Os maiores lutadores de boxe estão no ringue do Xbox 360.
Electronic Arts apresenta o primeiro título da franquia Fight Night no Xbox 360, estabelecendo os parâmetros de qualidade para os jogos de boxe na plataforma da Microsoft.
Quando éramos reis
Os jogos de boxe nos consoles apresentam uma longa linhagem, remontando ao primeiro boxe, no Atari. O gênero boxe sempre despertou interesse nos jogadores, sendo que todas as gerações de aparelhos possuíram pelo menos uma versão. Mas o nível de simulação (padrão dos jogos atuais), só foi alcançado a partir do Playstation, com Knockout Kings, também da EA. Até então, os jogos tendiam a ser estilizados ou com viés cômico, como Punch Out!, do nintendo 8 bits, ou Ready 2 Rumble, do Dreamcast.
A franquia Knock Out Kings foi substituída em 2004 pela série Fight Night, e desde então estabeleceu o padrão para jogos de boxe, apontando a longevidade do gênero.
Em Fight Night Round 3, a Eletronic Arts age com a cautela usual, não mexendo na engine e no que já é apreciado pelos jogadores. As maiores novidades recaem sobre o controle do jogo, com mudanças para melhor. Os menus de jogo oferecem as opções tradicionais para iniciar uma luta imediatamente ou investir em uma carreira, além de opções secundárias menos interessantes; “ESPN Classic”, por exemplo, é dispensável, pois simplesmente permite que o jogador jogue uma luta clássica, como Muhammad Ali vs. Joe Frazier, sem diferenças de uma luta nos outros modos. O modo carreira também foi simplificado, não sendo mais possível escolher o oponente com base na sua posição no ranking ou visando a bolsa paga pela luta. O caminho até o cinturão é mais curto (embora não pareça tão curto quanto no PS2), e o jogo escolhe as lutas por você.
Propaganda de verdade no meio do jogo
De um modo geral tudo está mais “pop” e menos autêntico, o que pode desagradar fãs do esporte. Autêntico mesmo, só o grande número de patrocinadores no jogo, cujo merchandising levanta questões sobre o quanto deve existir de propaganda em uma mídia como os vídeo-games.
É claro que é muito legal em um jogo de boxe você poder comprar bermudas, luvas e sapatilhas de marcas conhecidas no meio como Everlast ou Under Armour. A propaganda aqui é plenamente justificada, e ajuda a tornar tudo mais real. Já outros patrocinadores como Dodge e Burger King são incoerentes, pois simplesmente não têm nada a ver como o jogo. Pior ainda é o modo como eles são introduzidos: até mesmo nos replays entre rounds você pode ouvir coisas como “Esse replay é oferecido pelo novo veículo Dodge Caliber” (This replay is brought to you by the new Dodge Caliber), anunciado pelo narrador da luta.
As coisas começam a ficar realmente ridículas quando você descobre que um dos quatro treinadores que você pode ter é o mascote do Burger King; ele nem mesmo parece humano, e é quase uma piada com os fãs de lutas. Acho que todos gostaríamos de ver um limite para propaganda em videogames.
Em sua melhor forma
Felizmente a jogabilidade e a diversão das lutas contra um oponente humano não foram afetadas, e Fight Night é um dos melhores jogos disponíveis no 360 para entreter um grupo de amigos. Considere seriamente se terá alguém pra jogar com você, pois as lutas contra o computador tornam-se entendiantes após pouco tempo de jogo, sendo fácil de prever golpes e aplicar esquiva.
Caso você não tenha nenhum companheiro, o suporte online pode quebrar seu galho. Com três modos diferentes de encontrar um oponente (Ranked Quick Match, Standard Quick Match e Custom Match) é fácil de lutar a praticamente qualquer momento, via Xbox Live. Certifique-se porém de que tanto você quanto seu oponente possuem uma boa conexão, pois Fight Night é um jogo impossível de jogar com lag; não há como prever onde os golpes vão atingir e nem como se esquivar do outro lutador. Sair da luta é uma péssima opção, pois conta como derrota pra você, e é assim que aparecerá no seu cartel.
Uma menção importante é a facilidade para se criar um lutador personalizado. O nível de customização não conta com muitos itens, como cabelos ou barbas diferentes, mas é possível criar praticamente qualquer tipo de rosto e corpo, graças a um sistema de geração do lutador baseado nos controles analógicos: com poucos movimentos contínuos do manche, você altera o comprimento e volume de qualquer parte do corpo. E sim, isso se aplica também ao nariz do lutador, como você deve estar se perguntando nesse momento.
Controle da mente sobre o corpo
Quando éramos reis
Os jogos de boxe nos consoles apresentam uma longa linhagem, remontando ao primeiro boxe, no Atari. O gênero boxe sempre despertou interesse nos jogadores, sendo que todas as gerações de aparelhos possuíram pelo menos uma versão. Mas o nível de simulação (padrão dos jogos atuais), só foi alcançado a partir do Playstation, com Knockout Kings, também da EA. Até então, os jogos tendiam a ser estilizados ou com viés cômico, como Punch Out!, do nintendo 8 bits, ou Ready 2 Rumble, do Dreamcast.
