Imagem de Daylight
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Daylight

Nota do Voxel
50

Fórmula pronta e poucas inovações não criam um jogo de terror decente

Gameplay

No ano passado, a Zombie Studios revelou que estava trabalhando em um jogo inédito para PlayStation 4 e computadores. O título de terror que levava o nome de Daylight prometia ser um dos games mais horripilantes de 2014, graças à Unreal Engine 4 e ao modo de jogabilidade em primeira pessoa.

Pra você que está chegando agora e não sabe do que se trata o jogo, vale uma pequena introdução. Em Daylight, você controla uma personagem chamada Sarah. O game começa em um hospital abandonado e você tem apenas seu celular como fonte de luz. Agora, você deve explorar o local e tentar encontrar uma saída e as respostas para saber o que aconteceu.

Há poucos dias, depois de alguns atrasos, Daylight finalmente foi disponibilizado. Testamos a versão dos computadores e pudemos conferir de perto todo o clima de tensão e terror do jogo. Pra ser sincero, já podemos adiantar que o game não é tão horripilante como era prometido, porém vamos explicar tudo nos mínimos detalhes.

Uma jornada sombria

Bom, vamos começar pelo começo. Os primeiros momentos de Daylight são curiosos e muito sombrios. Todo o mistério por trás da personagem principal, as dúvidas sobre seu passado, os motivos que a fizeram parar neste hospital e outros questionamentos dão o impulso inicial.

O guia do jogo é um cara que mantém contato pelo celular. Não há informações sobre esse homem, mas ele deixa o jogador com mais medo. O aparato tecnológico é bem-vindo para ver o mapa, porém ele é desnecessário, visto que não condiz com a proposta do título, que ficaria mais amedrontador sem essa luz que fica constantemente acesa.

Os ambientes de Daylight são bem escuros e recheados de surpresas. Tudo parece muito velho, com portas rangendo, objetos caindo do teto e itens enferrujados. Explorar esses cenários pode ser assustador, mas o medo só existe se você jogar no escuro e estiver muito concentrado.

Os barulhos do jogo são as ferramentas primordiais para deixar o jogador apreensivo, sendo que os sustos são bem raros. De qualquer forma, não dá para dizer que ele não é amedrontador, pois é impossível jogar e não ficar com medo pelo menos uma vez.

Um recurso muito legal do jogo é a geração de mapas aleatórios e objetos posicionados em diferentes locais. Isso garante que uma jornada nunca seja igual a outra. Em nossos testes, tivemos duas experiências diferentes, sendo que na segunda foi possível pular uma parte do jogo sem perder nada da história.

Mais do mesmo

A história de Daylight é contada aos poucos, através de uma série de documentos que estão espalhados nos cômodos do hospital e em outros locais (há diversos ambientes ao longo do jogo). Antes que você pergunte, vamos deixar bem claro: sim, essa é a mesma fórmula de Slender, que, por sinal, é algo que já existia em outros games.

Além dos papéis que estão grudados nas paredes e guardados em caixas, você encontrará algumas fotos que ajudarão a ter uma ideia do que aconteceu nesses ambientes sombrios e o motivo que levou Sarah até esse local. A ideia é boa, mas tudo é bem genérico e você logo vai se cansar de ficar coletando papéis e sair correndo de fantasmas.

O problema maior é que Daylight não tem variação de ritmo. Você vai realizar um roteiro idêntico em vários cenários por duas ou três horas. É simples: encontre seis páginas de documentos, pegue um objeto para o ritual e libere uma nova passagem. Repetindo isso várias vezes, sem nem pensar muito, você vai chegar ao fim do game.

Às vezes, em uma ou outra fase, há algum desafio que exige que você arraste algumas caixas para conseguir encontrar o caminho correto. Na verdade, é até bem sem graça arrastar a caixa e escalar em alguns locais, pois isso não exige qualquer habilidade ou raciocínio.

Um fantasma camarada

É engraçado que Daylight tenta impor medo, mas ao mesmo tempo dá ferramentas para você se livrar das assombrações. Há muitos sinalizadores espalhados pelos cenários, sendo que basta acender um desses itens para acabar com os fantasmas.

Além dessa facilidade, o jogo é bem tranquilo. Os fantasmas raramente chegam perto para ficar atormentando. Eles mais servem para dar sustos do que de fato para aniquilar o jogador. É importante avisar que também não adianta pensar que você é imbatível e que essas criaturas são inofensivas, pois elas vão te matar em algum momento.

Daylight fica um bocado mais fácil também por conta desses fantasmas que deixam você olhar o mapa e pegar as páginas sem ser incomodado. Passar por apuros é coisa rara e você só não vai terminar o jogo se ficar muito perdido e não conseguir encontrar sinalizadores.

Vale a pena?

Para ser sincero, aguardávamos um jogo mais assustador e que fosse no mínimo diferente. A falta de inovação é um sério problema, pois a fórmula não ganhou novidades que realmente valham a pena. Os únicos diferenciais aqui são os objetos que servem para os rituais e o celular que serve para facilitar a jogatina.

Os gráficos de Daylight não são ruins, mas percebemos que faltou capricho em diversos pontos. O jogo de luz e sombra faz bem seu trabalho, porém há algumas falhas sinistras nos efeitos de fogo e na água.

A modelagem simples e as texturas não impressionam. Há vários elementos de cenários que são repetidos durante o jogo, algo que poderia ser facilmente contornado e deixar o jogo mais convincente.

No fim das contas, você vai acabar correndo sem parar e não vai prestar muita atenção no que está rolando ao seu redor e nas tantas informações dos documentos. Isso não é legal, pois você pode não entender muito bem o enredo e ter poucos momentos de medo. Entretanto, o que mais nos decepcionou foi a curta duração do game (dá pra terminar em 1 hora e 30 minutos) e a história sem graça.

De qualquer forma, quem adorou Slender e gosta dessa coisa de correr e tomar sustos com barulhos sinistros certamente vai encontrar aqui uma boa cópia com um tipo diferente de assombração. Todavia, é preciso considerar que o jogo é um pouco mais fácil e só dá medo realmente se você jogar sozinho em um quarto escuro e com o som alto.

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Pontos Positivos
  • Ambientes assustadores
  • Sons sinistros
Pontos Negativos
  • Cópia de Slender
  • Gráficos medianos para Unreal Engine 4
  • Repetitivo e cansativo
  • História pouco interessante