Imagem de Dragon Ball Z: Budokai Tenkaichi 2
Imagem de Dragon Ball Z: Budokai Tenkaichi 2

Dragon Ball Z: Budokai Tenkaichi 2

Nota do Voxel
70

Goku e seus amigos lutam mais uma vez para salvar a Terra dos inimigos mais poderosos do universo.

Há quase duas décadas atrás, a série que é referência imediata quando o assunto é mangá, Dragon Ball, vem sendo explorada no mundo dos vídeo games. Inúmeros títulos de diferentes desenvolvedoras contaram a história de Goku e seus amigos de cabo a rabo, em jogos de gêneros que vão de luta a RPG.

A primeira experiência da franquia em gráficos 3D no ocidente foi em 1997, com o lançamento de Dragon Ball GT: Final Bolt para Playstation. Apesar da fórmula não ter sofrido grandes mudanças e o leque de recursos do game ser basicamente o mesmo das clássicas versões do Super Nintendo, os gráficos deram uma nova perspectiva à série.

Mas foi na geração seguinte que a franquia foi embelezada através do cel-shading, com a série Dragon Ball Z: Budokai, que teve jogos lançados para Playstation 2 e Game Cube. O recurso gráfico deu a aparência de desenho ao game, toque que faltava para aproximar os games do mangá e do desenho animado e cativar os fãs.

Aos que pensavam que a série não poderia se assemelhar mais ao desenho, a desenvolvedora Spike provou o contrário, inovando com um novo esquema de câmera que coloca o personagem em terceira pessoa, se aproximando ainda mais da série da TV. Trata-se de Dragon Ball Z: Budokai Tenkaichi, que, apesar do nome, pouco tem a ver com a outra franquia Budokai.

Reunindo todos os recursos usados nos games anteriores, a série da Atari teve continuação, com Dragon Ball Z: Budokai Tenkaichi 2. A desenvolvedora, buscando não deixar a inovação de lado, levou o título ao Wii e adaptou o Wii-mote e o Nunchuk (controles do Wii, sensíveis a movimento) ao jogo. Contando com 129 personagens da série e 16 cenários interativos, o título expande a franquia ainda mais dentro do universo de Dragon Ball, sendo um dos mais completos já lançados.

O destino da Terra em suas mãos

O principal modo de Dragon Ball Z: Budokai Tenkaichi 2 é o Dragon Adventure, no qual Goku e seus amigos entram de cabeça na aventura narrada pela série na TV, enfrentando inimigos que vão de Vegetta à Boo. Assim como nos desenhos animados, a modalidade começa com a ameaça dos Sayiajins que invadem a terra e vai passando pelas diversas sagas seguintes, encarregando o jogador de vencer as batalhas mais memoráveis.

Antes de cada episódio importante, o jogador tem a opção de explorar a terra de Dragon Ball em busca de itens e batalhas que podem melhorar os atributos do personagem. Seguindo a história do desenho, cada luta exige a participação de personagens pré-determinados.

Há casos como a batalha dos guerreiros Z contra o Saiyajin Nappa, na qual cinco lutadores enfrentam um só. Apesar de soar injusto, o game faz o devido balanço de forças através do nível de energia de cada personagem — enquanto os cinco possuem apenas duas barras de energia, o inimigo mais forte possui cerca de seis.

Há a possibilidade de melhorar o desempenho de seus lutadores através de itens, que podem ser comprados ou encontrados. Através dos itens Evolution Z, você pode aumentar o nível de energia e ki, a potência dos ataques e magias ou a eficiência da defesa e velocidade, por exemplo. Cada lutador pode utilizar um número determinado de itens em cada batalha, limitando o recurso e balanceando as lutas.

Os combates são basicamente embasados em golpes de contato, combinações geralmente terminadas em pancadas fortes que lançam o adversário para longe e magias, comumente usadas à distância. O game exige certo tempo até que seja devidamente compreendido (o tutorial é praticamente um pré-requisito), mas após se acostumar com os controles, é fácil abraçar uma fórmula que leva à vitória. A partir daí, o jogo não varia muito; a estratégia de intercalar golpes de contato, carregamento de ki e uso de magias, por exemplo, pode ser infalível, se usada adequadamente.

O poder dos sayajins

O modo Ultimate Trainning é indispensável para o aprendizado dos preceitos básicos do game. Por utlizar um mecânica diferente de comandos, na qual a combinação de botões dá lugar a uma série de movimentos com os controles somados a poucos comandos tradicionais, o título faz do tutorial uma necessidade. O modo ensina a movimentação, ataques corpo-a-corpo, esquivas, defesas, magias e assim por diante, ensinando desde os preceitos mais básicos até as técnicas mais avançadas.

Não há dúvidas que o uso dos controles sensíveis a movimentos do Wii é um fator que muda crucialmente a jogabilidade, apesar de haver a desinteressante possibilidade de jogar usando o Wii Remote horizontalmente, como nos vídeo-games clássicos. Enquanto o Nunchuk é responsável pela movimentação do personagem, o Wii Remote realiza os golpes e magias.

Através do analógico do Nunchuk, você move seu personagem, que, dependendo da posição do inimigo, se foca sua visão a ele ou não. Assim sendo, é possível explorar todo o cenário independente da posição de seu adversário. Contudo, os espertinhos que tentarem se esconder nas batalhas cujo objetivo é apenas sobreviver vão cair do cavalo, pois há um radar no qual é possível verificar a posição do adversário no mapa.

