Longe do brilho do game para PC e Xbox, Earned in Blood não faz bonito no PlayStation 2.
Brothers in Arms foi lançado com a proposta de envolver os jogadores em combates da Segunda Guerra Mundial através de dois gêneros em apenas um game: tiroteios em perspectiva de primeira pessoa (FPS) e ação tática. Guiar os companheiros durante as batalhas é algo primordial para o sucesso em determinadas ocasiões. Um prato cheio para quem gosta de guerra.
Road to Hill 30 — o primeiro título da série — contagiou vários jogadores do PlayStation 2, embora tenha feito mais sucesso no Xbox e nos computadores. Ainda assim, fortes traços da jogabilidade única de Brothers in Arms fizeram (e ainda fazem) com que muitos fãs de combates militares gastem horas e horas em combates extremamente táticos, mas dinâmicos.
É claro que a série nunca foi conhecida como a mais "prática" dentro do gênero FPS por possuir elementos estratégicos. Mas Earned in Blood passa longe até mesmo da proposta inicial da franquia. Embora o jogo tenha despontado com expressão no PC (clique aqui para conferir a análise do Baixaki Jogos) e no Xbox, a versão para PlayStation 2 foi simplesmente um desastre e possui apenas resquícios das qualidades características da série Brothers in Arms.
É Gearbox, não deu desta vez...
Você está na pele de Joe "Red" Hartsock, um dos vários soldados da U.S. Airborne a pousarem atrás das linhas inimigas antes da invasão da França pela Normandia. A campanha principal do jogo é baseada em fatos da vida real. Muito do game é jogado através dos relatos de Hartsock a seu oficial superior, consistindo, portanto, em vários "flashbacks" do soldado.
Logo nas primeiras cenas é possível perceber que o trabalho de vozes de Earned in Blood é razoavelmente bom. Apesar da fraca ilustração visual dos relatos de guerra, o game conta com uma boa atuação vocal dos combatentes, transmitindo mensagens de quem realmente passou por momentos difíceis durante a guerra.
Ao "pousar" de páraquedas em um campo de batalha (Hartsock fica enroscado em uma árvore), o gamer pode efetivamente começar a jogar e perceber que a mecânica geral do título é basicamente igual ao que ocorre em Road to Hill 30. Brothers in Arms: Earned in Blood é um FPS tradicional (correr, agachar, pular, aproximar a mira, arremessar granadas...) com apenas uma principal diferença dos demais: comandos táticos.
No computador, comandar os aliados é fácil e até divertido. Já no PlayStation 2, a história muda. Em geral, não é tão difícil dar ordens aos seus companheiros de guerra e comandá-los para a execução de táticas simples que podem trazer o sucesso nos embates, mas a praticidade na hora de realizar esses comandos é muito inferior ao que ocorre no PC e no Xbox.
Tudo bem, é possível comandar os aliados para que um determinado alvo seja derrubado de longas ou curtas distâncias através de certas posições estratégicas. Mas a inteligência artificial da versão para PS2 é ligeiramente decepcionante, levando em consideração que os inimigos e os aliados permanecem visíveis e vulneráveis mais vezes que o normal.
O jogador comanda diretamente os combatentes para as direções desejadas, só que, como o gênero FPS nunca foi favorável para os consoles, demora um certo tempo para os iniciantes em BiA se acostumarem a executar os simples comandos. E contemplar os aliados realizando movimentações inacreditavelmente suicidas (saindo da cobertura de fogo sem motivo algum, por exemplo) não é algo que colabora para a jogabilidade.
O indicador de "supressing fire" (provocar tiroteios a fim de encurralar defesas inimigas) aparece logo no meio da tela e ajuda muito para os que não estão familiarizados com a guerra. Essa tática reduz drasticamente a possibilidade de levar uma saraivada de tiros dos oponentes de forma inesperada através de "emboscadas". Atire com tudo em um determinado alvo ou área para que uma segunda equipe possa se deslocar e conseguir um campo de visão favorável para o extermínio dos inimigos.
Nessa ocasião, também é possível bater de frente com outro problema: o balanço entre os elementos táticos do game. Sim, o indicador em forma de círculo é interessante e a movimentação tática também, mas há a possibilidade de simplesmente se deslocar pelo mapa e começar a eliminar os soldados pouco a pouco sem o uso de comandos estratégicos. Cobertura de fogo? Não muito.