A franquia Knock Out Kings foi substituída em 2004 pela série Fight Night, e desde então estabeleceu o padrão para jogos de boxe, apontando a longevidade do gênero.
Em Fight Night Round 3, a Eletronic Arts age com a cautela usual, não mexendo na engine e no que já é apreciado pelos jogadores. As maiores novidades recaem sobre o controle do jogo, com mudanças para melhor. Os menus de jogo oferecem as opções tradicionais para iniciar uma luta imediatamente ou investir em uma carreira, além de opções secundárias menos interessantes; “ESPN Classic”, por exemplo, é dispensável, pois simplesmente permite que o jogador jogue uma luta clássica, como Muhammad Ali vs. Joe Frazier, sem diferenças de uma luta nos outros modos. O modo carreira também foi simplificado, não sendo mais possível escolher o oponente com base na sua posição no ranking ou visando a bolsa paga pela luta. O caminho até o cinturão é mais curto (embora não pareça tão curto quanto no PS2), e o jogo escolhe as lutas por você.
Propaganda de verdade no meio do jogo
De um modo geral tudo está mais “pop” e menos autêntico, o que pode desagradar fãs do esporte. Autêntico mesmo, só o grande número de patrocinadores no jogo, cujo merchandising levanta questões sobre o quanto deve existir de propaganda em uma mídia como os vídeo-games.
É claro que é muito legal em um jogo de boxe você poder comprar bermudas, luvas e sapatilhas de marcas conhecidas no meio como Everlast ou Under Armour. A propaganda aqui é plenamente justificada, e ajuda a tornar tudo mais real. Já outros patrocinadores como Dodge e Burger King são incoerentes, pois simplesmente não têm nada a ver como o jogo. Pior ainda é o modo como eles são introduzidos: até mesmo nos replays entre rounds você pode ouvir coisas como “Esse replay é oferecido pelo novo veículo Dodge Caliber” (This replay is brought to you by the new Dodge Caliber), anunciado pelo narrador da luta.
As coisas começam a ficar realmente ridículas quando você descobre que um dos quatro treinadores que você pode ter é o mascote do Burger King; ele nem mesmo parece humano, e é quase uma piada com os fãs de lutas. Acho que todos gostaríamos de ver um limite para propaganda em videogames.
Em sua melhor forma
Felizmente a jogabilidade e a diversão das lutas contra um oponente humano não foram afetadas, e Fight Night é um dos melhores jogos disponíveis no 360 para entreter um grupo de amigos. Considere seriamente se terá alguém pra jogar com você, pois as lutas contra o computador tornam-se entendiantes após pouco tempo de jogo, sendo fácil de prever golpes e aplicar esquiva.
Caso você não tenha nenhum companheiro, o suporte online pode quebrar seu galho. Com três modos diferentes de encontrar um oponente (Ranked Quick Match, Standard Quick Match e Custom Match) é fácil de lutar a praticamente qualquer momento, via Xbox Live. Certifique-se porém de que tanto você quanto seu oponente possuem uma boa conexão, pois Fight Night é um jogo impossível de jogar com lag; não há como prever onde os golpes vão atingir e nem como se esquivar do outro lutador. Sair da luta é uma péssima opção, pois conta como derrota pra você, e é assim que aparecerá no seu cartel.
Uma menção importante é a facilidade para se criar um lutador personalizado. O nível de customização não conta com muitos itens, como cabelos ou barbas diferentes, mas é possível criar praticamente qualquer tipo de rosto e corpo, graças a um sistema de geração do lutador baseado nos controles analógicos: com poucos movimentos contínuos do manche, você altera o comprimento e volume de qualquer parte do corpo. E sim, isso se aplica também ao nariz do lutador, como você deve estar se perguntando nesse momento.
Controle da mente sobre o corpo
Algumas modificações importantes foram introduzidas no controle do jogo. Os haymakers, golpes muito potentes introduzidos no segundo título do PS2, tornavam a simulação de boxe mais interessante, mas eram tão fáceis de realizar quanto um golpe normal. A maioria dos jogadores optava por simplesmente não utilizar golpes mais fracos, realizando muitas vezes uma luta composta apenas de haymakers. Isso transformava o título em um jogo de luta normal, ao invés da simulação de boxe que pretende ser.
Em FNR3 os haymakers são produzidos em situações bem mais raras, como em uma luta real. O custo de stamina e o tempo perdido caso o golpe erre o oponente também estimulam o jogador a pensar duas vezes antes de executar o comando, trazendo mais realismo às partidas. O investimento em jabs e diretos é necessário, a fim de desestabilizar o oponente e abrir uma brecha para o tempo necessário à execução dos golpes mais potentes.