O botão A do Wii Remote é o responsável pelos golpes de contato. Ao segurá-lo, o jogador carrega um golpe forte que atira o adversário longe. O botão B, por sua vez, é o responsável pelas magias. Ao pressionado isoladamente, o botão faz o personagem atirar bolas de energia, que são carregadas e ficam mais fortes quando o comando é segurado por mais tempo.

O chacoalhar do Nunchuk, faz o jogador voar mais rápido em direção ao inimigo (função que ainda pode ser potencializada com o pressionar do botão C). Combinações de movimentos dos dois controles, quando os botões B e Z estão apertados, realizam magias. Para executar um Kamehameha, por exemplo, o jogador deve fazer um movimento similar ao dos personagens dotados deste poder, puxando os controles para trás e levando-os bruscamente para frente em seguida.

Os movimentos dos controles, somados a outros botões, também possuem funções como esquivar, desviar golpes ou defender. Quando o cursor do Wii Remote é levado para fora da parte superior da tela, por exemplo, o personagem entra em modo de defesa, que, somada a toques no analógico, direcionam a defesa para onde o golpe vier.

Apesar de interessantes e inovadores, os controles nem sempre funcionam adequadamente, exigindo movimentos muitas vezes desconfortáveis. Não raramente o cursor do Wii Remote sai involuntáriamente da tela, colocando o jogador no modo defesa e impedindo-o de se movimentar e realizar ataques mágicos.

As esferas do dragão

Além do Dragon Adventure, há outras modalidades para apenas um jogador que podem ser boas opções para quem tem intuito de explorar o game de novas maneiras. A modalidade Ultimate Battle Z coloca-o em uma espécie de campeonato à la Mortal Kombat, no qual você deve vencer os oponentes mais fracos até chegar aos personagens mais poderosos da série.

O clássico torneio de luta também está presente em Dragon Ball Z: Budokai Tenkaichi 2. O modo Dragon Tournament permite que você escolha um personagem e participe de um torneio nos moldes daqueles que ocorriam na série de desenho animado. As regras são as mesmas: o lutador que pisar fora da plataforma central, onde a luta ocorre, é desclassificado.

O modo Dueling, por sua vez, é o único que pode ser jogado em dois jogadores. Trata-se de uma modalidade descompromissada, na qual é possível selecionar qualquer um dos personagens destravados no modo Dragon Adventure e lutar contra o computador, outro jogador (a tela fica dividida nesta opção, dificultando a visualização) ou simplesmente assistir uma luta da CPU contra ela mesma.

Assim como nas telinhas

Não é novidade alguma que o Wii é um console com uma capacidade gráfica menor que a de seus concorrentes. No entanto, os desenvolvedores de Dragon Ball Z: Budokai Tenkaichi 2 capricharam ao aplicar o recurso Cel-Shadding — que dá a aparência de desenho animado sem sacrificar a terceira dimensão — mostrando que o conceito artístico pode superar as limitações de hardware quando devidamente aplicado.

Os cenários, quando vistos pela primeira vez, parecem bastante amplos e interativos. Elementos como montanhas, edifícios e pedras podem ser inteiramente destruídos durante as batalhas. Contudo, logo na primeira luta é possível reparar que o cenário é cercado por uma “grade imaginária” que limita imensamente o combate, tendo em vista que o sistema de luta exige cenários espaçosos.

Os hinos de Dragon Ball Z podem ser emocionantes para os fãs da série de longa data, mas a trilha sonora em Budokai Tenkaichi 2 é repetitiva e enfadonha. Os efeitos sonoros durante as batalhas são genéricos e não fazem muita diferença no resultado final. Um aspecto positivo do título, entretanto, são as dublagens, cujas vozes são as mesmas da versão estadunidense do desenho animado.

Elevando o Ki


Dragon Ball Z: Budokai Tenkaichi 2 traz diversos elementos que devem agradar grande parte dos fãs do desenho animado. A perspectiva da câmera somada aos gráficos tratados em cel-shading deixam o título muito mais familiar e a fidelidade com a qual o jogo trata do enredo é extremamente bem vinda. Os cenários, apesar de pouco amplos, são quase inteiramente destrutíveis, lembrando bastante os grandes combates da série de TV.

Apesar da intenção da Atari de inovar a série levando o título ao Wii ser digna de elogios, a forma como os comandos foram introduzidos aos controles sensíveis a movimento torna difícil o acesso a certos golpes e magias. O sistema de tirar o cursor da tela para realizar alguns comandos, como a defesa, não raro é usado involuntariamente, impedindo o jogador de executar outros comandos. As ações que requerem movimentos nem sempre respondem adequadamente; geralmente apenas os comandos mais bruscos funcionam, mas realizar alguma ação involuntariamente é algo que acontece com certa freqüência.

A proposta de Budokai Tenkaichi 2 provavelmente seja uma das melhores já apresentadas em jogos da série de Akira Toriyama, trazendo aspectos que fazem o jogador sentir no próprio desenho animado. Entretanto, a equipe da Atari poderia ter trabalhado melhor para aperfeiçoar a grande fórmula, com cenários mais amplos, comandos mais precisos e uma trilha sonora e apresentação mais variados.



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