Uma aventura rasa e insossa
“Você e seu grupo chegam a uma cidade. O mago vai à frente e se assusta com o que vê, enquanto o mercenário e a assassina que o acompanham não entendem o porquê de tanto espanto diante de um vilarejo que há muito tempo parece ter sido abandonado. Quando o feiticeiro ensaia uma explicação sobre o que aquele lugar um dia representou, seu grupo ouve um estranho e assustador grunhido vindo dos escombros. O que você faz?”
Se hoje o conceito de RPG está diretamente ligado à imagem de evolução de personagens e exploração de cenários quase infinitos, por muito tempo o termo foi designado ao estilo de jogo em que as pessoas interpretavam seus personagens e criavam, a partir de descrições como a feita no parágrafo anterior, mundos e aventuras inteiras. Em todas essas histórias, porém, um padrão: as tramas predominantemente medievais e a existência de um grupo.
Essa pequena “aula” é necessária para explicar a essência de Crimson Alliance, game que chega ao Xbox 360 com exclusividade pela Xbox LIVE Arcade. O título recria exatamente o espírito das partidas do RPG clássico, sobretudo em relação à exploração em conjunto. O problema é que, assim como outras tentativas de reproduzir a fórmula que nasceu fora dos video games em sistemas domésticos, o jogo também acompanha falhas que comprovam que as planilhas ainda são melhores do que o joystick em alguns aspectos.
Crimson Alliance tinha tudo para ser um divertido game para a Xbox LIVE Arcade que reaproveita a fórmula dos RPGs de mesa para criar uma aventura tão descompromissada quanto aquelas narradas por um mestre. No entanto, o resultado final é tão sem graça que você mal sente vontade de terminar a primeira campanha.
O curioso é que, apesar dessas falhas, ele não é ruim, sendo melhor que muito game lançado em disco neste ano — ainda sinto arrepios ao me lembrar de Knights Contract, por exemplo. O problema é que o game é tão genérico e insosso que fica complicado querer avançar para o próximo nível.
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Nota do Voxel