Imagem de DmC: Definitive Edition
Imagem de DmC: Definitive Edition

DmC: Definitive Edition

Nota do Voxel
90

O Diabo até pode chorar, mas você vai se divertir um monte

Equipe TecMundo

DmC: Devil May Cry chegou em janeiro de 2013. O jogo veio cercado de suspeitas e desconfiança. Afinal de contas, o game seria um reboot de uma série já consagrada nos video games. Mudar o estilo de um jogo icônico e com personagens marcantes daria certo?

A resposta é sim. Se isso for feito com capricho, pode resultar em games como DmC: Devil May Cry, que resetou o universo marcante do jogo e soube manter a essência. Além disso, trouxe novos e importantes elementos ao sistema de jogo, deixando ele ainda mais divertido.

O senso de humor presente desde o início da franquia chega mais sagaz nesse reboot com piadas mais adultas e sacadas muito bem pensadas envolvendo os personagens e inimigos, que são verdadeiras caricaturas de figuras presentes no mundo real.

A versão relançada para Xbox One e PlayStation 4 com o selo de “Edição Definitiva” apresenta o mesmo jogo de 2013, com diferenças sutis na jogabilidade e um bom trato nos gráficos. O que já era bom ficou ainda melhor.

Arquitetura da destruição

A Ninja Theory substituiu a arquitetura com influências góticas vista em Devil May Cry 4 por cenários mais atuais, cidades com um visual relativamente mais comum, como onde vivemos.

O diferencial vem quando Dante passa do plano terreno para o limbo, uma espécie de dimensão paralela que transforma completamente o cenário, contorcendo postes e outros objetos e fazendo o chão desmoronar por onde o herói passa. É como ele próprio repara em um determinado momento: “É como se a cidade quisesse me engolir”.

E isso realmente acontece o tempo todo. Em vários pontos, as ruas e os prédios deixam Dante completamente encurralado. Para fugir dali é preciso estar o tempo todo atento às novas habilidades.

A arma tradicional de Dante, a espada Rebellion, tem um papel fundamental em suas habilidades. Ela possui duas variações principais: modo demônio (herdado de seu pai, Sparda) e modo anjo (herdado de sua mãe, Eva).

Cada um desses modos oferece habilidades diferentes. O modo anjo, por exemplo, permite que você seja puxado para perto de objetos e inimigos. Já o modo demônio funciona como um hookshot e puxa inimigos e elementos do cenário para perto do herói.

A dinâmica das fases obriga você a saltar, desviar e procurar novos caminhos com rapidez para não acabar caindo em algum abismo ou sendo engolido pelas armadilhas. As habilidades especiais também são úteis na hora de encontrar elementos secretos espalhados pelas fases.

Nesse ponto, a versão definitiva também facilitou a vida dos jogadores. Antes existiam chaves de bronze, prata, ouro e platina espalhadas pelas fases. Elas eram necessárias para abrir fases bônus. Agora todas as chaves são de ouro, e qualquer chave abre qualquer porta.

A versão remasterizada não trouxe novidades na movimentação do herói, mas garantiu uma que ela ficasse mais fluente e dinâmica. Isso porque o jogo agora roda em uma taxa de 60 quadros por segundo o tempo todo. Em um game de ação como DmC, isso não é apenas um detalhe – principalmente na hora de encaixar combos aéreos destruidores, em que o timing é algo completamente essencial.

E falando em timing de combos, a jogabilidade também recebeu uma série de melhorias. Nada está radicalmente diferente do que era antes, mas a Ninja Theory recolheu anos de feedback dos fãs do game e balanceou completamente o sistema de jogo. Uma série de movimentos mudou. Enquanto uns estão mais rápidos, outros estão mais lentos. Tudo está bem mais equilibrado que antes.

O segredo é combar até o chão

A jogabilidade de Devil May Cry sempre teve como base o grande número de combos, e nesse reboot isso é mais verdade que nunca. O sistema de jogo é bastante amigável e, mesmo que existam inúmeras armas e comandos distintos, é possível se entender com tudo rapidamente.

A Ninja Theory criou um sistema de jogo em que a curva de aprendizado é extremamente suave e mostra logo no início da jogatina que você não vai passar o tempo inteiro apenas esmagando os botões.

