Os registros dos piores pesadelos de Rei geram um game de qualidade.
Fatal Frame pode ser considerado uma das franquias mais aterrorizantes que já aterrissou nos videogames. O survival horror da Tecmo surgiu em 2001, no PlayStation 2, sob o nome de Project Zero no Japão. O grande diferencial do game é sua proposta, além de ser baseado em fatos reais. Ao contrário de muitos jogos, o game não conta com qualquer tipo de arma, branca ou de fogo, para lidar com monstros e outras criaturas aterrorizantes.
Baseado no folclore japonês, o título apresenta temas como exorcismo, fantasmas e rituais Shinto. Para derrotar seus oponentes, você conta com apenas uma câmera de poderes místicos. Sem dúvidas, uma proposta interessante e diferente, que cativou muitos fãs e fez de Fatal Frame um dos survival horrors mais bem recebidos de todos os tempos.
O sucesso da franquia acabou gerando novos títulos. Fatal Frame II chegava às prateleiras em 2003, com um enredo muito mais atraente e com leves modificações em sua jogabilidade. O seu apelo comercial atraiu ainda mais fãs, consolidando a série. Em vez de uma trama baseada em fatos reais, a Tecmo optou por uma história que parecia ter saído diretamente dos cinemas.
Finalmente, em 2005, a empresa lançou o terceiro jogo da franquia. Este é o último game lançado no Ocidente, pois somente os japoneses receberam Fatal Frame IV para Nintendo Wii — o que é, realmente, uma pena. O terceiro capítulo desta saga mistura diversos elementos diferentes e fecha com chave de ouro a participação da franquia deste lado do planeta.
Qualquer fã do gênero survival horror que se preze não deve deixar de conferir Fatal Frame III: The Tormented, que possui uma história extremamente cativante e mantém uma das propostas mais interessantes e aterrorizantes de todos os tempos. Confira.
Entrelaçando o horror
Basicamente, a trama de Fatal Frame III envolve a fotógrafa Rei Kurosawa e seu noivo Yuu Asou. Durante uma viagem, Rei colide o veículo que dirigia e acaba ocasionando a morte de Yuu. Após este evento, a protagonista do game se sente traumatizada e mal sai de casa. Sua amiga e assistente Miku é responsável por realizar as tarefas que exigem contato com o mundo exterior, como fazer compras, por exemplo.
Entretanto, em um de seus trabalhos, Rei deve tirar fotos de uma mansão supostamente mal assombrada. Tudo ocorre bem, até que a fotógrafa nota uma silhueta com formato semelhante à de seu falecido noivo. Obviamente, Rei vai atrás da aparição, e aciona um evento repleto de pesadelos enquanto busca seu amado.
Ao decorrer desta jornada, Rei também encontra misteriosos fantasmas, como uma mulher coberta de tatuagens azuis, e começa a ter alucinações referentes a um misterioso ritual realizado no local. Felizmente, Rei acorda deste sonho, mas muitos vestígios a acompanham, fazendo com que a protagonista realize pesquisas para desvendar o mistério.
O bacana é que se você é um dos fãs do game, irá reconhecer diversos nomes no game. A assistente de Rei, por exemplo, é Miku Hinasaki, nada menos que a heroína do primeiro Fatal Frame. Além disso, Yuu era amigo de Kei Amakyra, tio de Mio, uma das sobreviventes de Fatal Frame II. Todas estas tramas se encontram para formar a história principal de Tormented, o que a torna realmente interessante.
Como se não bastasse, Miku e Kei se tornam personagens jogáveis em determinados momentos do jogo. Alguns jogadores podem até ter a impressão de que a história é muito complicada, mas, ao jogar o game, tudo fica realmente claro — mesmo com diversas tramas convergindo em uma só e até para quem não conheceu os demais títulos.
Fotografando seus piores pesadelos
Em relação à jogabilidade, pode-se dizer que ela continua basicamente a mesma. A câmera Obscura, que também aparece nos demais games da franquia, faz um retorno triunfal como uma exterminadora de fantasmas. Mas, desta vez, existem diversas destas máquinas, já que cada um dos personagens jogáveis acaba empunhando uma.
Utilizá-la pode ser um processo meio complicado, principalmente pelo mapeamento dos comandos. Você deve pressionar o botão triângulo para acioná-la, o que também altera a visão para a perspectiva em primeira pessoa. Neste modo, você pode tirar fotos e andar.
