Imagem de Call of Duty: Infinite Warfare
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Call of Duty: Infinite Warfare

Nota do Voxel
85

O futuro não é tão incerto quanto muitos imaginavam

 

Quando foi apresentado, muita gente torceu o nariz para a proposta de Call of Duty: Infinite Warfare. O motivo para muitos era o mesmo: histórias envolvendo guerras futuristas estão ficando cada vez mais sem graça. A quantidade de dislikes no vídeo de apresentação do novo jogo foi uma prova, mas a pergunta que fica no ar é: será que ele ficou tão ruim assim?

Com isso em mente, a Infinity Ward tinha um trabalho complicado pela frente: mostrar que Call of Duty ainda é uma série de respeito, capaz de manter o interesse do público e ainda tentar chamar a atenção de novos jogadores. E, apesar de estar em um tiroteio do qual dificilmente conseguiria sair viva, ela conseguiu fazer bem o seu dever de casa.

Agora que estamos com o game em mãos, podemos dizer que essas reações foram um pouco exageradas (ok, confesso que também posso me incluir no grupo dos que torceram o nariz, mas pelo visto eu estava errado). É verdade que talvez a Activision deva considerar voltar um pouco no tempo e dar um reboot na série, mas o fato é que Call of Duty: Infinite Warfare está bem longe de ser um game ruim.

O futuro que ninguém quer

Call of Duty sempre foi conhecida como uma série capaz de entregar boas campanhas para o público, mas estava tropeçando um pouco nos games mais recentes (especialmente com Black Ops 3, que não teve uma das melhores histórias na minha opinião). Claro, é preciso lembrar que ainda não foi dessa vez que encontramos um game com enredo digno de rivalizar com a trilogia Modern Warfare ou os dois primeiros Black Ops, mas ela agrada bastante.

A história contada aqui nos coloca no controle de Nick Reyes, soldado que está prestes a encarar a batalha mais complicada de sua vida. Em futuro levemente distante, uma civilização alienígena decide tocar o terror no sistema solar e escravizar diversas populações. Bem, faltava um certo planeta azul que não está muito longe do Sol, e é exatamente isso que você deve evitar aqui.

Tudo acontece com uma boa cadência, e graças aos deuses dos jogos você não vai demorar muito para entender o que está acontecendo. E, claro, espere por diversos momentos envolvendo explosões e o ritmo que a Infinity Ward, que trabalhou nos games da subdivisão Modern Warfare, sabe aplicar aos seus jogos, prendendo a sua atenção do começo ao fim.

Melhorando aqui e ali

Uma novidade em Infinite Warfare é o fato de que você é livre para escolher o caminho que quer seguir a partir de um determinado ponto da aventura. Tendo todo o sistema solar e os seus planetas para explorar, é possível determinar uma trajetória capaz de colocá-lo em uma campanha que pode durar cerca de 7 horas ou avançar passando por todos os estágios, elevando esse tempo para algo que pode facilmente passar de 10 horas.

Aliás, espere por cenários bem variados enquanto viaja pelo universo. Enquanto estiver em Marte, por exemplo, você vai ver áreas com formações mais rochosas, algo que muda nas fases ambientadas na Terra e até mesmo à deriva no espaço.  Nem mesmo o Sol ficou de fora, e nos brinda com uma área na qual é preciso, literalmente, andar pela sombra para não morrer tostado.

Há ainda um outro ponto que marca presença neste game e talvez deva ser um pouco mais explorado por Call of Duty em seus próximos games: as fases de ação furtiva. Aqui, esses momentos aparecem em áreas bem específicas e em quantidades limitadas, mas ficam bem longe do que foi visto na fase do atirador de elite em Call of Duty 4: Modern Warfare. Aliás, infelizmente nem é preciso agir na surdina, já que praticamente não há penalidades caso avance metendo bala em alguns desses trechos.

