O clima sombrio e infernal de um dos primeiros FPS de todos os tempos está de volta!
Se o FPS (tiro em primeira pessoa) é um dos gêneros mais populares hoje, é graças aos pioneiros no gênero, como Wolfeinstein 3D e principalmente Doom — ambos jogos da iD Software que redefiniram os padrões dos games. Mais tarde, games como Quake ajudaram a aprimorar esta fórmula e adicionaram o dinamismo e a velocidade característicos do gênero hoje. E desta forma foi criado e aprimorado o FPS, com uma série de títulos de peso contribuindo com cada vez mais novos elementos.
No entanto, a maior parte dos fãs do gênero ainda tem grande apego e respeito pelos primeiros jogos de FPS. Uma prova disso é a série Quake, que até hoje sobrevive e faz grande sucesso entre os entusiastas. Além disso, perguntas do tipo “como seria se Doom tivesse sido lançado no contexto atual dos jogos?” não saem da cabeça de sequer um entusiasta.
Conscientes do impacto que a série Doom teve no mundo dos games, John Carmack e a equipe da iD Software decidiram desenvolver uma nova versão para a renomada franquia. O resultado é Doom 3, um jogo que consegue captar a essência de um dos primeiros FPS de todos os tempos e juntá-la aos elementos mais modernos dos games. Levando o medo e o terror psicológico ao extremo, Doom 3 traz uma fórmula bastante peculiar com uma mistura de elementos capaz de criar uma atmosfera incrível.
Uma tecnologia infernal
O ano é 2145 e o planeta, Marte. Você joga na pele de um soldado desconhecido recém contratado para trabalhar na segurança da base da UAC, empresa que faz pesquisas no espaço e na área bélica. Cientistas da empresa vinham pesquisando sobre uma tecnologia marciana antiga de tele transporte havia algum tempo e estavam muito próximos de obter resultados definitivos. No entanto, quando um dos testes finais foi feito, os cientistas descobriram o lado negro desta experiência da pior forma possível: a tecnologia utilizava o inferno como rota para o tele transporte.
O jogador, na pele do soldado em seu primeiro dia de expediente em Marte, presencia a vinda das criaturas diretamente do inferno. Cientistas, técnicos e soldados foram possuídos por espíritos malignos. Criaturas amedrontadoras dotadas de força descomunal e poderes infernais apareceram. Agora você, com apenas uma lanterna, um pequeno arsenal e muito sangue frio, deve combater estes monstros e lutar pela sobrevivência.
Das profundezas da escuridão
Dizer que as criaturas do mal vêm diretamente da escuridão em Doom 3 não é apenas figura de linguagem. Os ambientes do game em geral são bastante escuros e os seus inimigos não raramente surgem das sombras subitamente para lhe atacar. E não é por acaso; isso constitui um dos principais elementos da jogabilidade de Doom 3.
Assim como nos primeiros games da série, em Doom 3 você não raramente se vê cercado por inimigos, que em aparecem subitamente a poucos palmos de distância de você. Por conta disso, os combates geralmente são à curta distância e dinâmicos, exigindo do jogador muita habilidade e reflexos rápidos.
Os inimigos não são muito variados, mas cada um deles oferece um desafio completamente diferente. Técnicos e cientistas zumbis desarmados não oferecem grande perigo ao jogador, entretanto, geralmente são estes que lhe pegam desprevenidos, com sua abordagem sorrateira e silenciosa. Já os soldados zumbis oferecem um perigo maior, afinal, podem utilizar as mesmas armas que você e são bastante destemidos, enfrentando-o mesmo enquanto você dispara uma chuva de balas sobre eles. Há ainda uma série de monstros literalmente vindos do inferno; estes são mais fortes e resistentes, exigindo o uso de armas mais potentes. Vale lembrar que os inimigos são todos inspirados nos monstros das primeiras versões da franquia, tornando o jogo bastante fiel à série.
O que torna os inimigos mais aterrorizantes e ameaçadores é o fato dos ambientes de Doom 3 serem todos tão escuros e sombrios. Para piorar a situação, a lanterna, acessório indispensável no jogo, não pode ser utilizada simultaneamente com as armas, ou seja, nos ambientes mais escuros é necessário primeiro iluminar o inimigo para então atirar cegamente e torcer para que o tiro tenha acertado o alvo.
Há muitos elementos de exploração de cenário também na fórmula de Doom 3. Embora não haja uma interação profunda do personagem com o cenário, é possível mexer em computadores ao longo do jogo, descobrindo informações valiosas e destravando portas, por exemplo. Além disso, há uma série de itens a serem coletados, como munição, kits médicos e discos com informações valiosas para o progresso no jogo.
Para ajudar o jogador a descobrir alguns dos segredos escondidos ao longo do jogo, há um pequeno computador de bolso chamado PDA, no qual é possível guardar informações como o perfil de cientistas (cujas informações são baixadas do computador pessoal de cada indivíduo) e pequenas descrições dos objetivos principais ao longo do jogo.
Sombrio e infernal
Embora o foco da jogabilidade contribua consideravelmente na criação de um clima sombrio, o conceito gráfico de Doom 3, aliado a gráficos tecnicamente excepcionais, é o que torna o jogo tão infernal. Todos os ambientes são apertados e escuros, com um visual futurista que retrata também o colapso de uma sociedade tecnologicamente avançada. Tais elementos são essenciais para a fórmula do game e ajudam a resgatar todo o maravilhoso conceito dos primeiros jogos da série.
O áudio em Doom 3 é outro aspecto que merece destaque — e muito! Essenciais para se sobreviver nos apertados e escuros corredores do jogo, os efeitos sonoros são de altíssima qualidade; essenciais porque é necessário sempre prestar atenção ao som de cada passo estranho. Entre o caos de uma batalha intensa contra os demônios mais horrendos e um momento de profunda calma e silêncio há apenas alguns segundos. Ao longo do jogo, estes extremos sempre se alternam, elevando a adrenalina a mil e acalmando-lhe profundamente logo em seguida, até que tudo se repita novamente.
Das profundezas do inferno
Provavelmente muitos não devem ter acreditado na proposta de Carmack e sua equipe quando Doom 3 foi anunciado. No entanto, a iD conseguiu justamente o que muitos acreditaram ser impossível: aliar todo o conceito que fez de Doom uma das franquias mais conhecidas no mundo dos games às novas tendências dos games. Indo além, a equipe foi capaz de organizar o misterioso enredo da série e criar, através de gráficos da mais alta qualidade, um mundo recheado de medo e mistério. Doom 3, enfim, é exatamente o que seus antecessores seriam se houvessem sido lançados atualmente.
Nota do Voxel