Dragões e polêmicas
Quando a Capcom lançou Dungeons and Dragons: Chronicles of Mystara, a oportunidade de reviver jogos clássicos inspirados no universo dos RPGs de mesa foi muito bem-vinda por mim e alguns de meus amigos. Na primeira vez que conseguimos nos reunir para terminar a campanha dos dois jogos no multiplayer local, alguém perguntou: "Por que será que nenhum jogo assim sai hoje em dia?".
Talvez o diretor de Dragon's Crown, George Kamitani, sugerisse que uma boa resposta a essa pergunta seja a falta de interesse das publishers. O desenvolvedor (que trabalhou em Tower of Doom, um dos títulos presentes na coletânea Chronicles of Mystara) levou quase treze anos tentando convencer alguma empresa a comprar a ideia de Dragon's Crown – que bebe da mesma fonte de clássicos como Golden Axe e Dungeons and Dragons – antes que a Atlus desse o aval para que a Vanillaware começasse a desenvolvê-lo.
Lançado na última terça-feira, o game coloca o jogador na pele de um aventureiro do reino de Hydeland, cujo monarca desapareceu após ter saído em busca da lendária coroa do dragão do título, a qual oferece ao seu detentor o poder de controlar qualquer dragão.
Antes de iniciar a aventura, é possível escolher um entre seis personagens (amazona, guerreiro, feiticeira, mago, elfa e anão), cada um com habilidades específicas que tornam a sua jogabilidade bastante distinta dos demais. Nem no PlayStation 3 nem no Vita é necessário jogar sozinho, sendo possível aventurar-se com até três amigos localmente ou online (apesar de este modo ser disponibilizado apenas na metade do jogo).
Graças a sua arte, Dragon’s Crown é certamente um jogo polêmico. Por trás de toda a discussão a respeito de seu visual, no entanto, esconde-se um ótimo jogo que ressuscita e moderniza um gênero que parecia ter morrido em Dungeon’s and Dragons: Chronicles of Mystara.
O game é bastante completo, com cenários belíssimos e um sistema de combate bem equilibrado e complexo. Os estágios são bastante inspirados e, durante a jornada, o jogador poderá reconhecer as mais variadas influências. Entre os chefes, por exemplo, é possível citar desde Gazer (a versão do game para o tradicional Beholder) e um coelho branco tão mortífero quando o presente em “Monty Python e o Cálice Sagrado”.
No final das contas, as diferenças entre as versões do PlayStation 3 e do Vita são bastante pequenas. No portátil, é mais fácil selecionar baús e itens presentes na tela graças ao touchscreen. No entanto, detalhes menores são mais difíceis de serem visualizados e as partidas online podem sofrer um pouco de lentidão nos momentos mais intensos das batalhas.
Se você estiver em dúvida sobre qual versão pegar, prefira a do PlayStation 3 caso você seja o tipo de jogador que prefere jogar com os amigos ou apreciar os cenários dos jogos. Se isso não for tão importante para você, a versão do Vita cumpre bem o seu trabalho. De qualquer modo, em qualquer uma das plataformas para que foi lançado, Dragon’s Crown é um ótimo jogo.
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