Aliens: Fireteam Elite: mate antes que bote ovos
Sempre fui vidrado em jogos e filmes de terror e suspense, e ainda me lembro da sensação de medo e tensão ao assistir Alien: O Oitavo passageiro pela primeira vez, com aquela criatura grotesca, assustadora e incontrolável. Pode ser estranho para alguns, mas foi paixão logo de cara, e desde então a franquia se tornou uma das minhas favoritas.
Tentar repassar o sentimento dos longas para o mundo dos jogos não é uma tarefa fácil, e poucos games conseguiram atingir este feito. Em 2014, Alien Isolation conseguiu trazer com maestria a ambientação que todo fã gostaria de experienciar, mas desde então a “fome” por um novo título estava insaciável.
Anunciado em janeiro de 2018 pela Cold Iron Studios (Neverwinter, Star Trek Online), Aliens: Fireteam Elite despertou aquela faísca de esperança em todos nós aficionados por Alien, trazendo a chance de encarnar sua ripley interior e poder enfrentar inúmeros xenomorfos para tentar sobreviver.
Mas será que toda essa espera valeu a pena? O título faz mesmo jus a franquia? Venha conferir a nossa análise aqui no Voxel!
Nós não deixamos a Terra para estarmos seguros
A história de Alien: Fireteam Elite se passa após 23 anos da trilogia original de filmes, e assumimos o papel de um fuzileiro naval da USS Endeavor, que recebe um pedido de socorro no planeta LV-895. Chegando lá, o lugar está infestado de xenomorfos prontos para atacar. Porém, o enredo serve apenas como pano de fundo para o game, e isso não me incomodou, já que a diversão é “sentar o sarrafo” no maior número de aliens possível.
Diferente de Isolation em que a aflição (e pavor) era passada quando tínhamos que fugir do bichão para cumprir os objetivos, Fireteam se apoia na tensão do enxame se aproximando. Com xenos em um número assustador saindo de todos os lugares possíveis, enquanto você e sua equipe precisam pensar com calma quando carregar a munição, onde colocar apetrechos para ajudar a defender sua posição e quem defenderá qual direção.
Ao todo são 20 tipos de inimigos e, dentre eles, 11 tipos de xenomorfos — cada um com uma característica e fraqueza específica (Cuspidor, Caçador, Pretoriano, Soldado, Abraçador e outros).
No espaço, ninguém pode ouvir você gritar
Com um sistema parecido com World War Z e Left 4 Dead 2, temos 4 campanhas com 3 missões cada uma, podendo jogar online em até 3 jogadores ou sozinho com a ajuda de bots (sintéticos, no caso).
Além disso, o game conta com 5 classes: Atirador, Demolidor, Técnico, Médico e Batedor. Cada uma conta com suas próprias habilidades ativas, vantagens passivas e tipos de armas que pode equipar.
O Demolidor, por exemplo, é o famoso 'porradeiro' do grupo e conta com skills que lançam mísseis e ondas de explosão que podem nocautear os inimigos, já o Técnico é focado em dar suporte no combate e posicionar torretas para defender a posição da equipe e lançar granadas que diminuem a velocidade dos inimigos.
Então antes de participar de alguma campanha, é sempre bom conversar com seus amigos e definir qual classe cada um escolherá para conseguir enfrentar os enxames de xenos da melhor forma possível.
Mas fique tranquilo que você não fica preso a uma única classe, é possível trocar quando quiser antes de entrar em uma missão.
Ao terminar cada missão você recebe uma quantidade de experiência (que serve tanto para upar a classe que escolheu, como também suas armas, que aumentam seus atributos), créditos (que podem ser utilizados na loja para comprar armas novas, melhorias para seus equipamentos e itens utilizáveis) e moedas especiais (para comprar itens cosméticos como cor para suas armas, vestimentas, itens para cabeça etc.).
Além disso, temos a opção de usar as Cartas de Desafio que podem dar bônus de experiência e/ou créditos. Entretanto, nem todas têm só efeitos positivos, na maioria das vezes trazem coisas que dificultam o gameplay, como a Recuperação Lenta, que faz com que as habilidades demorem o dobro para recarregar, mas dá 2,5x mais créditos. As cartas acabam dando uma “crocância” maior na jogatina, trazendo desafio, muita diversão e se tornando uma ótima mecânica para farmar recursos.
Bishop aqui, receio ter más notícias
Apesar da grande variedade de inimigos, a inteligência artificial em Aliens: Fireteam Elite deixa a desejar. No começo até relevei enquanto aparecia os inimigos mais comuns, porém mesmo os mais “parrudos” (como o Pretoriano) acabam sempre correndo em sua direção sem nenhum tipo de estratégia, e alterar a dificuldade da missão só fez com que inimigos especiais aparecessem em maior quantidade.
Além da campanha, temos o modo Horda, liberado após completar as missões do game. Nele temos que enfrentar ondas e mais ondas de inimigos, e em cada rodada ganhamos pontos (que são poucos) para comprar itens consumíveis — com preços salgados — para ajudar a nos defendermos das ameaças eminentes.
Ao completar 10 rodadas é possível voltar para a base, ou continuar na batalha. Ao continuar, achei que seria apresentado um novo mapa, mas até o momento só existe um para o modo. Com isso, a pouca variância do modo que deveria ser o maior motivo para o fator replay, acaba decepcionando.
Outro ponto que deveria ser um grande foco para Aliens: Fireteam Elite é a trilha sonora. O título já manda muito bem com a tensão gerada pela quantidade de inimigos, mas muitas vezes a trilha sonora não combina e não consegue passar a ambientação que deveria.
Vale a pena?
Aliens: Fireteam Elite pode não ser um jogo AAA e está longe de ser perfeito, mas tem potencial para saciar a saudade dos fãs da franquia, trazendo uma jogatina cooperativa divertida e interessante ao enfrentar enxames e mais enxames de xenomorfos com os amigos.
O game também tem um ótimo desempenho e roda sem quedas de frames, tanto em 1080p quanto em 4K, o game rodou lisinho em 60 fps. Na minha jogatina utilizei uma RTX 3070, AMD Ryzen 5 5600X 3.70 GHz e 16 GB de memória, porém, até PCs com configurações mais simples devem rodar o game de forma bem fluída, já que nos requisitos recomendados é necessário AMD RX 480 8GB/GTX 1060 6 GB e de processador AMD Ryzen 5 1600AF/Intel i5-7400.
E você, vai dar uma chance para o game? Conte para nós na seção de comentários!
Categorias
- Multiplayer extremamente divertido
- Tensão
- Sistema de classes e habilidades
- IA
- Trilha sonora deixa um pouco a desejar
- Poucas campanhas
Nota do Voxel