É importante ressaltar que o poder de sua câmera depende dos filmes que serão utilizados. Ou seja, películas de número maior exercem um mais dano. Alguns personagens também possuem diferenciais devido a sua sensibilidade espiritual. Mas, independentemente disto, é necessário aprender a utilizá-la com eficiência.
Para aniquilar seus oponentes, tudo o que você precisa fazer é tirar fotos. Entretanto, existem diversas maneiras de cumprir esta tarefa, algumas mais poderosas do que outras. Se desejar, você pode aprimorar a câmera utilizando os pontos obtidos através de fotografias. Atributos como poder, alcance e tempo de carregamento (cada personagem conta com aprimoramentos diferentes, mas compartilham os pontos).
Além disso, você pode tentar tirar boas fotos durante a batalha, centralizando o fantasma e aguardando até que o monstrengo chegue perto da câmera. O retículo se tornará vermelho e o dano será muito maior quando você tirar a foto. Além disso, você pode ter a sorte de executar um “Fatal Frame”, que pode fazer com que o fantasma seja empurrado para trás, possibilitando outra captura.
O conflito
Geralmente, os combates são fáceis, mesmo que aterrorizantes. Mas, em alguns momentos, o comportamento do fantasma pode complicar as coisas. Alguns inimigos tendem a ficar parado, o que torna as coisas simples. Entretanto, existem outros que se movimentam de maneira imprevisível ou até desaparecem, e é aí que o desafio surge.
Em momentos de batalha, é importante correr enquanto tira suas fotos. Infelizmente, isso não é uma tarefa muito simples e pode confundir o jogador. Os comandos para controlar a visão também são esquisitos: você usa o analógico direito para se movimentar enquanto o esquerdo é utilizado para mover a câmera. Este mapeamento não é comum em boa parte dos jogos sob perspectiva de primeira pessoa, mas, mesmo assim, após algum tempo você pega a prática.
Como se não bastasse este problema, você também terá de enfrentar a movimentação precária dos personagens. Eles “correm” de maneira lenta, e demoram a virar. Além disso, existem alguns locais que possuem em que a câmera é posicionada de maneira que contribui para o terror, mas atrapalha nas lutas.
Quanto às batalhas, não há como negar que, antes mesmo de elas acontecerem, seu coração já dispara. Ocasionalmente você será surpreendido por fantasmas, e o susto é sempre grande. Provavelmente, enquanto você estiver gritando de medo também terá de posicionar sua câmera, e isso não será nada fácil — mas, sem dúvidas, divertido.
Contraste aterrorizante
É importante ressaltar que o game envolve dois universos diferentes. Um deles é a casa de Rei, o mundo real, na qual a personagem pode revelar suas fotos em seu estúdio, conversar com Miku e explorar o local para descobrir pistas sobre o outro mundo, o pesadelo.
Durante seus pesadelos, Rei aparece com diversos itens em seu inventário, o que faz com que o jogador não seja obrigado a caçar utensílios a cada volta. Essencialmente, The Tormented não conta com aquela necessidade chata de ter de procurar incansavelmente por filmes (no caso, munição) ou itens de saúde. Além disso, essa transição de “quarto/pesadelo” quebra a tensão do jogo, e por isso é interessante. Afinal, permanecer o tempo todo enfrentando fantasmas faria de The Tormented um game genérico.
Em relação aos gráficos, Fatal Frame III conta com um belo estilo de arte, além de texturas de alta qualidade. Kimonos sujos, salas em decadência, árvores e objetos de rituais são apenas alguns dos elementos que compõem o game, que abusa dos tons de cinza.
Os personagens são como bonecas, sem muita expressão, mas dão um belo tom de fragilidade ao game. O design dos monstros é extremamente agradável, se é que este termo é cabível. O fato é que os fantasmas são bem feitos e conseguem assustar, independente se forem vítimas de sacrifícios, sacerdotes do mal, ou pequenas garotinhas. Ou seja, missão cumprida.
A solução para suas noites de sono
A trilha sonora é simplesmente espetacular, e completamente adequada ao game. Você encontrará pouca música, mas, quando ouvi-la, notará que as faixas se resumem a ruídos e sons aterrorizantes. Além disso, os fantasmas e o som do ambiente também são interessantes, e essenciais para o clima do jogo.
Fatal Frame III tem uma campanha de cerca de 15 horas. Após terminar o game, você poderá jogá-lo novamente para desbloquear novas roupas e acessórios para seus personagens. Além disso, surgirão novos fantasmas e ainda é possível assistir a diferentes finais.
