Imagem de Bayonetta 1 & 2 [Switch]
Imagem de Bayonetta 1 & 2 [Switch]

Bayonetta 1 & 2 [Switch]

Nota do Voxel
92

Bayonetta 1 & 2 de Switch é o jogo que não poderia ter ficado só no Wii U

pocket

Em uma época de vacas magras de hack ‘n slash, muitos games tentaram a sorte e deram seu tiro no escuro para rivalizar contra a franquia mais forte até o momento, lá pros meados de 2008, que era Devil May Cry. Eis que em 2009, Hideki Kamiya, que já havia dirigido grandes títulos da Capcom (incluindo DMC e Okami), surge com a Platinum Games e cria o primeiro Bayonetta.

Na geração passada, a franquia da Bruxa Umbra acabou se tornando exclusiva do Wii U, que ganhou um game caprichado: além de Bayonetta 2 ser o melhor da série, ele também veio acompanhado do primeiro jogo na maioria das versões físicas. Agora, a Nintendo empacotou mais uma vez a coletânea e a trouxe para o Nintendo Switch, deixando essa gema escondida do Wii U mais acessível. Mas será que Bayonetta 1 & 2 de Switch vale a pena ou é só mais um repeteco?

Muito mais port do que remaster (mas isso não é ruim)

A primeira coisa que você deve saber é que Bayonetta 1 & 2 não é exatamente um remaster. Falarei dos gráficos mais para baixo, mas é importante ressaltar que o intuito dessa coletânea de Switch não é melhorar a qualidade, e sim não deixar esses games (principalmente Bayonetta 2, que é um exclusivo) preso na biblioteca do Wii U, um console que não foi um sucesso comercial.

Portanto, temos os dois jogo mais uma vez em toda sua plenitude, com muita diversão, elementos de ação frenético e história confusa (mas intrigante). A versão de Switch é vendida em forma física com o segundo game em cartucho e um código de download para o primeiro, enquanto a versão digital os separa em dois títulos  de maneira distinta – o que sai mais caro.

Bayonetta

Basicamente, gostei muito de jogar Bayonetta do Switch e recomendo a todos que tenham bastante apreço pela franquia (mesmo que já tenham jogado), mas principalmente para aqueles que nunca experimentaram nenhum dos dois títulos. Pode ser um repeteco, algo requentado diretamente do Wii U, mas trata-se de games de altíssima qualidade.

Temos os mesmos jogos com pequenas novidades, mas a ideia é trazer essas gemas escondidas ao Switch, e não remasterizá-los

Para não falar que não há absolutamente nada novo, Bayonetta 2 ganhou suporte a amiibos, suporte a coop local no modo Tag Climax (antes só era possível jogar online) e possibilidade gravar o game em vídeo, algo que não estava presente na versão de Wii U. Os colecionáveis da Nintendo podem ser usados até 32 vezes ao dia e dão halos extras (a moeda do jogo) e desbloqueiam algumas roupas especiais para Cereza. Claro, não é nada imperdível para jogadores de segunda viagem, mas é um elemento legal de ver funcionando.

Bayonetta

Mesmos gráficos, mas performance melhor

Ok, mas por que Bayonetta 1 & 2 de Switch é mais um port do que um remaster? O novo video game da Nintendo não é mais poderoso? Sim, mas a equipe optou por um caminho seguro aqui. Em vez de aprimorar os gráficos (que estão bem próximos da versão máxima do PC, com exceção de sombras e alguns outros efeitos menores), a equipe se focou muito mais na performance, algo que é prioritário em jogos de ação frenéticos como Bayonetta.

E deu certo? Sim e não. No geral (e quando digo isso, falo da maior parte do tempo mesmo), ambos os títulos rodam incrivelmente bem no Nintendo Switch. No modo dock a performance é superior e fica bem próxima dos almejados 60 quadros por segundos. Há quedas pequenas, mas nada grave ou que incomode. Conforme apontado pelo Digital Foundry, virar muito a câmera em momentos recheados de efeitos Alfa (como lava ou partículas de água ou fumaça) pode fazer o desempenho despencar, mas isso é muito raro.

No modo portátil as coisas mudam um pouco. Apesar de ele ser a minha forma predileta de jogar – comentarei em sequência o porquê –, a performance não é tão sólida quanto no modo TV. Isso pode incomodar alguns jogadores, mas não foi nada impactante demais para a minha experiência. Em ambientes mais abertos, principalmente em Bayonetta 2, o desempenho realmente deixa a desejar um pouco, mas nada drástico. O mais importante é que durante as batalhas a taxa de quadros se mantém bem próxima dos 60 fps, com algumas raras quedas mais bruscas (que duram frações de segundos).

