Imagem de Bayonetta 3
Imagem de Bayonetta 3

Bayonetta 3

Nota do Voxel
96

Bayonetta 3 é um dos melhores jogos de ação já feitos

Foi uma longa, longa espera até que Bayonetta 3 chegasse com exclusividade ao Nintendo Switch, mas agora que o jogo finalmente está entre nós, será difícil encontrar algum fã da bruxa que diga que a espera não valeu cada segundo. Facilmente um dos melhores jogos de 2022 — e, por que não, de toda a biblioteca do console híbrido da Big N —, o desfecho da trilogia é simplesmente obrigatório para quem curte jogos cheios de ação. Entenda na nossa análise completa a seguir!

Bayonetta no Multiverso da Loucura

A trama dos dois primeiros jogos não era lá a coisa mais fácil de se acompanhar do mundo, mas isso acabava sendo compensado com designs incríveis de inimigos e, especialmente, com protagonistas e coadjuvantes absolutamente carismáticos. Bayonetta 3 mantém as virtudes e traz uma trama um pouco mais palatável, de forma que até novatos não devem ter muitos problemas para entender o que está rolando. Afinal, a narrativa agora é centrada no multiverso, um dos temas mais populares do momento.

Ao invés de enfrentar anjos e demônios, dessa vez os inimigos são os novos Homunculi, criaturas feitas pela humanidade e comandadas pelo misterioso Singularity. Bem cedinho na campanha você também é apresentado à novata heroína Viola, então não precisa ter um PHD na série para conseguir acompanhar esses eventos tranquilamente.

Pensando bem, talvez "tranquilamente" não seja a palavra mais adequada aqui, já que as primeiras horas da história oferecem uma das aberturas mais icônicas e frenéticas que vi em qualquer videogame. O jogo chega com os dois pés na porta e a sua sequência de abertura apresenta muito bem os novos controles ao mesmo tempo em que deslumbra o jogador com uma avalanche de ação para ninguém botar defeito. Prepare bem o fôlego, porque as primeiras duas horas são especialmente agitadas e incríveis!

Ação grandiosa demais para o Switch?

Eu nunca fui o "cara do Digital Foundry", e talvez por ter crescido jogando Nintendinho e seus jogos repletos de slowdowns e flickering, historicamente é bem difícil que eu me incomode com problemas técnicos. Ainda assim, é complicado olhar para tudo o que Bayonetta 3 tenta fazer em tela e deixar de imaginar como seria o resultado em um hardware mais parrudo...

Em termos de narrativa, direção e gameplay, a aventura reúne alguns dos segmentos mais memoráveis que eu já testemunhei, mas isso acontece em detrimento do hardware, e não por causa dele. Algumas vezes tudo fica tão borrado que eu me sentia míope olhando para a tela e tentando discernir o que exatamente estava acontecendo enquanto o mundo inteiro explodia à minha volta.

Não é algo que estraga a experiência, mas ainda assim a impressão geral é de que tanto o primeiro como o segundo games ofereciam uma experiência mais polida e coesa nas suas respectivas gerações e consoles. Ao menos é bem difícil que você erre algum comando puramente por causa disso, então a limitação do console causa apenas um certo desconforto estético, e nada mais do que isso.

Solte os seus demônios!

Talvez os gráficos borrados sejam o preço que precisamos pagar para que o Switch consiga aguentar os poderes gigantescos da bruxa, que agora conta com um arsenal ainda maior e mais variado de golpes, com direito até a invocações que podem ser feitas em tempo real no meio dos seus combos!

Você ainda pode torturar os seus inimigos e emendar lindas finalizações com clímax, mas agora basta segurar o botão ZR para emendar combos com criaturas que ocupam quase que a tela inteira! E eles são bem variados, incluindo desde aranhas gigantes até um trem cujos trilhos você pode desenhar e passam por cima de todos os inimigos azarados o bastante a ponto de estarem no seu caminho.

Mais ou menos como aconteceu no maravilhoso Devil May Cry 5, aqui você também tem diferentes personagens jogáveis, mas a variedade é ainda maior. A estreante Viola usa a sua katana e o demônio Cheshire em combates mais ritmados e focados em parry, enquanto a queridinha dos fãs, a fabulosa Jeanne, participa de estágios temáticos que prestam homenagem ao clássico Elevator Action. Homenagens, aliás, é o que não falta por aqui. Infelizmente as diretrizes de embargo me impedem de citar algumas das mais legais, mas os fãs de cultura pop certamente vão adorar esses momentos!

Além dos diferentes níveis de dificuldade disponíveis de cara, o fator replay continua sendo bastante elevado pelo fato de que você pode revisitar qualquer fase que quiser em busca da maior pontuação, com cada segmento de ação atribuindo diferentes medalhas dependendo de quanto tempo você levou para passar dos desafios e quanto dano sofreu. É sempre divertido tentar se aprimorar!

Em nome da lua

Seguindo os passos de seus predecessores, Bayonetta 3 novamente oferece uma trilha sonora sublime. Se o primeiro jogo tinha Fly me to the Moon como música principal, e o segundo apostava na icônica Moonriver, agora é a vez da balada atemporal Moonlight Serenade servir de norte para as melodias que embalam a ação da bruxa.

É maravilhosa a forma como a trilha mescla essa música de tantas décadas atrás com novos e empolgantes gêneros, intercalando o pop mais animado com orquestrações épicas na hora de encarar os chefões. E falando em som, a despeito de toda a polêmica lançada pela antiga dubladora da Bayonetta, Hellena Taylor, a talentosa Jennifer Hale manda super bem no papel principal, sendo muito bem acompanhada pelos demais personagens — ainda que eu sempre prefira o trabalho vocal original em japonês.

E falando nos personagens, a reta final da história tem algum potencial para polarizar as pessoas e causar reações mistas, ainda que eu tenha achado a conclusão bastante satisfatória, especialmente levando em conta que, como dito no começo dessa análise, muito do texto trata sobre multiversos e diferentes possibilidades. Mas sabe uma constante? Em qualquer universo que você visite, esse é um jogo sublime e divertido desde o início até o fim das suas cerca de 14 horas de campanha.

Vale a pena?

Bayonetta 3 é um jogo exemplar. Impecável no quesito ação, esse é um dos melhores trabalhos da Platinum Games em toda a sua história, um dos grandes jogos exclusivos do Nintendo Switch, e fortíssimo candidato a melhor game de 2022. Limitado apenas pelo hardware datado do console, o jogo ainda assim entrega doses cavalares de adrenalina em fases inesquecíveis. Do começo ao fim, a jornada é um absoluto deleite e dá aula de game design. Se essa for a última vez que vemos a Bayonetta em jogo próprio, ela não poderia ter pedido por uma despedida melhor.

Bayonetta 3 é um dos melhores jogos de ação já feitos e entrega tudo e mais um pouco aos seus fãs

Bayonetta 3 foi gentilmente cedido pela Nintendo para a realização desta análise.

Cupons de desconto TecMundo:
* Esta seleção de cupons é feita em parceria com a Savings United
Você sabia que o TecMundo está no Facebook, Instagram, Telegram, TikTok, Twitter e no Whatsapp? Siga-nos por lá.
Pontos Positivos
  • Ação inesquecível e incessante
  • Fator replay elevado
  • Direção de arte maravilhosa
  • Trilha sonora viciante
  • Ótima dublagem (em inglês)
  • Controles precisos e divertidos
Pontos Negativos
  • Quedas de resolução e gráficos borrados
  • Sem localização em português