Literalmente, capítulos do escolhido – ou seria até o escolhido?
Pode-se considerar o DS a plataforma perfeita para a adaptação de games do NES e do SNES. Especialmente RPGs tradicionais. Dragon Quest IV não é exceção, e apesar de trazer uma jogabilidade já datada e que pode não agradar aos jogadores com gostos contemporâneos, é certamente um título de qualidade que merece ser conferido por aqueles que são fãs da franquia – ou do gênero.
Um tanto quanto diferente
Partindo direto ao ponto, este título é bastante diferente dos outros da série, no quesito estrutura. Ele é dividido em vários capítulos nos quais o jogador controla diferentes heróis, cada um com suas aventuras, até que os destinos deles se entrelacem com o do “escolhido” – um rapaz que irá derrotar o lorde do submundo.
Esta é uma característica essencial, já que permite uma boa variedade de cenários, personagens, habilidades e histórias. Também mantém uma certa dose de refrescância, já que você começa do nível 1 com vários personagens antes de formar um grupo realmente forte para atingir o objetivo final do título.
Mas antes...
Antes de partir para a jogabilidade em si, vale mencionar a qualidade da apresentação do game. Aproveitando a capacidade do DS, os gráficos foram bastante melhorados em relação ao original, e os controles são simples – não há utilização da stylus em momento algum da partida.
A câmera, controlada pelos botões R e L, também merece destaque, já que pode ser rotacionada 360º e permite encontrar algumas portas e objetos que talvez passassem despercebidos se o jogo estivesse travado em uma só perspectiva. Além disso, um rápido toque em ambos ao mesmo tempo irá retorná-la à posição original.
Isto é especialmente verdadeiro se considerarmos a boa utilização das duas telas do DS. Ao invés de mostrar somente informações na de cima, esta também mostra o mundo de jogo. Os heróis aparecem apenas na de baixo, mas a tela superior mostra o campo de visão em frente – o que, junto com a movimentação da câmera, permite enxergar em volta sem andar muito, o que evita os encontros aleatórios.
A trilha sonora é constante, mas não muito intrusiva. Muda de acordo com os lugares e os eventos, o que é um toque interessante, além de encaixar com a temática dos diferentes lugares visitados através do jogo.
E a jogabilidade?
No que diz respeito à jogabilidade, podemos dizer que segue o padrão da franquia. O jogador controla um grupo de aventureiros – que varia em número, e pode incluir NPCs – que acaba por embarcar em aventuras pelos mais diferentes motivos. Quer um exemplo? Vamos lá.
No primeiro capítulo você controla Ragnar, um guerreiro de uma pequena vila que parece ser inspirada na Escócia. Um soldado do reino, ele deve salvar as crianças de um plano nefasto para eliminar “o escolhido”, um jovem garoto que – segundo alguns acreditam – é o único que pode derrotar o lorde do submundo.
Para tal, você deve realmente prestar atenção aos diálogos e ser bastante cara de pau – não basta partir para a pancadaria. O que isto quer dizer? Que é interessante visitar cada um dos NPCs presentes nas diferentes cidades pelas quais você passa, de forma a adquirir o máximo possível de informações e descobrir o que deve ser feito.
A experiência é a de um RPG bastante tradicional, em que a exploração é importante: não deixe de entrar em todas as casas, abrir todos os baús e armários e quebrar todos os vasos – eles podem conter itens valiosos que o ajudarão em suas missões. Dentro das cidades, você está a salvo, já que não pode ser atacado por ninguém. Fora delas e dentro das “dungeons”, no entanto, a história é diferente.
O game possui – para o desgosto de alguns e o prazer de outros – encontros aleatórios. Se você não sabe o que são, imagine que você está andando pelo mapa e surjam monstros para enfrentá-lo. Embora você possa tentar correr, isto não é muito interessante, já que é necessário evoluir seus personagens consideravelmente através deste método para que eles sejam fortes o suficientes para derrotar os chefes.
Os outros capítulos o levam a outras regiões de um mesmo mapa que refletem diferentes culturas: inspiradas na russa, na francesa, entre outras. Isto dá uma variedade bastante interessante ao game, mas cujas sutilezas só podem ser percebidas com um bom entendimento de inglês e dos diferentes dialetos falados.
