Um jogo de Wii em HD e nada mais que isso
Quando o primeiro Dead Space foi lançado, lá em meados de 2008, tanto crítica quanto jogadores se admiraram com a atmosfera claustrofóbica e aterrorizante do suravival horror espacial. Além de praticamente retomar um gênero quase esquecido na atual geração, o game chegou para praticamente todas as plataformas. Ou melhor, quase todas.
Com Isaac Clarke sobrevivendo no PlayStation 3, Xbox 360 e PC, somente os proprietários do Wii ficaram de fora da horripilante aventura – o que deixou muita gente frustrada por conta da “exclusão”. Por conta disso, a Visceral Games preparou uma história inédita para o sistema da Nintendo e que chegou às lojas um ano após o game original.
Como você pôde conferir na análise de Dead Space Extraction feita na época de seu lançamento, o jogo consegue resgatar algumas das melhores experiências do título do qual foi originado, embora possuísse algumas falhas. Apesar das diferenças, o terror e o medo sentidos enquanto caminhamos por corredores escuros continuam os mesmos.
A maior novidade, porém, foi a mudança de perspectiva. A câmera em terceira pessoa foi abandonada e agora enxergamos todo o caos da estação espacial pelos olhos de um sobrevivente, levando a série para o lado dos FPSs. Ainda que o sistema de “on-rail”, que faz com que a movimentação seja automática, não tenha agradado a todos, a utilização – do até então exclusivo – sensor de movimento para controlar a mira de uma arma deu novas possibilidades de jogabilidade.
Dois anos depois, o PS3 também recebeu um acessório para captar as ações do jogador de maneira semelhante ao que acontece no Wii. Em conjunto com a recente chegada de Dead Space 2 ao mercado, isso fez com que a Visceral retomasse a história de Extraction e o levasse também para o console da Sony.
Preparando terreno ou requentando material?
Como dissemos, a versão de Dead Space Extraction para o PlayStation 3 veio tanto como uma forma de ampliar a experiência do recém-lançado jogo da série quanto uma maneira de o estúdio lucrar alguns dólares a mais. O episódio paralelo foi adicionado como bônus na edição especial de DS2 e também foi disponibilizado na PSN, para que qualquer pessoa possa ter acesso ao título que até então era exclusivo da Nintendo.
De uma forma ou de outra, podemos adiantar que há poucas novidades entre as duas versões. Com exceção da qualidade, que deixou os 480p do Wii e adotou um padrão HD de 720p, quase nada mudou. A troca do Wii Remote pelo Move é a grande novidade, afinal o periférico da Sony consegue ser muito mais preciso e sensível – mesmo que isso seja responsável por alguns problemas, como será visto no futuro.
Por se tratar de um simples port para o PS3, espere encontrar tudo aquilo já visto anteriormente. Todos os acertos da edição passada estão novamente presentes, assim como os erros que voltam a ser repetidos.
Se você está empolgado com a chegada de Dead Space 2 e quer ampliar a experiência de jogo, saiba que há grandes chances de se decepcionar. Além de serem jogos de gêneros diferentes (apesar de pertencerem à mesma franquia), a qualidade apresentada em Extraction fica bem abaixo do que vimos na nova aventura de Isaac Clarke.
Por mais que o Move consiga tornar os controles mais precisos e a qualidade gráfica tenha melhorado muito com os 720p, ainda há a sensação de que estamos diante de uma versão de um jogo que seria de um possível Wii HD. A modelagem dos personagens está bem abaixo daquilo que o PS3 é capaz de suportar, mesmo se tratando de um game disponível na PSN.
Porém, o grande problema de Dead Space Extraction não está nos gráficos ou nas confusões que o controle cria, mas no simples fato de ser clara a falta de cuidado da Visceral Games na hora de adaptar o título. A impressão que temos é que ela simplesmente melhorou a aparência da versão lançada em 2009 e lançou no embalo de DS2 para conseguir lucrar alguns dólares com a empolgação em torno do sucesso da sequência.
Repetir os mesmos erros é algo inadmissível, principalmente em se tratando de um mesmo produto, o que é uma pena quando falamos de um episódio da excelente série Dead Space. O único grande ponto positivo do título é provar que o Move pode ser utilizado em games hardcore, o que dá novas esperanças aos proprietários do acessório de tirarem a poeira do periférico.
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