Uma princesa, um sapo, e minigames que você vai esquecer rapidamente
Em primeiro lugar, um aviso ao povo que às vezes tem dificuldades para diferenciar gêneros de games. A Princesa e o Sapo é um jogo claramente focado em uma audiência infanto-juvenil, com história, jogabilidade e estética claramente desenvolvida tendo como alvo os jogadores mais novos. Dessa forma, é bom tomar algum cuidado antes de fazer afirmações do tipo “por que esse jogo tirou uma nota mais alta que o meu adorado jogo ‘X’?” Lembre-se: o conceito é completamente DIFERENTE.
Considerações preliminares á parte, vamos ao que realmente interessa. A Princesa e o Sapo (The Princess and the Frog, no original em inglês) é um jogo baseado no desenho homônimo da Disney. Este, por sua vez, se baseia com alguma folga no conto clássico dos irmãos Grimm, O Principe Sapo, que por sua vez se baseia... Enfim, a história é realmente bem velha. Mas você entendeu a ideia.
Em relação ao desenho, trata-se, nada mais, nada menos, que o quadragésimo nono desenho da linha de clássicos da Disney — uma linha de desenhos notória por tornar os contos de fada um tanto mais “suaves” que as suas versões originais. Duvida? É só considerar as versões originais do conto: em uma delas, a princesa quebra o feitiço não beijando, mas arremessando o pobre anfíbio contra a parede. Mas existe ainda uma pior: o malfadado sapo deve ser decapitado a fim de se ver livre do encantamento maligno. Trágico.
Mas não, fique tranquilo, nenhum sapo perde a cabeça aqui; nem no desenho, e muito menos no jogo. Na realidade, A Princesa e o Sapo traz o tradicional conto dos Grimm diretamente para a realidade do século XX. Aqui, a indefesa e delicada princesa dá lugar a uma moça desbocada, intransigente e, principalmente, empreendedora.
O sonho de Tiana não passa exatamente pela ideia de se casar com um fidalgo para então se tornar uma beldade rica e ociosa. Longe disso. A moça tem pretensões muito mais independentes: montar o seu próprio bistrô (restaurante modesto, tipicamente francês). Para tanto, ela vai encarar diversos percalços, como vilões típicos e a boa e velha falta de dinheiro.
Ah, sim. Pelo seu caminho também passa um sapo falante. Entretanto, este, por sua vez também não faz o tipo príncipe ortodoxo. Antes, trata-se de um nobre deserdado — graças à vida esbanjadora que levava — que tem agora diante de si duas opções: arrumar um emprego, ou casar com alguém que tenha dinheiro.
Bem, é exatamente este o contexto em que se desenrola a adaptação da desenvolvedora Griptonite Games. Trata-se, resumidamente, de um conjunto de minigames baseados (vagamente) nos acontecimentos do desenho. São jogos rítmicos, “dress up” (que envolvem vestir alguém), e outros desafios simples, claramente focados nos jogadores mais jovens. Mas, é claro, não por isso são menos divertidos. Vamos aos detalhes.
Aí depende. A princesa e o Sapo certamente pode trazer muita diversão para audiências mais novas. Os minigames são simples, diretos e tremendamente coloridos, sempre acompanhando a estética do desenho — que, aliás, é feito inteiramente à mão, algo que a Disney não fazia desde 2004. Também estão presentes todos os personagens do longa, o que sem dúvida é um apelo.
Entretanto, A Princesa e o Sapo não é o tipo de jogo misto que se esperaria do gênero. Quer dizer, não é algo como Aladin (Mega Drive) ou mesmo o mediano Monsters vs. Aliens que, mesmo tendo sua origem em um desenho infanto-juvenil, ainda traziam algum desafio para jogadores mais velhos. Bem, isso realmente não acontece aqui. Dessa forma, caso você não tenha até (no máximo) 13 ou 14 anos, melhor gastar seus trocados em outra coisa.
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Nota do Voxel