Imagem de Assassin's Creed 4: Black Flag – Freedom Cry
Imagem de Assassin's Creed 4: Black Flag – Freedom Cry

Assassin's Creed 4: Black Flag – Freedom Cry

Nota do Voxel
90

Quebrando as correntes

Apesar de ter gostado bastante de Assassin’s Creed IV: Black Flag, é difícil argumentar contra a acusação de que Edward Kenway foi um dos assassinos menos interessantes da série. Movido pela ganância durante a aventura inteira, o avô de Connor mostrou-se pouco carismático, apesar de certamente bastante diferente de seus antecessores.

Desse modo é interessante saber que Freedom Cry, situado 15 anos após os acontecimentos de Black Flag, oferece enfim aos jogadores um protagonista com motivações mais interessantes juntamente com uma história que, se curta (por durar cerca de seis horas), é igualmente profunda e estimulante.

Nela, o antigo contramestre de Kenway, Adéwalé, vai parar no Haiti após naufragar em uma tempestade enquanto fugia de perseguidores templários. Enquanto tenta arrumar uma maneira de sair da cidade de Porto Príncipe, o antigo contramestre (e agora membro da Ordem dos Assassinos) acaba se envolvendo também com a resistência dos Maroon – como são chamados os escravos fugidos na ilha – e nas batalhas pelo fim da escravidão.

Temas delicados como a escravidão raramente estão presentes nos video games, fazendo com que a temática de Freedom Cry já chame a atenção de antemão. Liderada pelo forte protagonista (dividido entre as suas responsabilidades com a Ordem dos Assassinos e a suas motivações pessoais que buscam o fim da escravidão), a narrativa do jogo se destaca.

Assim, não só é possível emocionar-se durante os momentos mais inflamados da história, como também durante as sessões intermediárias do jogo. Isso porque a Porto Príncipe de Freedom Cry impressiona.

Logo no início da história, pouco após acordar após o naufrágio, Adéwalé ajuda uma escrava a fugir de um capataz que a persegue. Enquanto o jogador caminha pela cidade, é possível perceber que cenas como essa não são incomuns, mas sim rotina.

Desse modo, há leilões de negros em praça pública, escravos sendo açoitados nos cantos da cidade, assim como prisões em que são mantidos os recém-chegados e aqueles que não se comportam direito – uma ambientação que, por mais que seja virtual, é capaz de chocar por retratar a crueldade do passado.

A Ubisoft conseguiu integrar essa realidade com a campanha de uma maneira interessante. Enquanto Adéwalé participa do movimento de revolta dos escravos da região, é possível libertá-los e recrutar novos membros para a resistência de várias maneiras possíveis. No caso dos leilões, por exemplo, é possível comprar a liberdade de escravos ou então executar seus vendedores. Nos mares, por sua vez, é possível abordar navios negreiros para libertar seus passageiros.

À medida que o jogador conseguir libertar mais escravos e juntar mais guerreiros para a resistência Maroon, recompensas como melhores equipamentos para Adéwalé e uma maior tripulação para o seu navio são liberadas. Ao mesmo tempo, a libertação dos escravos também é necessária para prosseguir na campanha, de modo que o jogador consegue sentir-se parte da revolução em curso.

As missões também são mais criativas que boa parte da campanha principal de Black Flag. Enquanto cenas de perseguição e as famosas audições de conversas ainda se fazem presentes, novos elementos de jogo (como as plantations) ajudam a renovar a fórmula da série. Ao mesmo tempo, Adéwalé também se mostra um personagem diferente, com novas armas (como o bacamarte) e um estilo diversificado de combate, em vez de ser apenas um clone negro de Kenway.

Apesar de relativamente curto, Freedom Cry é um DLC bastante honesto que apresenta uma narrativa forte e uma boa série de inovações em relação ao jogo principal no qual é baseado, em vez de ser apenas um pacote de “mais do mesmo”. Com a chegada da versão standalone, mesmo aqueles que têm dúvidas em relação a Black Flag deveriam testá-lo para ter uma amostra do que há de melhor na série Assassin’s Creed.

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Pontos Positivos
  • Conta com um protagonista mais interessante que o de Black Flag
  • Narrativa profunda e emocionante
  • Novos recursos renovam a fórmula da série
Pontos Negativos
  • Pode ser completado em seis horas
  • Apesar de mais recursos, oferece uma região menor para ser explorada