Imagem de Bloodborne: The Old Hunters
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Bloodborne: The Old Hunters

Nota do Voxel
90

A caçada continua brutal

Hoje em dia, muita gente já se contorce só de ouvir a palavra DLC. E não podia ser diferente, né, já que muitas empresas abusam da prática desse serviço, lançando jogos pela metade ou anunciando vários pacotes antes mesmo do lançamento do próprio jogo. E, infelizmente, a gente já se acostumou, pois sabemos que, querendo ou não, os DLCs são uma excelente fonte de lucros para as empresas e não devem sumir do mercado tão cedo.

Mas, algumas empresas preferem usar o poder do conteúdo adicional para o bem dos jogadores. Empresas como a CD Projekt Red e a Nintendo, recentemente vêm fazendo ótimas campanhas com seus DLCs, dando exemplo pras outras companhias.

Felizmente, elas não são as únicas. A From Software, desde que revirou o mundo em 2009, com Demon’s Souls, foi um dos raros casos em que os fãs clamavam por uma DLC. Em Dark Souls, isso aconteceu e, incrivelmente, o pacote só deixou o jogo ainda mais essencialmente interessante. Na sequência, o mesmo aconteceu, com um combo de 3 conteúdos adicionais.

Agora, Bloodborne está perto de completar 1 ano de idade e eis que surge sua primeira e única DLC: The Old Hunters. Desta vez nas mãos da Sony, muitos se perguntaram se a From Software conseguiria saciar mais uma vez a sede dos jogadores. E, felizmente, eu já adianto: aqui você só vai se contorcer ao morrer.

Sangue fresco

The Old Hunters não leva esse nome à toa. Por meio de sua narrativa clássica da From Software, aos poucos você vai descobrindo cada vez mais sobre o tal Pesadelo do Caçador, área que é o berço dos atos da expansão. E além dos itens e de suas descrições, que intrigam o jogador com a história, temos também alguns NPCs espalhados pelo cenário, que tornam essa adoração pelo desconhecido algo muito mais instigante.

Outro fato é que, logo no começo da expansão, você pode até se assustar e pensar que o DLC é apenas alguns dos diversos locais de Bloodborne misturados numa área só. De fato, temos escadarias, casas e catedrais praticamente iguais ao do jogo original e o jogador só sente que está em outro lugar por causa dos misteriosos artefatos que parecem infestar as terras como parasitas. O que é tudo isso que contamina a velha Yharnam? Ninguém sabe.

O que a gente sabe bem é que os caçadores inimigos que você encontra são bem sinistros. O recomendável é explorar a área acima do nível 80 caso você ainda esteja em seu primeiro playthrough, mas, mesmo assim, se prepare pra sofrer.

Até mesmo os veteranos vão notar que o moveset dos inimigos caçadores é muito poderoso, com ataques à distância e movimentos de extrema agilidade. É quase como se enfrentássemos os caçadores específicos de Bloodborne, que desapareciam depois de mortos. Mas, aqui, eles ressurgem sempre.

Fora os caçadores, que são um show à parte e já nos deixam com vontade de empunhar suas armas, The Old Hunters também recicla alguns inimigos já conhecidos, deixando o jogador respirar ao enfrentar criaturas que ele já conhece.

Mas, na enorme maioria, temos figuras novas, mais assustadoras e, obviamente, mais perigosas. Repetindo a fórmula de Artorias of the Abyss, também encontramos velhos conhecidos que são mencionados várias vezes no jogo completo, mas só agora finalmente dão as caras.

Ferro e fogo

Pra combater tudo isso, The Old Hunters oferece uma variedade de armas novas. Essas armas não são simples adições ao arsenal, mas sim equipamentos que trazem a possibilidade de uma abordagem diferente pro game. Existem dezenas de armas novas, com variedades nas armas transformáveis e também nas de fogo.

E o bacana é que os atributos destas armas novas são equivalentes às armas existentes na versão completa do jogo, sendo alternativas para estilo e abordagem, mas sem fazer com que os objetos anteriores se tornem obsoletos.

Durante as jogatinas, notei que vários jogadores optaram pelo Serrote de Ventoinha, uma arma de estilo sem precedentes e que parece um cortador de pizza contra feras. Eu gostei muito do Martelo Explosivo, que cria uma explosão quando transformada e tem seu botão de transformação utilizado como ataque extra durante combos.

Enfim, mesmo com uma campanha de aproximadamente 15 horas, você com certeza vai querer passar mais tempo pra testar cada uma das novas armas, já que todas tem seu charme.

Chega de morrer sozinho

Uma outra novidade que chegou com a expansão foi o Sino do Antigo Caçador. Esse item também pode ser utilizado por quem não tem a expansão e permite que os NPCs da nova covenant A Liga possam ser sumonados. Você vai notar que, em alguns pontos específicos, o jogo mostra novas criaturas saindo do chão, cercadas por uma aura amarelada. É aí que você pode invocar os NPCs pra ajudar em sua jornada.

Mesmo com toda a ajuda, principalmente durante as batalhas contra os chefes, o sistema ainda é problemático. Você simplesmente não consegue usar o sino para invocar jogadores depois que invoca algum NPC, o que é bem estranho, já que o contrário ainda é possível. A pior parte é a inteligência artificial dos companheiros, que ainda é bem problemática e nos fez desejar algum tipo de comando de ordem várias vezes.

Outro problema é que várias vezes o jogo acabou impedindo que o jogador volte para o Sonho do Caçador, mesmo depois de ter cancelado qualquer pedido de invocação. Muitas vezes, a opção simplesmente sumia, mesmo quando os requisitos pra voltar estavam corretos.

Um verdadeiro pesadelo

Sem dúvidas, um dos pontos mais altos de The Old Hunters é sua ambientação. A From Software conseguiu condensar vários ambientes diferentes em uma só expansão e sem fazer com que tudo pareça simplesmente jogado no mapa. Tudo é contextualizado e contribui significativamente para a história do jogo.

E além do capricho nos detalhes dos edifícios, das bibliotecas e da tripofóbica Aldeia dos Pescadores, o inteligente level design também marca presença, com jogadores sendo recompensados com atalhos para áreas seguras após uma longa e tensa jornada.

Destaque para a Sala do Laboratório, que é especialmente impressionante por sua surpresa que transforma um nível que já conhecíamos em algo totalmente diferente, mas de uma maneira que faz total sentido. E é nesse lugar, que The Old Hunters mostra que também poderia ser facilmente classificado como um jogo de terror, já que, além de embrulhar o estômago, vários inimigos aqui nos perturbam psicologicamente.

Vale a pena?

Com mais de 10 horas de duração, fica difícil não recomendar The Old Hunters. A expansão enriquece a lore, traz novas armas que vão mudar totalmente seu jeito de jogar, inimigos e chefes que mexem com sua cabeça e, é claro, toda a essência que faz de Bloodborne um dos melhores jogos do ano.

E em meio a tantos DLCs abusivos e com pouco conteúdo, The Old Hunters fica como exemplo de conteúdo que respeita seus fãs enquanto brutaliza cada um de nós da melhor maneira possível.

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Pontos Positivos
  • Mais de 15 horas de conteúdo extra
  • Armas novas trazem outra perspectiva pro combate
  • Ambientação digna de Survival Horror
Pontos Negativos
  • Problemas com a inteligência artificial dos companheiros
  • Bugs ocasionais