Imagem de Destroy All Humans!
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Destroy All Humans!

Nota do Voxel
80

Destroy All Humans é explosão de cérebros e humanos derretendo com humor

Destroy All Humans já mostra um tipo de humor escrachado pelo nome: destruir todos os humanos é a sua principal missão nesse clássico cult de 2005, um jogo que ganhou popularidade graças à ação do tempo, depois do lançamento, e acabou ficando na memória afetiva de muitos jogadores, lá no PlayStation 2 e no primeiro Xbox.

Agora, em 2020, o estúdio Black Forest Games se aliou à THQ Nordic para trazer um remake dessa aventura que, à primeira vista, parece ser um “rampage” qualquer, isto é, um jogo de destruição pura e descerebrada.

Ocorre que não é bem assim: Destroy All Humans exige que você pense como um ET inteligente e estude o oprimido para entender como executar uma invasão bem-sucedida. Se você curte os melhores requintes de filmes como Homens de Preto e Marte Ataca, Destroy All Humans é um resgate ao tipo de essência dessa atmosfera. Vejamos.

 

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Clichê com orgulho

Usando todos os clichês possíveis em diálogos cheios de humor ácido, Destroy All Humans, conforme mencionado, não é tão simples quanto aparenta. Não se trata de um “GTA de ET em que você anda livremente por uma cidade destruindo tudo”. Seria fácil se não fosse tragicômico.

No papel de Crypto, você precisa entender a mente humana e traçar estratégias para executar uma invasão inteligente, gradativa e separada por etapas – em outras palavras: compreenda a mente dos terráqueos para internalizar informações que nós consumimos, hábitos que adotamos e vícios que temos.

Audiovisualmente, tudo se traduz numa mensagem cafona, clichê, escrachada, bem-humorada e absolutamente divertida

Estruturalmente, a aventura é dividida em fases nas quais você cumpre uma série de objetivos diferentes. Os locais podem ser revisitados posteriormente, em caráter de “modo livre”, abertos à exploração, de forma que Crypto possa encontrar colecionáveis e completar tarefas secundárias. É aqui que você precisa fazer tudo para caçar aquele troféu de platina ou os 1.000 pontos de conquista.

--Fonte:  Divulgação/Destroy All Humans 

ET multifuncional

A magia de Destroy All Humans reside na quantidade de ações que Crypto pode executar, dando um toque de complexidade à experiência. Por isso frisei que não é um jogo tão casual quanto pode parecer à primeira vista.

As mecânicas não se limitam a atirar nos outros ou entrar em seu disco voador e derreter a natureza com raios laser: você precisa ler a mente de humanos por meio da psicocinese, assumir disfarces, “renovar” o efeito da ilusão, extrair informações dos cérebros de transeuntes, fazer NPCs te seguirem ou usar a sonda anal para executar algo mais, digamos, “inusitado”. Assista à videoanálise acima que você vai entender melhor como a mecânica funciona..

Audiovisualmente, tudo isso se traduz numa mensagem cafona, clichê, escrachada, bem-humorada e absolutamente caricaturada para parecer uma grande paródia, tal como vimos nos mencionados filmes de ficção científica e outros que brincam com essa premissa. Esse é um mérito que ninguém tira de Destroy All Humans.

Galeria 1

Progressão, habilidades e frames

O senso de progressão tem boa dosagem: as habilidades de Crypto e do disco voador são desbloqueadas conforme você progride na aventura e acumula pontos. Fora o leque de armas, que abre todo um outro grupo de possibilidades: há o energizante, a sonda anal e talvez aquele que seja meu favorito: o raio desintegrador, em que você derrete pessoas e deixa só o pó da caveira dar o último suspiro de despedida deste plano espiritual.

O mesmo serve para o disco voador: não basta apenas soltar uma descarga elétrica e devastar tudo por onde passa: é possível abduzir pessoas, transportá-las, usar a blindagem da nave para repelir mísseis, drenar energia da natureza para restaurar os escudos etc. A putrefação aérea oferece um bom sentimento de satisfação.

De mazelas, temos uma ou outra queda na taxa de quadros por segundo, especialmente em algumas animações, e também achei a tela de carregamento mais demorada que o normal em transições pontuais.

--Fonte:  Divulgação/Destroy All Humans 

Remodelagem necessária – as rugas já estavam visíveis

Dentro do papel de um remake, os personagens de Destroy All Humans foram completamente redesenhados, mantendo o semblante cômico de 2005 em nuances cartunescas e traços leves, arredondados, que dão o tom hilário da aventura.

Cenários reconstruídos: mais árvores, mais pessoas na rua, mais construções e movimentação aprimorada. Na verdade, o gameplay como um todo foi reformulado, embora maculado por uma fluidez não tão robusta e alguns bugs que se esgueiram pela tela – discretamente, sejamos honestos – quando muitos elementos se acumulam.

A transição gráfica respeita o jogador que teve contato com a obra de origem e, concomitantemente, conversa com o marinheiro de primeira viagem - se você estiver inserido nesse grupo, prepare-se para um tipo de humor esporádico nos dias atuais, reproduzido com fidelidade ao título original.

--Fonte:  Divulgação/Destroy All Humans 

Nova identidade

É louvável o trabalho de identidade que a Black Forest Games imprimiu à aventura com toda uma nova linha de diálogos, não se limitando aos apelos técnicos mais imediatos, como gráficos e remixagem de som. Se Crypto já era infame em 2005, ele é insano em 2020. Um ET com toque de Jack Nicholson, sabe?

O excesso de clichês propositados pode incomodar a nova geração de jogadores, especialmente porque as piadas fazem alusão a inúmeros elementos da realidade atual, inclusive políticos.

Há 15 anos, o mundo estava mais preparado para esse tipo de coisa. Hoje, mais sensível.

--Fonte:  Bruno Micali/Voxel 

Veredito

De modo geral, o remake de Destroy All Humans cumpre sua responsabilidade fundamental de redesenhar uma experiência que, do jeito que estava, hoje seria datada. As rugas eram visíveis. Mas não: o jogo foi bem adaptado à modernidade e traz um tipo de humor raro nos dias atuais, essa paródia escrachada e ao mesmo tempo inteligente. A plástica foi bem-sucedida.

É isso que deu o efeito de clássico cult a Destroy All Humans, juntamente com uma série de pequenos sistemas que misturam complexidade camuflada de simplicidade, e o mais importante é que a diversão espremida disso tudo, aliada às piadas clichês e um tom ácido, faz a experiência valer a pena.

Não é tão descerebrado ou descompromissado quanto você pode pensar, e a magia do jogo mora justamente nessa mistura de elementos. Deixe Destroy All Humans te conduzir por essa experiência de arrancar cérebros – mas lembre-se de não desligar o seu próprio.

Destroy All Humans foi gentilmente cedido pela THQ Nordic para a realização desta análise.

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Pontos Positivos
  • Simples e complexo ao mesmo tempo
  • Visceral, lúdico e regado a diálogos engraçadíssimos
  • Clichês escarrados na tela
  • Bom visual e movimentação aprimorada
Pontos Negativos
  • Queda de frames em momentos pontuais, especialmente quando há muitos elementos na tela
  • Telas de loading mais demoradas que o normal em algumas transições
  • Embora o gameplay esteja legal, faltou imprimir um toque de robustez