Fora isso, é um RPG básico: deve-se subir de nível, juntar dinheiro, comprar itens e salvar o mundo. O que torna a experiência toda tão interessante é a qualidade dos elementos naturais à franquia e a novidade de uma divisão por capítulos.
A parte ruim fica por conta do sistema de salvamento do jogo, que só pode ser realizado em determinados locais e conta com um diálogo bastante desnecessário e irritante; e o de ressurreição de companheiros mortos, devido à grande quantidade de encontros aleatórios – o que faz com que o retorno ao local onde se estava seja bastante incômodo. A coisa só não é pior pois existem itens em forma de asas que permitem voltar a cidades já visitadas anteriormente.
Os combates
Neste tipo de game, é sempre bom dar uma analisada melhor nos combates, que é onde o jogador passará boa parte de seu tempo. Nele, existem quatro opções: atacar, com a arma empunhada; defender, para aumentar a resistência a golpes; soltar magias, que podem ser das mais variadas; e utilizar um item, geralmente ervas de cura.
Os personagens que são predominantemente guerreiros possuem uma jogabilidade bastante direta: atacar – ou defender, quando estão morrendo. Já os que possuem mana para lançar feitiços têm uma quantidade maior de elementos de estratégia, já que a impossibilidade de prever quem irá agir em qual momento faz com que o jogador deva tentar prever os resultados de uma rodada.
Além disso, a cada rodada é possível escolher entre lutar e fugir. Isto permite evitar um completo “wipe” – onde seu grupo inteiro morre e é mandado de volta para a última igreja onde o jogo foi salvo – e tentar restabelecer-se por conta própria. Mas não é certeza que isto ocorrerá: os monstros podem bloquear sua fuga.
Alguns eventos aleatórios, como monstros com medo ou distraídos, podem acontecer nos combates, adicionando um pouco de variedade aos mesmos. Finalmente, vale destacar a diversidade de inimigos: embora ela comece bastante baixa, rapidamente se expande e faz com que o jogador precise de alguns encontros aleatórios para conhecer cada oponente.
No mais...
Em suma, o game é uma adaptação à altura do original, que proporciona diversão caso o jogador possa relevar os muitos encontros aleatórios – ou goste deles – e os diálogos desnecessários das lojas e da hora de salvar o jogo. Se você é fã da franquia ou do gênero, ele certamente vale a pena. Se não for, ainda assim é o caso de emprestá-lo para dar uma conferida, nem que seja para rever o gênero que constituiu a infância de inúmeros gamers.
Um tanto quanto diferente
Partindo direto ao ponto, este título é bastante diferente dos outros da série, no quesito estrutura. Ele é dividido em vários capítulos nos quais o jogador controla diferentes heróis, cada um com suas aventuras, até que os destinos deles se entrelacem com o do “escolhido” – um rapaz que irá derrotar o lorde do submundo.
Esta é uma característica essencial, já que permite uma boa variedade de cenários, personagens, habilidades e histórias. Também mantém uma certa dose de refrescância, já que você começa do nível 1 com vários personagens antes de formar um grupo realmente forte para atingir o objetivo final do título.
Mas antes...
Antes de partir para a jogabilidade em si, vale mencionar a qualidade da apresentação do game. Aproveitando a capacidade do DS, os gráficos foram bastante melhorados em relação ao original, e os controles são simples – não há utilização da stylus em momento algum da partida.
A câmera, controlada pelos botões R e L, também merece destaque, já que pode ser rotacionada 360º e permite encontrar algumas portas e objetos que talvez passassem despercebidos se o jogo estivesse travado em uma só perspectiva. Além disso, um rápido toque em ambos ao mesmo tempo irá retorná-la à posição original.
Isto é especialmente verdadeiro se considerarmos a boa utilização das duas telas do DS. Ao invés de mostrar somente informações na de cima, esta também mostra o mundo de jogo. Os heróis aparecem apenas na de baixo, mas a tela superior mostra o campo de visão em frente – o que, junto com a movimentação da câmera, permite enxergar em volta sem andar muito, o que evita os encontros aleatórios.
A trilha sonora é constante, mas não muito intrusiva. Muda de acordo com os lugares e os eventos, o que é um toque interessante, além de encaixar com a temática dos diferentes lugares visitados através do jogo.
E a jogabilidade?
No que diz respeito à jogabilidade, podemos dizer que segue o padrão da franquia. O jogador controla um grupo de aventureiros – que varia em número, e pode incluir NPCs – que acaba por embarcar em aventuras pelos mais diferentes motivos. Quer um exemplo? Vamos lá.