Se por um lado o game não faz o trabalho no trecho furtivo da forma como deveria, o mesmo não pode ser dito das fases nas quais você está pilotando uma nave. Os combates aéreos com embarcações de tipos e tamanhos variados até lembram, de longe, momentos vistos em “Guerra nas Estrelas” e outros produtos que apostam nessa temática, além de serem bastante divertidos. Guiar tais veículos também não é um problema, e em pouco tempo o céu será praticamente o seu segundo lar.

Reforços bem-vindos

Dando continuidade à tradição de colocar alguns rostos conhecidos em seus trabalhos mais recentes, Call of Duty: Infinite Warfare traz atores conhecidos do público, sendo o principal deles o de Kit Harington, que interpreta Jon Snow no seriado “Game of Thrones”. Aqui, ele dá vida ao vilão Salen Kotch, e promete fazer com que o jogador, com o perdão do trocadilho, entre em uma verdadeira fria e busque formas de sair vivo dessa guerra.

Um detalhe que vale ser mencionado é o fato que Harington conseguiu construir um personagem com feições que não lembram em nada o bastardo da casa Stark em “Game of Thrones”. Entretanto, é válido ressaltar que Kotch ainda está longe de ser um vilão com o qual você se importa até mesmo por não dar as caras muitas vezes – algo bem diferente do que vimos com Raul Menendez, o inimigo que tivemos que eliminar em Call of Duty: Black Ops 2.

Além dele, também temos o lutador Conor McGregor como um dos aliados de Kotch, e David Harewood, que apareceu em "Supergirl" interpretando J’onn J’onzz e aqui dá vida ao sargento Omar. Esses personagens não chegam tão perto do vilão, de Ethan ou do protagonista, mas conseguem manter o nível da campanha.

Para que a saga de Call of Duty: Infinite Warfare fosse mais brilhante só faltou mesmo uma lista de personagens um pouco mais memorável, tal como tivemos a oportunidade de ver em Modern Warfare com capitão Price, Soap e Ghost, apenas para citar alguns exemplos. Até mesmo a dublagem ficou bacana, e algumas delas fizeram com que o game não ficasse parecendo um filme de ação de fim de tarde.

Os miolos nossos de cada dia

Como todo Call of Duty recente, Infinite Warfare também nos dá a oportunidade de estourar os miolos de diversos zumbis em uma versão um tanto quanto cômica intitulada Zombies in Spaceland. E, convenhamos, não dá pra esperar algo muito sério de um modo que começa com um desenho animado, não é mesmo?

Brincadeiras à parte, os fãs dessa opção vão ficar felizes em ver que todas as dinâmicas que fizeram dessa modalidade um sucesso permanecem intactas aqui. Sim, você ainda pode encontrar armas aos montes por aí, desbloquear trechos novos ao gastar um pouco da sua grana e até mesmo usar alguns recursos para facilitar a sua vida.

Entre as novidades podemos destacar um sistema que permite depositar dinheiro para utilizar posteriormente, algo que se mostra bem útil especialmente em partidas cooperativas. Além disso, há algumas cartas que você pode usar para obter algumas vantagens, armas para desbloquear e outros elementos que certamente vão fazer com que você perca muitas horas por aqui, seja matando os comedores de cérebro, rindo de algumas situações provocadas pelo enredo ou até mesmo se divertindo em algumas brincadeiras – afinal, estamos em um parque.

Infelizmente, não consegui concluir a campanha presente aqui (você deve ajudar alguns jovens a escapar de um parque que serve de cenário para um filme de terror), mas pude ver alguns vídeos de pessoas que se dedicam a isso e que mostram até um chefe para deixar as coisas um pouco mais desafiadoras aos corejosos que se arriscarem nessa matança desenfreada de comedores de cérebro.

E ainda sobram balas para o multiplayer

E, claro, não podíamos terminar essa análise sem dedicar um espaço ao multiplayer, considerado por muitos o coração de Call of Duty. Sem arriscar muito, a Infinity Ward resolveu jogar seguro ao apresentar alguns elementos que fizeram sucesso com o público, como o sistema de Pick 10 para escolher até dez elementos de composição do personagem e guerreiros que lembram os especialistas de Black Ops 3 (incluindo aqui habilitades especiais para eles).

