosões realmente dignas de nota.
E, bem, tem o multiplayer
Os modos multiplayer de Fracture não tem nada de errado. O problema é que eles também não inovam. Quer dizer, coisas como “team deathmatch” e “capture the flag” são legais e aqui também funcionam bem. Mas isso já foi visto em inúmeros jogos anteriores, não?
Entretanto, vale dar uma olhada em “Excavation”. Trata-se de um típico jogo de “gato e rato” que sem dúvida traz alguma originalidade. Basicamente, cada equipe deve ostentar um terreno conquistado levantando uma coluna de terra para demarcar o terreno. Obviamente, a outra deve derrubar esse pilar. Entretanto, deverá fazê-lo cuidando para que a equipe rival não destrua o seu pilar. Enfim, simples e divertido.
Enfim, Fracture não é um jogo ruim. É um título bonito, com boa movimentação, as boas armas usuais e uma boa dose de idéias originais que poderiam ter sido melhor aproveitadas. Assim sendo, caso você tenha em mente que não terá em mãos algo realmente revolucionário, mas simplesmente um jogo de tiro bonito provido de alguns adereços interessantes, talvez valha mesmo a pena dar uma olhada em Fracture.
Nota do Voxel