Realista, mas tão interessante quanto ficar preso na cela de um quartel
Quando se fala em games de guerra atualmente, imediatamente vem à cabeça imagens de explosões e uma trama em que você assume o papel de um herói que, sozinho, vence centenas de inimigos. Apesar de esses elementos terem se tornado o “padrão a seguir” na indústria atual, você não vai encontrá-los em nenhum momento em ArmA III, novo trabalho da Bohemia Interactive.
O game tem a pretensão de ser um simulador de combate extremamente realista, filosofia que é levada até as últimas consequências. Com isso, em vez de partir para a ação imediatamente, será preciso que você gaste bastante tempo planejando ataques cuidadosamente e se movimentando pelo campo de batalha — caso contrário, prepare-se para enfrentar mortes sucessivas em um ritmo bastante acelerado.
É complicado fazer uma avaliação simplista de ArmA III. Embora por um lado o jogo apresente uma das recriações mais realistas da guerra, por outro o produto criado pela produtora Bohemia Interactive se mostra uma experiência incompleta, cuja acessibilidade se mostra bastante reduzida, mesmo para aqueles que estão dispostos a aprender todos os detalhes relacionados aos sistemas complexos do título.
Em geral, o jogo decepciona não por ter o objetivo de ser um simulador realista, mas sim por falhar em quesitos básicos que o tornariam mais atrativo. Infelizmente, a parte técnica do game se mostra pobre (embora ele possua gráficos e animações definitivamente mais agradáveis do que os de seu antecessor), o que torna difícil realmente imergir no universo do game.
Porém, o que mais decepciona é o fato de ArmA III ser um jogo incompleto em seu formato atual, que só é salvo pelos conteúdos projetados por sua comunidade de fãs. Caso você decida se prender à experiência básica criada pela produtora do game, terá em mãos um título nada menos que medíocre, que só consegue chamar a atenção pelo fato de não haver muitas opções com proposta semelhante disponíveis no mercado.
Mesmo com a promessa de melhorias futuras, é difícil ver bons motivos para investir seu tempo no título. A não ser que você seja realmente fanático pela temática militar e queira fugir dos blockbusters com pretensões hollywoodianas que dominam a indústria, o jogo não apresenta atrações suficientes para justificar o investimento de tempo necessário para dominar suas mecânicas, por mais que ele apresente relances de brilhantismo em momentos isolados.
ArmA III foi analisado a partir de sua versão final cedida pela Bohemian Interactive
Nota do Voxel