Dante possui uma série de armas diferentes em seu arsenal, mas é possível ter até quatro delas ativas o tempo todo. Assim, é possível combinar movimentos diferentes, seja no chão ou no ar, criando combos que beiram o inacreditável. Quanto mais você bate nos monstros, mais você sobe no ranking. Essa pontuação é essencial para ajudar você a desenvolver as habilidades especiais do protagonista.

A versão remasterizada do game melhorou ainda mais esse sistema. Os jogadores que conseguirem fazer combos muito grandes recebem uma pontuação extra se a sequência for finalizada corretamente. Isso o incentiva a buscar cada vez mais por combinações diferentes e variações na execução dos combos. Para completar, existe um modo de trava manual de inimigos, algo que também foi solicitado pelos jogadores.

Um visual bom, mas com cara de ontem

Em termos visuais, DmC: Devil May Cry não foi completamente revolucionário, mas teve o seu lugar garantido como um dos jogos da geração passada mais caprichados — graficamente falando. Entretanto, se o compararmos com games lançados para a geração atual, é possível perceber a diferença.

A remasterização não apresenta diferenças muito visíveis entre o PS4 e o Xbox One. A Capcom manteve o mesmo padrão de qualidade, garantindo que ambos os games rodem a 60 quadros por segundo em resolução Full HD. Alguns filtros e detalhes mais sutis diferenciam os ports um do outro, mas visualmente é praticamente o mesmo jogo.

Nesse ponto, a Capcom pecou por não ter trabalhado com renderizações mais bem produzidas para os personagens, ou pelo menos texturas com definições maiores, como aconteceu com a remasterização de The Last of Us.

Além disso, o visual da versão remasterizada ainda não conseguiu superar os gráficos da versão lançada para PC há algum tempo, que ainda se mantém na liderança por permitir mais filtros e, é claro, resoluções ainda maiores.

Também, como lembrou o Gabriel Rocha nos comentários,  vale a pena lembrar da excelente trilha sonora desse jogo, realizada pelas bandas Combichrist e Noisia.

O que vem no pacote definitivo?

Além do game original, você leva pra casa todos os DLCs lançados para DmC: Devil May Cry, incluindo roupas e a expansão “A Queda de Vergil”, que mostra o que aconteceu com o irmão de Dante após os eventos do game principal.

Além disso, temos uma série de modos de jogo diferenciados para estender a jogatina por um bom tempo ainda. Entre eles está um “Bloody Palace” para Vergil, além de Dante.

O modo turbo também está presente, assim como a dificuldade Hardcore, a Gods Must Die e o desesperador Must Style, em que os monstros só sofrem dano quando o marcador de estilo está no ranking S. Somente para masoquistas.

Além de, é claro, melhorias na engine gráfica, regulagem nos movimentos, balanceamentos e muito mais, a Ninja Theory conseguiu ajustar muito bem o game durante esse tempo e mostra que ficou antenada no que os jogadores disseram.

Vale a pena?

Se você ainda não experimentou DmC: Devil May Cry, essa é uma excelente oportunidade. É um game praticamente obrigatório para quem gosta do estilo. Quem jogou nos consoles da geração passada também não vai se arrepender se passar mais um tempo no limbo ao lado de Dante, principalmente por causa das novidades na mecânica de jogo e da atualização na taxa de frames que trouxe uma dinâmica nova aos combates.

DmC: Devil May Cry traz uma jogabilidade viciante e elementos que conseguiram renovar a série. A história pode não ser a mais original de todas, mas as mudanças de rumo e as surpresas que acontecem do início ao fim são excelentes para entretê-lo enquanto você destroça os demônios enviados por Mundus.

O jogo não tem um visual que remete aos gráficos da nova geração, e sim é um game requentado e sem tantas novidades assim em relação ao original, lançado há dois anos. Entretanto, isso não significa que não vale a pena entrar de cabeça nesse universo fantástico. Ainda mais porque ele custa bem menos que um game da nova geração e também porque títulos desse gênero ainda são escassos no Xbox One e no PlayStation 4.

Cupons de desconto TecMundo:
* Esta seleção de cupons é feita em parceria com a Savings United
Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.
Pontos Positivos
  • Jogabilidade fácil de aprender
  • É viciante fazer combos cada vez maiores
  • Roda em Full HD a 60 fps sem engasgar
  • Cenários bem arquitetados
  • Um monte de modos de jogo diferentes
Pontos Negativos
  • Essa remasterização poderia ter ganho gráficos um pouco melhores