No primeiro capítulo você controla Ragnar, um guerreiro de uma pequena vila que parece ser inspirada na Escócia. Um soldado do reino, ele deve salvar as crianças de um plano nefasto para eliminar “o escolhido”, um jovem garoto que – segundo alguns acreditam – é o único que pode derrotar o lorde do submundo.
Para tal, você deve realmente prestar atenção aos diálogos e ser bastante cara de pau – não basta partir para a pancadaria. O que isto quer dizer? Que é interessante visitar cada um dos NPCs presentes nas diferentes cidades pelas quais você passa, de forma a adquirir o máximo possível de informações e descobrir o que deve ser feito.
A experiência é a de um RPG bastante tradicional, em que a exploração é importante: não deixe de entrar em todas as casas, abrir todos os baús e armários e quebrar todos os vasos – eles podem conter itens valiosos que o ajudarão em suas missões. Dentro das cidades, você está a salvo, já que não pode ser atacado por ninguém. Fora delas e dentro das “dungeons”, no entanto, a história é diferente.
O game possui – para o desgosto de alguns e o prazer de outros – encontros aleatórios. Se você não sabe o que são, imagine que você está andando pelo mapa e surjam monstros para enfrentá-lo. Embora você possa tentar correr, isto não é muito interessante, já que é necessário evoluir seus personagens consideravelmente através deste método para que eles sejam fortes o suficientes para derrotar os chefes.
Os outros capítulos o levam a outras regiões de um mesmo mapa que refletem diferentes culturas: inspiradas na russa, na francesa, entre outras. Isto dá uma variedade bastante interessante ao game, mas cujas sutilezas só podem ser percebidas com um bom entendimento de inglês e dos diferentes dialetos falados.
Fora isso, é um RPG básico: deve-se subir de nível, juntar dinheiro, comprar itens e salvar o mundo. O que torna a experiência toda tão interessante é a qualidade dos elementos naturais à franquia e a novidade de uma divisão por capítulos.
A parte ruim fica por conta do sistema de salvamento do jogo, que só pode ser realizado em determinados locais e conta com um diálogo bastante desnecessário e irritante; e o de ressurreição de companheiros mortos, devido à grande quantidade de encontros aleatórios – o que faz com que o retorno ao local onde se estava seja bastante incômodo. A coisa só não é pior pois existem itens em forma de asas que permitem voltar a cidades já visitadas anteriormente.
Os combates
Neste tipo de game, é sempre bom dar uma analisada melhor nos combates, que é onde o jogador passará boa parte de seu tempo. Nele, existem quatro opções: atacar, com a arma empunhada; defender, para aumentar a resistência a golpes; soltar magias, que podem ser das mais variadas; e utilizar um item, geralmente ervas de cura.
Os personagens que são predominantemente guerreiros possuem uma jogabilidade bastante direta: atacar – ou defender, quando estão morrendo. Já os que possuem mana para lançar feitiços têm uma quantidade maior de elementos de estratégia, já que a impossibilidade de prever quem irá agir em qual momento faz com que o jogador deva tentar prever os resultados de uma rodada.
Além disso, a cada rodada é possível escolher entre lutar e fugir. Isto permite evitar um completo “wipe” – onde seu grupo inteiro morre e é mandado de volta para a última igreja onde o jogo foi salvo – e tentar restabelecer-se por conta própria. Mas não é certeza que isto ocorrerá: os monstros podem bloquear sua fuga.
Alguns eventos aleatórios, como monstros com medo ou distraídos, podem acontecer nos combates, adicionando um pouco de variedade aos mesmos. Finalmente, vale destacar a diversidade de inimigos: embora ela comece bastante baixa, rapidamente se expande e faz com que o jogador precise de alguns encontros aleatórios para conhecer cada oponente.
No mais...
Em suma, o game é uma adaptação à altura do original, que proporciona diversão caso o jogador possa relevar os muitos encontros aleatórios – ou goste deles – e os diálogos desnecessários das lojas e da hora de salvar o jogo. Se você é fã da franquia ou do gênero, ele certamente vale a pena. Se não for, ainda assim é o caso de emprestá-lo para dar uma conferida, nem que seja para rever o gênero que constituiu a infância de inúmeros gamers.
Nota do Voxel