O jogo pode ser idêntico, mas a telinha do Switch realça todos os pontos fortes da direção de arte soberba em uma resolução nativa de deixar babando

Mas se a performance é pior, por que se tornou a minha opção predileta? Certamente, a portabilidade é um peso a favor dessa balança, mas não é o único fator que me motivou a ficar longe da telona. O fato é: Bayonetta 1 & 2 de Switch roda em 720p, independentemente do modo que você escolha. Portanto, jogar na TV é quase como estar com uma versão levemente aprimorada do Wii U, já que a qualidade de imagem pode não ser um atrativo em televisores modernos (o que é ruim, já que estamos na era do 4K), enquanto no portátil a resolução é nativa.

Galeria 1

Portanto, achei bem razoável trocar um pouco de desempenho por uma imagem tão limpa que brilha os olhos na telinha portátil do Switch. Caso você não se lembre, a resolução nativa do Switch é 720p, o que faz o game se encaixar como uma luva ao ficar longe do dock. A qualidade é ótima, é maravilhosa, é impressionante – e faz o game parecer ser feito para portátil híbrido da Big N.

A diversão de sempre e perfeita para o portátil

Detalhes técnicos à parte, por que a coletânea pode ser uma ótima aquisição para os donos de Switch? Resposta simples e curta: ambos os jogos são extremamente divertidos. O primeiro Bayonetta tem um peso próprio, uma cadência única e uma diversão muito acima da média. Para os carentes de um bom hack ‘n slash, é um prato cheio. Além de ter uma campanha muito boa, o game é longo e oferece uma boa dose de entretenimento. É realmente um ponto fora da curva.

Bayonetta

Mas a franquia não parou por aí e foi além. Quando o assunto é Bayonetta 2, as coisas ficam ainda melhores. Trata-se de um jogo com um ritmo ainda mais rápido, batalhas contra chefes muito marcantes e, principalmente, um gameplay ainda mais delicioso. É o típico jogo que, uma vez jogado, não vai se esvair da sua mente tão cedo – algo meio raro de experimentar nos dias de hoje.

Os visuais são soberbos, a trilha sonora com seus tons de jazz cativam a jogatina, a dublagem é recheada de sotaques dos mais variados, criando uma atmosfera charmosa, perigosa e intrigante. A série Bayonetta é, de fato, algo singular na indústria. Enquanto Devil May Cry segue para a brincadeira, Bayonetta ruma à elegância. Uma experiência refinada, mas não menos divertida ou complexa.

Galeria 2

Não é por acaso que o jogo foi extremamente bem recebido no lançamento. Combinando todos esses fatores com a portabilidade do Nintendo Switch e os extras (como as roupas exclusivas, o suporte a amiibos e até mesmo os controles touchscreen simplificados), temos um dos melhores títulos possíveis para fãs de hack ‘n slash. De fato, a única recomendação conta é se você já tiver jogado e destrinchado os dois games há pouco tempo.

Vale a pena?

Se você deixou passar os dois jogos da franquia Bayonetta (principalmente o segundo, que foi um título bem menos acessível), Bayonetta 1 & 2 de Switch é quase um presente. Certamente, o jogo poderia ter recebido mais polimento, mas talvez a limitação esteja no hardware, e não na equipe. O Switch pode ser mais forte que o Wii U, mas não faz milagres.

Com exceção do primeiro Bayonetta emulado no Xbox One X através da retrocompatibilidade, temos a melhor versão de consoles do primeiro game e o segundo jogo ainda mais bem-feito, sem os problemas de performances absurdos que assombraram a sua primeira estadia no Wii U.

Bayonetta

Bayonetta 1 & 2 não é um remaster, e sim mais uma chance de apresentar a franquia a novos jogadores. Com Bayonetta 3 no horizonte do Switch, é muito interessante ter os dois títulos com fácil acesso e pronto para serem aproveitados. No fim, toda a diversão, gameplay frenético, história cativante e mecânicas hack ‘n slash invejáveis para qualquer série continuam a brilhar com louvor, mesmo que não seja de forma perfeita. Se você é fã do gênero e tem um Switch, é compra indispensável. Agora, resta esperar pelo terceiro título.

*Bayonetta 1 & 2 foi comprado pelo redator para a realização desta análise.

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Pontos Positivos
  • Dois jogos inteiros compilados em um pacote incrivelmente divertido
  • Todas as novidades do Wii U foram mantidas com ainda refinamentos
  • Gráficos soberbos, principalmente no modo portátil
  • Ação frenética complexa, mas divertida e acessível
  • Personagens e histórias intrigantes e muito cativantes
Pontos Negativos
  • Resolução 720p no modo dock e pequenas quedas de performance incomodam