Entre as novidades vistas aqui está a possibilidade de escolher grupos diferentes para representar, trazendo uma dinâmica divertida para os confrontos graças as missões adicionais que você pode receber em cada partida. Além disso, é possível obter chaves para abrir caixas que contêm itens e até mesmo colocar as mãos em armas protótipo que podem oferecer algumas vantagens nas batalhas.

Outro detalhe importante é que aparentemente os produtores da Infinity Ward andaram curtindo alguns games para dispositivos móveis, e acabaram incluindo um sistema de recompensa diária para tentar manter o público do game ativo. Claro, apenas um auxílio mais básico é oferecido para todos (na forma de crédito para obter itens), mas aqueles que investiram um pouco mais no game ganham alguns adicionais nesse modelo.

Mas ele funciona bem?

Os confrontos seguem com uma cadência boa, e diferente do que vimos em Black Ops 3, ao menos dessa vez os servidores não estão tão problemáticos, permitindo que as partidas corram sem grandes problemas. Ok, talvez você até veja um engasgo aqui e outro ali, mas dificilmente vai reparar na sua taxa de morte aumentando absurdamente por conta desse tipo de falha.

No fim, sentimos falta de um pouco mais de ousadia nessa opção (um modo com as naves seria bem divertido!), já que não há muitos modos inéditos para curtir - alguns foram até retirados, como o Baixa Confirmada. Entretanto, os existentes aqui certamente são capazes de manter os fãs da série entretidos por um bom tempo, o que, sem sombra de dúvidas, vai fazer com que o investimento tenha valido a pena.

Vale a pena?

Como mencionamos anteriormente, talvez Call of Duty: Infinite Warfare esteja longe de ser o melhor game da série, mas certamente fica bem longe daqueles que são considerados por muitos como rasos ou ruins, já que consegue cumprir bem o seu papel em todas as frentes nas quais se arrisca.

A campanha, por exemplo, consegue manter um bom ritmo e, sem spoiler, apresenta começo, meio e fim (ou seja, a Infinity Ward vai ter que pensar em algo diferente para o seu próximo jogo, que, se seguir o ritmo ao qual estamos habituados, deve sair apenas em 2019). A ação se mantém constante seja nos céus ou na terra, e peca apenas pelo fato de as investidas no quesito furtivo não serem algo totalmente indispensável e por não apresentar personagens tão memoráveis (talvez aqui seja chatice da minha parte, mas culpe a própria Infinity Ward por ter nos apresentado a Soap, Price e Ghost).

Já o modo com zumbis segue a lógica do que vimos no game anterior ao apresentar um enredo e até mesmo elementos inéditos, como o banco para depositar dinheiro, auxílios vindos de cartas e alguns outros elementos que certamente vão manter o interesse daqueles que fizeram tudo que era possível nesse tipo de confronto em títulos passados.

Por fim, o multiplayer se mantém dinâmico e, ao menos na versão para PC, não apresenta os problemas que vimos em Call of Duty: Black Ops 3. Algumas adições ajudam a deixar tudo ainda mais convidativo, como as missões de cada grupo que você pode escolher e até mesmo as recompensas diárias. Entretanto, a remoção de alguns modos divertidos e o fato de não ter se arriscado muito nessa opção pesa um pouco para não considerarmos esse entre os três melhores multiplayer da série.

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Pontos Positivos
  • A campanha consegue manter a atenção do jogador do começo ao fim
  • A participação de alguns rostos conhecidos não ficou com cara de campanha de marketing
  • Possibilidade de traçar o seu próprio caminho na história
  • O modo zumbi e suas novidades divertem por um bom tempo
  • Diferente do game anterior, os servidores do jogo estão funcionando bem na modalidade multiplayer
  • Possibilidade de conseguir missões e outros recursos para as batalhas contra outros jogadores
Pontos Negativos
  • Remoção de alguns modos que faziam sucesso no multiplayer
  • Alguns personagens mais carismáticos (como Price e Ghost) teriam deixado a campanha melhor