Em suma, The Tormented é um game extremamente cativante, mesmo com alguns problemas em relação à jogabilidade e ao sistema de câmeras. Sua atmosfera obscura, depressiva e completamente aterrorizante cria um prato cheio para os fãs do gênero, que não devem deixar de conferir este game. Se você está cansado de dormir tranquilamente, Fatal Frame III pode curar seus problemas.
Baseado no folclore japonês, o título apresenta temas como exorcismo, fantasmas e rituais Shinto. Para derrotar seus oponentes, você conta com apenas uma câmera de poderes místicos. Sem dúvidas, uma proposta interessante e diferente, que cativou muitos fãs e fez de Fatal Frame um dos survival horrors mais bem recebidos de todos os tempos.
O sucesso da franquia acabou gerando novos títulos. Fatal Frame II chegava às prateleiras em 2003, com um enredo muito mais atraente e com leves modificações em sua jogabilidade. O seu apelo comercial atraiu ainda mais fãs, consolidando a série. Em vez de uma trama baseada em fatos reais, a Tecmo optou por uma história que parecia ter saído diretamente dos cinemas.
Finalmente, em 2005, a empresa lançou o terceiro jogo da franquia. Este é o último game lançado no Ocidente, pois somente os japoneses receberam Fatal Frame IV para Nintendo Wii — o que é, realmente, uma pena. O terceiro capítulo desta saga mistura diversos elementos diferentes e fecha com chave de ouro a participação da franquia deste lado do planeta.
Qualquer fã do gênero survival horror que se preze não deve deixar de conferir Fatal Frame III: The Tormented, que possui uma história extremamente cativante e mantém uma das propostas mais interessantes e aterrorizantes de todos os tempos. Confira.
Entrelaçando o horror
Basicamente, a trama de Fatal Frame III envolve a fotógrafa Rei Kurosawa e seu noivo Yuu Asou. Durante uma viagem, Rei colide o veículo que dirigia e acaba ocasionando a morte de Yuu. Após este evento, a protagonista do game se sente traumatizada e mal sai de casa. Sua amiga e assistente Miku é responsável por realizar as tarefas que exigem contato com o mundo exterior, como fazer compras, por exemplo.
Entretanto, em um de seus trabalhos, Rei deve tirar fotos de uma mansão supostamente mal assombrada. Tudo ocorre bem, até que a fotógrafa nota uma silhueta com formato semelhante à de seu falecido noivo. Obviamente, Rei vai atrás da aparição, e aciona um evento repleto de pesadelos enquanto busca seu amado.
Ao decorrer desta jornada, Rei também encontra misteriosos fantasmas, como uma mulher coberta de tatuagens azuis, e começa a ter alucinações referentes a um misterioso ritual realizado no local. Felizmente, Rei acorda deste sonho, mas muitos vestígios a acompanham, fazendo com que a protagonista realize pesquisas para desvendar o mistério.
O bacana é que se você é um dos fãs do game, irá reconhecer diversos nomes no game. A assistente de Rei, por exemplo, é Miku Hinasaki, nada menos que a heroína do primeiro Fatal Frame. Além disso, Yuu era amigo de Kei Amakyra, tio de Mio, uma das sobreviventes de Fatal Frame II. Todas estas tramas se encontram para formar a história principal de Tormented, o que a torna realmente interessante.
Como se não bastasse, Miku e Kei se tornam personagens jogáveis em determinados momentos do jogo. Alguns jogadores podem até ter a impressão de que a história é muito complicada, mas, ao jogar o game, tudo fica realmente claro — mesmo com diversas tramas convergindo em uma só e até para quem não conheceu os demais títulos.
Fotografando seus piores pesadelos
Em relação à jogabilidade, pode-se dizer que ela continua basicamente a mesma. A câmera Obscura, que também aparece nos demais games da franquia, faz um retorno triunfal como uma exterminadora de fantasmas. Mas, desta vez, existem diversas destas máquinas, já que cada um dos personagens jogáveis acaba empunhando uma.
Utilizá-la pode ser um processo meio complicado, principalmente pelo mapeamento dos comandos. Você deve pressionar o botão triângulo para acioná-la, o que também altera a visão para a perspectiva em primeira pessoa. Neste modo, você pode tirar fotos e andar.
É importante ressaltar que o poder de sua câmera depende dos filmes que serão utilizados. Ou seja, películas de número maior exercem um mais dano. Alguns personagens também possuem diferenciais devido a sua sensibilidade espiritual. Mas, independentemente disto, é necessário aprender a utilizá-la com eficiência.