Estruturalmente fraco
Na dificuldade padrão do game (Normal, sendo que há Easy, Normal, Hard e Authentic), não é difícil derrotar a inteligência artificial. Os soldados das forças inimigas não atiram com precisão e não se movimentam de forma convincente, mesmo considerando que Earned in Blood é um FPS prático (ou deveria ser) e não um simulador de guerra.
10 missões, cerca de 10 horas. A constante dinâmica do jogo — um pouco mais lenta que a de outros games de peso — pode até entediar os jogadores mais impacientes. Outro ponto negativo é a linearidade das missões, facilmente enervante. O jogo não é difícil, mas também não apresenta desafios dignos de um bom FPS.
Os modos multiplayer apresentados nessa versão de Brothers in Arms são, digamos, "inovadores", se levarmos em comparação os modos encontrados no primeiro game. Há um modo Skirmish, que permite o cumprimento de missões em modo cooperativo, seja no mesmo console ou não. Há, ainda, o modo Timed Assault (matar todos os inimigos de um mapa em uma quantidade pré-determinada de tempo) e outros que levam os jogadores a comandarem taticamente seus grupos em prol dos objetivos propostos.
O multiplayer é razoável, mas não salva o game. Sim, é verdade que as opções variadas de modos podem fazer com que alguns jogadores percam mais horas se divertindo com outros do que experimentando a campanha single player. Ainda assim, muito poderia ser melhorado.
Tecnicamente, Earned in Blood deixa muito a desejar. As animações, várias texturas e certas modelagens rebaixam o nível gráfico do console da Sony e, o que é ainda pior, podem causar redução na taxa de quadros por segundo, prejudicando o desempenho geral. Os ambientes estão bem menos detalhados em comparação com as versões destinadas às outras plataformas e há bugs visuais de vários tipos.
Enquanto isso, o som tenta equilibrar a "balança técnica" do game. Os efeitos sonoros, de modo geral, estão satisfatórios e o barulho dos tiros e das explosões está convincente. Mais uma vez, vale reforçar o interessante trabalho de vozes aplicado no jogo.
Com isso, pode-se dizer que Brothers in Arms: Earned in Blood é bastante interessante apenas para os fanáticos pela idéia inovadora da franquia. Mas o Baixaki Jogos adverte: se você possuir um computador razoavelmente bom ou um Xbox, não compre a versão para PlayStation 2.
Road to Hill 30 — o primeiro título da série — contagiou vários jogadores do PlayStation 2, embora tenha feito mais sucesso no Xbox e nos computadores. Ainda assim, fortes traços da jogabilidade única de Brothers in Arms fizeram (e ainda fazem) com que muitos fãs de combates militares gastem horas e horas em combates extremamente táticos, mas dinâmicos.
É claro que a série nunca foi conhecida como a mais "prática" dentro do gênero FPS por possuir elementos estratégicos. Mas Earned in Blood passa longe até mesmo da proposta inicial da franquia. Embora o jogo tenha despontado com expressão no PC (clique aqui para conferir a análise do Baixaki Jogos) e no Xbox, a versão para PlayStation 2 foi simplesmente um desastre e possui apenas resquícios das qualidades características da série Brothers in Arms.
É Gearbox, não deu desta vez...
Você está na pele de Joe "Red" Hartsock, um dos vários soldados da U.S. Airborne a pousarem atrás das linhas inimigas antes da invasão da França pela Normandia. A campanha principal do jogo é baseada em fatos da vida real. Muito do game é jogado através dos relatos de Hartsock a seu oficial superior, consistindo, portanto, em vários "flashbacks" do soldado.
Logo nas primeiras cenas é possível perceber que o trabalho de vozes de Earned in Blood é razoavelmente bom. Apesar da fraca ilustração visual dos relatos de guerra, o game conta com uma boa atuação vocal dos combatentes, transmitindo mensagens de quem realmente passou por momentos difíceis durante a guerra.
Ao "pousar" de páraquedas em um campo de batalha (Hartsock fica enroscado em uma árvore), o gamer pode efetivamente começar a jogar e perceber que a mecânica geral do título é basicamente igual ao que ocorre em Road to Hill 30. Brothers in Arms: Earned in Blood é um FPS tradicional (correr, agachar, pular, aproximar a mira, arremessar granadas...) com apenas uma principal diferença dos demais: comandos táticos.
