Imagem de Age of Empires: Definitive Edition
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Age of Empires: Definitive Edition

Nota do Voxel
70

Age of Empires: Definitive Edition é a melhor versão de um game envelhecido

Pocket

Ao iniciar Age of Empires: Definitive Edition, me deparei com um game que parecia recriar exatamente a maneira como eu vi o jogo original lá no final dos anos 90. Obviamente, os gráficos estão todos atualizados e não são os mesmos daquela época, mas a sensação que tive foi a de que o game em minha tela era exatamente aquele que povoava minhas memórias.

No entanto, enquanto minha memória jogou a favor da apresentação do relançamento, ela contribuiu de forma negativa no que diz respeito à maneira como recebi suas mecânicas. Se antes de jogar eu lembrava do primeiro Age of Empires como um jogo revolucionário que combinou a evolução de Civilization com os combates de WarCraft, agora eu vejo ele como um título cheio de ideias promissoras, mas que só encontraram a execução devida na sequência.

Age of Empires

Age of Empires: Definitive Edition é uma remasterização que se aproxima muito mais do trabalho feito em Wonder Boy: The Dragon’s Trap do que aquele visto em Shadow of the Colossus no PlayStation 4. Isso significa que a equipe de desenvolvimento se preocupou mais em criar uma “skin atualizada” para um esqueleto antigo do que em recriar do zero — e idade dessa base pesa bastante.

Algumas mudanças foram feitas no jogo, servindo mais para demonstrar suas mecânicas ultrapassadas do que para atualizá-las. Recursos considerados básicos em jogos RTS modernos, como a capacidade de iniciar de uma só vez a criação de várias unidades ou achar um peão desocupado facilmente são bem-vindas e é estranho pensar que houve um tempo em que elas não existiam.

Também é legal poder trabalhar com um limite de unidades 5 vezes maior do que no game original durante partidas personalizadas (que passou de 50 para 250), mesmo que os recursos disponíveis nos mapas nem sempre acompanhem esse crescimento populacional. Isso contribui para dar uma nova escala aos conflitos do game, que contrasta bastante com o limite antigo ainda presente nas campanhas.

o primeiro Age of Empires tem uma jogabilidade que não varia muito entre civilizações

Os ajustes não conseguem esconder o fato de que o primeiro Age of Empires tem uma jogabilidade que não varia muito entre civilizações (quase todas as unidades são as mesmas). Quando 90% das unidades de que dependo são essencialmente as mesmas, e não há construções únicas dignas de atenção, acaba não fazendo muita diferença escolher uma facção distinta (minha única regra pessoal é evitar aquelas que não têm arqueiros a cavalo).

O pior problema herdado do passado é sem dúvida a inteligência artificial fraca (que exige muito microgerenciamento na hora de atacar) e o pathfinding errático, que parece determinar que seu exército nunca vai conseguir andar em linha reta e sempre deve tomar o pior caminho possível até seu objetivo.

Age of Empires

Também não ajuda o fato de que a interface permanece muito antiquada, mesmo com os ajustes feitos pelos desenvolvedores. Para avançar pelos capítulos das diferentes campanhas, por exemplo, é sempre preciso voltar à mesma tela de seleção que iniciou tudo. Além disso, mesmo atualizada, a interface mantém os defeitos do passado — como colocar o campo de diplomacia em um canto totalmente distinto daquele em que está o mapa, por exemplo.

Outro problema surge no universo do campo online: atualmente, não somente é difícil encontrar uma partida do game, como você tem que depender muito da sorte para chegar até o final dela. Na realização desta análise, simplesmente não houve nenhuma situação na qual meus esforços não chegaram ao fim prematuramente por conta de um erro de conexão que surgiu de forma surpresa — o que fez com que eu concentrasse meus esforços nos modos single player para evitar mais frustrações.

mesmo atualizada, a interface mantém os defeitos do passado

No fim das contas, seu aproveitamento de Age of Empires: Definitive Edition vai depender do quanto você está disposto a jogar a versão clássica e ignorar os mais de 20 anos do gênero RTS. O produto oferecido sem dúvida é a melhor versão desse clássico que temos até hoje, mas jogá-lo só serviu para reforçar o quanto a série ganhou em qualidade com Age of Empires II e os motivos pelos quais a sequência é considera até hoje o jogo superior.

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Pontos Positivos
  • Gráficos atualizados que recriam o espírito do game original
  • Trilha sonora e vozes refeitas ficaram muito boas
  • Aumento do limite populacional em partidas personalizadas
Pontos Negativos
  • Mesmo atualizadas, mecânicas estão envelhecidas
  • Modo online com quedas constantes de conexão
  • Interface que mostra sua idade
  • Poucos diferenciais entre civilizações