Imagem de Culdcept Saga
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Culdcept Saga

Nota do Voxel
75

A mistura de Magic com Banco Imobiliário estreia nos consoles de sétima geração em grande estilo.

A franquia Culdcept sempre apelou para um público restrito, devido à sua jogabilidade característica de misto de jogo de tabuleiro com jogo de cartas. Desde o lançamento do primeiro título no Sega Saturn, a série construiu uma base de fãs fiéis, que agora podem conferir Culdcept no Xbox 360.

Lançado originalmente em 2003 para o PlayStation 2, o jogo Culdcept, misturou elementos de jogos de tabuleiro como Banco Imobiliário, com os duelos de cartas presentes em jogos como Magic e Yu-Gi-Oh!.

Agora a saga de Culdcept finalmente chega aos consoles de sétima geração, com a estreia de Culdcept Saga, exclusivo para o Xbox 360. A jogabilidade singular do título original retorna com força total para esta nova edição (a primeira fora de uma plataforma da Sony.

Considerado um rpg de estratégia em seu núcleo, os desafios baseados no duelo de cartas se desenvolvem sobre um tabuleiro, que pode assumir diferentes formatos conforme o nível jogado. Dispostos sobre o tabuleiro estão dois personagens, sendo que você controla um deles.


Senta que lá vem história!

Mesmo que a trama seja algo totalmente descartável para a apreciação deste título, Culdcept Saga apresenta uma pequena (e pouco inspirada) trama de fundo. O jogo gira em torno das aventuras de um jovem garoto que foi vendido com escravo para salvar a o seu vilarejo.

Quando o rapaz partia da cidade com seus novos “donos” — a família real local, incluindo a bela Princesa Faustina, que logo se afeiçoou pelo garoto — , o grupo se deparou com uma misteriosa mulher que carregava um deque de cartas mágicas que pareciam responder de forma mística a presença do jovem escravo.

Presenciando o ocorrido, a mulher logo identifica o escravo como sendo o “Salvador”, mencionado em uma antiga profecia. Na realidade o garoto (controlado pelo jogador) é um poderoso Cepter, um indivíduo capaz de controlar as cartas mágicas.

Agora cabe a você trilhar o caminho que o transformará no maior Cepter de todos os tempos. Para tanto o jogador terá que utilizar seus poderes em inúmeras batalhas, libertando o seu povo e restaurando a paz para o reino.
Um dos raros momentos de qualidade dos gráfica.

Carta na manga


Antes de qualquer coisa fica aqui um destaque para o manual do jogo, isso mesmo, a Omiya Soft fez um belo trabalho e produziu um texto bem didático que apresenta de forma simples os principais elementos do jogo (infelizmente o manual está todo em inglês, mas certamente vale a pena dar uma lida).

Muito bem, vamos ao que interessa. Para começar o jogo você deve criar o seu Cepter. O editor de personagem é extremamente limitado, mas permite um certo grau de personalização do seu herói. Feito isso, você será apresentado ao intrincado universo de Culdcept Saga.

A jogabilidade é incrivelmente intuitivo (algo pouco usual para os complicados jogos de estratégia que envolvem duelos com cartas), sendo esta característica certamente é um dos pontos mais fortes do jogo.

Quem já teve a oportunidade de jogar uma partida de Banco Imobiliário não terá problema algum para se adaptar  ao sistema de jogo. Isso porque o usuário é colocado sobre um tabuleiro dividido em várias casas (igual ao tradicional jogo de tabuleiro).

Seu objetivo é somar um determinada quantia em dinheiro antes de seu oponente. A cada volta no tabuleiro os jogadores recebem uma soma adicional de ouro, mas a maior parte do dinheiro vem mesmo dos pedágios coletados ao longo do tabuleiro, sendo que cada uma das casas possui uma cor referente ao elemento dominante (azul para água, vermelho para fogo...).

Diferente, mas com alguma coisa em comum

E é aqui que Culdcept Saga se difere do popular Banco Imobiliário (Monopoly). Ao invés de comprar os terrenos, você deve posicionar criaturas (tiradas do seu deque de cartas místicas) ao longo das casas. Se o oponente cair em um terreno ocupado por uma carta sua, ele deverá pagar o pedágio, ou desafia-lo para um combate.

Elas são do baralho! O vencedor do duelo assume o controle do terreno e ainda recebe uma multa do perdedor. Além disso, como no Banco Imobiliário você também pode aumentar o valor do pedágio construindo melhorias no local (casas e hotéis), que no caso do Culdcept Saga são estruturas que vão desde muralhas de defesa até grandes castelos, sendo que estas construções também vão melhorar os índices de combate da sua criatura, além de aumentar o valor do pedágio.

Você também pode alterar a cor das casas para encadear fileiras de elementos semelhantes (fato que também aumentará o valor dos terrenos), mas a mecânica de jogo básica é esta, simples, sem muitos rodeios e capaz de viciar qualquer jogador.

Fora de foco

Os gráficos e os efeitos sonoros realmente são o calcanhar de Aquiles de Culdcept Saga. Por não serem os focos do jogo (voltado quase que exclusivamente para a jogabilidade) estes quesitos são deixados de lado e acabam ferindo muito a apreciação geral do título.

Não há nenhum detalhe de alta definição, sendo que você poderia facilmente confundi-lo com um título da Xbox LIVE Arcade — o que levanta uma boa questão, já que a Bandia Namco Games poderia ter lançado o jogo diretamente no serviço online do Xbox 360.

Mesmo na sua edição original, para o PS2 (lançado em 2003) já podia se conceber a possibilidade de rodar o título em plataformas tecnicamente inferiores como o próprio PlayStation Original ou o Nintendo 64. Os gráficos são simplistas e mesmo que afetem em nada a jogabilidade um pouco de trato, nem fosse somente com as telas de fundo, daria um toque todo especial para o jogo.
Sorte ou Revés.

Longa duração

A jogabilidade atraente e as funções multiplayer fazem com que você Culdcept Saga permaneça por um bom tempo dentro do seu Xbox 360. Se você não se importar com a extensa duração das batalhas, o título vai capturar a sua atenção por longas horas.

Se não bastasse a grande biblioteca de cartas (mesmo que inferior a versão do PS2), o jogo ainda conta com modalidade de jogo online com suporte para até quatro jogadores simultâneos, que resultam em batalhas alucinantes.

A mistura bem homogênea de Magic the Gathering com Banco Imobiliário resulta um jogo no qual a jogabilidade supera as limitações técnicas de áudio e vídeo. Acessível para os novatos e com uma evolução suficientemente desafiadora para os mais experientes, Culdcept Saga agrada a todos sem fazer alarde.
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