Titã? Muito pelo contrário: este jogo é uma completa decepção
Você aluga ou compra o game na esperança de que o pessoal da Game Republic realmente tenha acertado no desenvolvimento de uma adaptação dos cinemas. Em seguida, você insere o disco em seu console, torcendo para que, no mínimo, os visuais impressionem e apresentem uma ambientação convincente. Afinal de contas, é Fúria de Titãs, não é mesmo?
Nem todos gostaram do filme, mas o jogo é simplesmente deplorável. Mesmo aqueles que nunca ouviram falar no longa-metragem podem ficar enojados com a experiência em cerca de duas horas. Normalmente, a redação do TecMundo Games procura ser imparcial na introdução de uma análise, mas é difícil exprimir comentários neutros sobre este game.
Enfim, o título é fiel à história original, embora corte certas cenas e apresente alguns aspectos que não aparecem no filme, como missões, monstros e armas. Embarcando em objetivos “secundários” (na realidade, você é praticamente obrigado a fazer tudo), o jogador tem a possibilidade de ampliar seu conhecimento de mitologia greco-romana e ajudar outros personagens da trama.
Trata-se de uma mistura não muito convincente de ação, aventura e até mesmo elementos RPG. Ação? Pois é, a jogabilidade é inteiramente hack ‘n’ slash, visto que Perseu — o filho mortal de Zeus — passa maus bocados enfrentando criaturas diversas. No que diz respeito à aventura, o próprio enredo tenta (sem sucesso) envolver o gamer em empreitadas “diversificadas” nos cenários naturais da época.
E os elementos RPG fazem referência a quesitos como sistema de nivelamento, cumprimento de missões com objetivos pré-especificados, melhoria de armas e progressão do personagem — expansão da barra de vida e aumento do dano da arma principal — ao longo da história. Mas é claro que o foco do game consiste na pancadaria, na batalha contra diferentes seres... Inclusive soldados humanos.
Há peculiaridades? É claro que sim, mas essas características não salvam o conjunto. Por exemplo: existe a chance de utilizar uma arma secundária para causar dano extra e executar um golpe final — o sub weapon seize — na tentativa de trucidar o oponente através de um pequeno QTE (Quick Time Event, pressionar botões na hora certa). A recompensa, em itens, é aumentada se o jogador tiver sucesso nessa finalização.
Além disso, o gamer tem a oportunidade de melhorar essas armas com os objetos em mãos. Em quais aspectos? Aumento de dano, diminuição do custo (em souls, almas) e desbloqueio de novas habilidades com esses poderosos instrumentos. São dezenas de armamentos e habilidades que o combatente pode empregar para dizimar os inimigos.
Coletar almas é fundamental para o domínio da jogabilidade. Certas vezes, surge a possibilidade de realizar um chain seize, um ataque em cadeia que suga simultaneamente as almas de todos os inimigos à volta e, por fim, aniquila-os. O golpe é simples de ser executado e pode ajudar — e muito — quando vários inimigos começam a cercar o herói.
De modo geral, o título da NAMCO BANDAI “imita” fenômenos dos games, como God of War, tentando deixar o jogador mais confortável com a experiência. É uma pena que o resultado final tenha sido totalmente o oposto disso.
Clash of the Titans é, infelizmente, um daqueles títulos que enaltece — e como — a seguinte afirmação: até agora, a maior parte das adaptações de filmes para os video games foram decepcionantes. Hollywood não é fonte de bons jogos eletrônicos, o jogo com base em Fúria de Titãs deixa algumas pessoas... Bem, furiosas.
Na verdade, decepcionante é um apelido carinhoso para esta “pérola” da NAMCO BANDAI. É incrível a quantidade de falhas e problemas encontrados durante a experiência. O jogo é uma afronta aos olhos e ouvidos do gamer. A jogabilidade? Longe de ser aceitável. O simples conjunto de controles poderia ser muito mais prático, dinâmico e divertido.
De qualquer maneira, o que importa é que você não deve adquirir este game, tendo visto o longa-metragem ou não. Desembolsar US$ 59,99 (preço de venda no momento em que foi escrita esta análise; aproximadamente R$ 105,48 na taxa de câmbio atual) com um produto como este é jogar dinheiro no lixo.
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Nota do Voxel