No computador, comandar os aliados é fácil e até divertido. Já no PlayStation 2, a história muda. Em geral, não é tão difícil dar ordens aos seus companheiros de guerra e comandá-los para a execução de táticas simples que podem trazer o sucesso nos embates, mas a praticidade na hora de realizar esses comandos é muito inferior ao que ocorre no PC e no Xbox.
Tudo bem, é possível comandar os aliados para que um determinado alvo seja derrubado de longas ou curtas distâncias através de certas posições estratégicas. Mas a inteligência artificial da versão para PS2 é ligeiramente decepcionante, levando em consideração que os inimigos e os aliados permanecem visíveis e vulneráveis mais vezes que o normal.
O jogador comanda diretamente os combatentes para as direções desejadas, só que, como o gênero FPS nunca foi favorável para os consoles, demora um certo tempo para os iniciantes em BiA se acostumarem a executar os simples comandos. E contemplar os aliados realizando movimentações inacreditavelmente suicidas (saindo da cobertura de fogo sem motivo algum, por exemplo) não é algo que colabora para a jogabilidade.
O indicador de "supressing fire" (provocar tiroteios a fim de encurralar defesas inimigas) aparece logo no meio da tela e ajuda muito para os que não estão familiarizados com a guerra. Essa tática reduz drasticamente a possibilidade de levar uma saraivada de tiros dos oponentes de forma inesperada através de "emboscadas". Atire com tudo em um determinado alvo ou área para que uma segunda equipe possa se deslocar e conseguir um campo de visão favorável para o extermínio dos inimigos.
Nessa ocasião, também é possível bater de frente com outro problema: o balanço entre os elementos táticos do game. Sim, o indicador em forma de círculo é interessante e a movimentação tática também, mas há a possibilidade de simplesmente se deslocar pelo mapa e começar a eliminar os soldados pouco a pouco sem o uso de comandos estratégicos. Cobertura de fogo? Não muito.
Estruturalmente fraco
Na dificuldade padrão do game (Normal, sendo que há Easy, Normal, Hard e Authentic), não é difícil derrotar a inteligência artificial. Os soldados das forças inimigas não atiram com precisão e não se movimentam de forma convincente, mesmo considerando que Earned in Blood é um FPS prático (ou deveria ser) e não um simulador de guerra.
10 missões, cerca de 10 horas. A constante dinâmica do jogo — um pouco mais lenta que a de outros games de peso — pode até entediar os jogadores mais impacientes. Outro ponto negativo é a linearidade das missões, facilmente enervante. O jogo não é difícil, mas também não apresenta desafios dignos de um bom FPS.
Os modos multiplayer apresentados nessa versão de Brothers in Arms são, digamos, "inovadores", se levarmos em comparação os modos encontrados no primeiro game. Há um modo Skirmish, que permite o cumprimento de missões em modo cooperativo, seja no mesmo console ou não. Há, ainda, o modo Timed Assault (matar todos os inimigos de um mapa em uma quantidade pré-determinada de tempo) e outros que levam os jogadores a comandarem taticamente seus grupos em prol dos objetivos propostos.
O multiplayer é razoável, mas não salva o game. Sim, é verdade que as opções variadas de modos podem fazer com que alguns jogadores percam mais horas se divertindo com outros do que experimentando a campanha single player. Ainda assim, muito poderia ser melhorado.
Tecnicamente, Earned in Blood deixa muito a desejar. As animações, várias texturas e certas modelagens rebaixam o nível gráfico do console da Sony e, o que é ainda pior, podem causar redução na taxa de quadros por segundo, prejudicando o desempenho geral. Os ambientes estão bem menos detalhados em comparação com as versões destinadas às outras plataformas e há bugs visuais de vários tipos.
Enquanto isso, o som tenta equilibrar a "balança técnica" do game. Os efeitos sonoros, de modo geral, estão satisfatórios e o barulho dos tiros e das explosões está convincente. Mais uma vez, vale reforçar o interessante trabalho de vozes aplicado no jogo.
Com isso, pode-se dizer que Brothers in Arms: Earned in Blood é bastante interessante apenas para os fanáticos pela idéia inovadora da franquia. Mas o Baixaki Jogos adverte: se você possuir um computador razoavelmente bom ou um Xbox, não compre a versão para PlayStation 2.
Categorias
Nota do Voxel