Em relação aos demais golpes, a resposta do analógico é muito sensível e precisa, confirmando o estabelecimento do padrão de controle para os jogos de boxe no Xbox. O domínio do controle pode ser difícil para iniciantes na série, ou jogadores que não compreendem as diferenças entre jab, cruzado e gancho, por exemplo.
É possível utilizar os botões A, B, X e Y para os golpes, mas eles não permitem a mesma variedade do analógico. Parece muito mais eficiente manter o esquema sugerido pelo desenvolvedor, mesmo que signifique aprender uma nova maneira de controle.
Duelo de titãs
FNR3 apresenta alguns dos melhores modelos 3D humanos que podem ser encontrados no Xbox até o momento. Todos os lutadores no jogo representam com fidelidade os lutadores reais, sendo fácil de identificá-los ao primeiro olhar.
Mesmo os lutadores personalizados são muito verossímeis, e comportam-se de maneira dinâmica, de acordo com o desenrolar da luta. Os atrativos principais continuam sendo as cenas de knock-downs (que ainda são um pouco exageradas, mas bem menos do que no PS2), e a deformação contínua do rosto do lutador ao longo da luta. Nestes setores fundamentais o jogo satisfaz plenamente as expectativas, apresentando gráficos verossímeis e totalmente compatíveis com a natureza do jogo.
Para a versão do Xbox 360, foram retiradas da tela de jogo as barras que representam a stamina e energia de cada lutador. Elas podem ser colocadas novamente, via menu de opções. Mas esse pequeno detalhe faz uma diferença enorme em FNR3; sem as barras ou qualquer outra indicação de que é um jogo, fica fácil confundir Fight Night com uma luta real. É possível notar o incremento de suor no corpo dos lutadores, de acordo com a extensão da luta. Lutadores sem stamina ofegam, deixam os braços pender ao lado do corpo por mais tempo e ficam mais lentos. Dá pra notar o cansaço até mesmo nos seus rostos, com olhos semi-cerrados, boca aberta e cabeça pendendo à frente. O nível de detalhe é absurdo, e você pode ler a história da luta só de olhar para os combatentes.
Também é fácil de notar quando seu lutador está em vantagem, devido ao golpes rápidos, mais eficientes, e ao fato de seu oponente começar a recuar e fechar a guarda com mais frequência. Por causa desse cuidado com os gráficos, é possível jogar sem as barras na tela, fazendo com que cada luta seja mais emocionante, já que você nunca tem certeza de como está o seu estado e o do oponente. É notório também algumas melhoras nos ringues, com uma platéia mais participativa e efeitos mais impressionantes de entrada dos lutadores. Os menus, porém, não apresentam praticamente nenhuma diferença em relação aos jogos do PS2 e Xbox, a não ser pelos loadings mais rápidos.
Embora não atrapalhem a jogabilidade, alguns detalhes se destacam, por contrastar muito com a perfeição gráfica do resto do jogo: pequenas coisas como o fato dos lutadores não piscarem ou mexerem os olhos nas cenas de apresentação e os cabelos sólidos, que não se deformam ou movem com os movimentos e golpes recebidos. Detalhes apenas, mas que podem ser melhorados em uma próxima versão.
Arrancando gritos da platéia
São mantidas as características das versões anteriores, com a mesma limitação na narração e comentários repetidos. Seria interessante se houvesse pelo menos mais de um narrador, variando conforme o local da luta, por exemplo. Os comentários do treinador também parecem fora de propósito em alguns rounds, como se ele nem mesmo estivesse assistindo ao que acontece dentro do ringue. A narração e comentários realmente estão lá apenas para “criar o clima”, tendo uma função similar às vaias e gritos dos espectadores.
Os efeitos sonoros encaixam bem com o estilo de jogo, gerando satisfação ao ouvir o impacto de um gancho bem colocado. Mas novamente, nas cenas de knock-down, os efeitos tendem a ser exagerados. Golpes no fígado, por exemplo, geram sons que sugerem costelas quebradas ou algo pior, o que nunca acontece de fato no jogo, pois logo após a contagem o lutador levanta e continua o round normalmente. A seleção musical não é tão boa como a de Fight Night Round 2, mas ainda se baseia em rappers e grupos hip-hop, que parecem ser o gênero mais adequado para um jogo de boxe.
O fim de mais um round
Fight Night Round 3 é o melhor (e provavelmente o único) jogo de boxe do Xbox 360. O virtuosismo gráfico e capacidade de simulação de luta de boxe demonstram o poder das plataformas de nova geração, e entusiasmam os fãs do esporte com a expectativa do que ainda está por vir.
Embora a experiência single-player seja bastante limitada, é mais do que compensada pela diversão propiciada por uma luta a dois ou online. Obrigatório para fãs de luta em geral.
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