Para aniquilar seus oponentes, tudo o que você precisa fazer é tirar fotos. Entretanto, existem diversas maneiras de cumprir esta tarefa, algumas mais poderosas do que outras. Se desejar, você pode aprimorar a câmera utilizando os pontos obtidos através de fotografias. Atributos como poder, alcance e tempo de carregamento (cada personagem conta com aprimoramentos diferentes, mas compartilham os pontos).
Além disso, você pode tentar tirar boas fotos durante a batalha, centralizando o fantasma e aguardando até que o monstrengo chegue perto da câmera. O retículo se tornará vermelho e o dano será muito maior quando você tirar a foto. Além disso, você pode ter a sorte de executar um “Fatal Frame”, que pode fazer com que o fantasma seja empurrado para trás, possibilitando outra captura.
O conflito
Geralmente, os combates são fáceis, mesmo que aterrorizantes. Mas, em alguns momentos, o comportamento do fantasma pode complicar as coisas. Alguns inimigos tendem a ficar parado, o que torna as coisas simples. Entretanto, existem outros que se movimentam de maneira imprevisível ou até desaparecem, e é aí que o desafio surge.
Em momentos de batalha, é importante correr enquanto tira suas fotos. Infelizmente, isso não é uma tarefa muito simples e pode confundir o jogador. Os comandos para controlar a visão também são esquisitos: você usa o analógico direito para se movimentar enquanto o esquerdo é utilizado para mover a câmera. Este mapeamento não é comum em boa parte dos jogos sob perspectiva de primeira pessoa, mas, mesmo assim, após algum tempo você pega a prática.
Como se não bastasse este problema, você também terá de enfrentar a movimentação precária dos personagens. Eles “correm” de maneira lenta, e demoram a virar. Além disso, existem alguns locais que possuem em que a câmera é posicionada de maneira que contribui para o terror, mas atrapalha nas lutas.
Quanto às batalhas, não há como negar que, antes mesmo de elas acontecerem, seu coração já dispara. Ocasionalmente você será surpreendido por fantasmas, e o susto é sempre grande. Provavelmente, enquanto você estiver gritando de medo também terá de posicionar sua câmera, e isso não será nada fácil — mas, sem dúvidas, divertido.
Contraste aterrorizante
É importante ressaltar que o game envolve dois universos diferentes. Um deles é a casa de Rei, o mundo real, na qual a personagem pode revelar suas fotos em seu estúdio, conversar com Miku e explorar o local para descobrir pistas sobre o outro mundo, o pesadelo.
Durante seus pesadelos, Rei aparece com diversos itens em seu inventário, o que faz com que o jogador não seja obrigado a caçar utensílios a cada volta. Essencialmente, The Tormented não conta com aquela necessidade chata de ter de procurar incansavelmente por filmes (no caso, munição) ou itens de saúde. Além disso, essa transição de “quarto/pesadelo” quebra a tensão do jogo, e por isso é interessante. Afinal, permanecer o tempo todo enfrentando fantasmas faria de The Tormented um game genérico.
Em relação aos gráficos, Fatal Frame III conta com um belo estilo de arte, além de texturas de alta qualidade. Kimonos sujos, salas em decadência, árvores e objetos de rituais são apenas alguns dos elementos que compõem o game, que abusa dos tons de cinza.
Os personagens são como bonecas, sem muita expressão, mas dão um belo tom de fragilidade ao game. O design dos monstros é extremamente agradável, se é que este termo é cabível. O fato é que os fantasmas são bem feitos e conseguem assustar, independente se forem vítimas de sacrifícios, sacerdotes do mal, ou pequenas garotinhas. Ou seja, missão cumprida.
A solução para suas noites de sono
A trilha sonora é simplesmente espetacular, e completamente adequada ao game. Você encontrará pouca música, mas, quando ouvi-la, notará que as faixas se resumem a ruídos e sons aterrorizantes. Além disso, os fantasmas e o som do ambiente também são interessantes, e essenciais para o clima do jogo.
Fatal Frame III tem uma campanha de cerca de 15 horas. Após terminar o game, você poderá jogá-lo novamente para desbloquear novas roupas e acessórios para seus personagens. Além disso, surgirão novos fantasmas e ainda é possível assistir a diferentes finais.
Em suma, The Tormented é um game extremamente cativante, mesmo com alguns problemas em relação à jogabilidade e ao sistema de câmeras. Sua atmosfera obscura, depressiva e completamente aterrorizante cria um prato cheio para os fãs do gênero, que não devem deixar de conferir este game. Se você está cansado de dormir tranquilamente, Fatal Frame III pode curar seus problemas.
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