Mais de 20 anos se passaram desde que os primeiros “Dragon Punch” foram disparados em uma máquina bastante rudimentar de fliperama. De lá pra cá, a novidade chamou a atenção, abocanhou completamente o gosto popular e, finalmente, acabou se destacando como um verdadeiro mito da indústria de videogames.
É claro, nós estamos falando aqui de Street Fighter, e o golpe citado não poderia ser outro além do inconfundível “Shoryuken”, que já há muitos anos cria calos, desloca dedos e fura camisetas de jogadores através do globo.
Street Fighter hoje conquistou um lugar inquestionável no imaginário popular, firmando-se como um dos grandes ícones dos gêneros de luta. Os seus personagens hoje são lendários — é preciso se deslocar muitos quilômetros da civilização para encontrar alguém que nunca tenha ouvido falar de Ryu, Ken, Guile ou Chun-li —, seus movimentos já “inspiraram” diversos outros títulos de luta (muito deles SF viu nascer e também desaparecer).
Mas onde exatamente começou essa revolução toda? Como uma fórmula aparentemente simples foi capaz de conquistar uma verdadeira legião de fãs? Qual foi exatamente o ganso dos ovos de ouro da Capcom? E, não menos importante, será que realmente existe um primeiro Street Fighter?
Bem, a fim de responder a essas perguntas, o TecMundo Games resolveu fazer um rápido passeio histórico através dos socos, chutes, pilões e bolas de fogo para entender um pouco mais dessa verdadeira revolução iniciada pela Capcom. A propósito, realmente existiu um “Street Fighter 1”...
Round 1
A Capcom não podia perder terreno
O ano era 1987. Os jogos de luta não eram propriamente uma novidade. Karate Champ, da produtora Data East, já vinha há dois anos conquistando jogadores nas casas de fliperama. E a Konami também já tinha entrado na corrida, com o seu One-Two Kung Fu (Yie-Ar Kung Fu, no japonês). A idéia básica já havia se firmado: dois jogadores, duas barras de energia. Esvazie a do oponente antes que ele faça isso com a sua.
O espaço para as artes marciais nos videogames crescia exponencialmente. A Capcom não podia ficar para trás. A ideia então foi bastante clara: criar um jogo de luta que reunisse as melhores características de Karate Champ e One-Two Kung Fu. Mas não só isso. Teria mesmo que superar tudo que havia sido feito até então.
Dois notáveis sujeitos foram então designados para essa megalômana tarefa, Takashi Nishiyama e Hiroshi Matsumoto. O primeiro Street Fighter faria então o seu debute naquele ano (1987), colocando o jogador no controle da primeira aparição do estereotipado carateca Ryu — na época com cabelos vermelhos e um singelo par de chinelos nos pés.
A idéia era simples e brilhante: atravessar o planeta a fim de desafiar alguns dos maiores expoentes em combates corpo-a-corpo, cada um trazendo na bagagem um estilo próprio. Lacônicos mestres orientais, brutamontes escarrados de uma grande metrópole e boxeadores; os principais arquétipos estavam lá. Entretanto, os únicos personagens jogáveis eram meso Ryu e Ken, sendo que este último aparecia apenas quando um segundo jogador desafiante entrasse em cena.
A propósito, jogar com essas máquinas na época era um verdadeiro desafio à parte. Em primeiro lugar, por que não havia botões, mas sim duas pequenas almofadas que deveriam ser socadas com maior ou menor força para que golpes fortes e fracos fossem disparados. O problema é que essas almofadas eram terrivelmente pouco responsivas, e alguns escritos apócrifos hoje garantem que muita gente acabou com um ou mais dedos deslocados na época.
Complementando o quadro, a alavanca do jogo era simplesmente terrível. Isso tudo fez com que os golpes especiais na época fossem quase lendários. Quer dizer, eles realmente eram poderosos, e um “hadouken” poderia definir uma batalha. O problema é que quase ninguém conseguia dispará-los! A coisa era realmente na base da tentativa e erro. Posteriormente, as almofadas dariam lugar ao padrão de seis botões — embora alguns “bugs” jamais tenham sido corrigidos.
Apesar de trazer controles ainda sofríveis e uma terrível voz digitalizada (anunciando vitórias e derrotas), Street Fighter inegavelmente levou a melhor. O design dos personagens e a liberdade das batalhas através do globo simplesmente apagaram do imaginário popular os seus dois antecessores. Mas esse sucesso todo ainda era um tanto restrito. Isso mudaria rapidamente.
Round 2
A consolidação do mito
O primeiro Street Fighter certamente conquistou um sucesso considerável. Naturalmente, a Capcom quis uma sequência. Após algumas tentativas medíocres envolvendo, por exemplo, uma versão “side-scroller” (que acabou dando origem à série Final Fight), surge então o épico que firmaria a franquia da Capcom eternamente nos anais dos videogames.
Se o primeiro título havia conquistado um sucesso apenas parcial, Street Fighter II: The World Warrior chegaria, como se diz, “com os dois pés no peito”. Mantendo o controle de seis botões — meio a contragosto da empresa, que achava os controles muito complexos —, SFII traria uma série de inovações para a fórmula já bastante datada do primeiro título.
Aparecem bloqueios, arremessos e agarrões, e os famigerados golpes especiais passam a ter a sua execução consideravelmente facilitada graças ao relativamente avançado hardware da época. Não obstante, a curva de aprendizado ainda continua separando claramente os novatos dos jogadores mais experientes.
Remanescentes do primeiro título, Ryu, Ken, Sagat (agora ostentando uma cicatriz no peito e uma grande dose de amargura) e o boxeador Mike, que passaria então a se chamar M. Bison — em uma singela “homenagem” ao boxeador Mike Tyson.
Vários outros personagens seriam então incluídos, e uma decisão mudaria definitivamente a fórmula do jogo: os personagens agora poderiam ser controlados pelo jogador, sendo que cada um deles ganharia uma animação curta ao final do jogo — algo até então sem precedentes.
Entram em cena então o adiposo lutador de sumô Edmund Honda, o gigante Zangief (ostentando cicatrizes de lutas com ursos), a eterna musa dos fãs do jogo Chun-li, o típico militar estadunidense Guile, a besta eletrificada Blanka (que gerou alguma controvérsia na época, afirmando que seria a visão que se tem dos brasileiros lá fora) e o elástico Dhalsim (nitidamente copiado de um lutador indiano que aparece no filme Master of the Flying Guillotine).
Mike Bison = Mike Tyson? Melhor mudar isso
Além destes, surgiriam também mais dois chefes que, juntamente com Sagat (chefe no primeiro jogo) e M. Bison, representariam a cúpula de uma organização criminosa conhecida como Shadaloo: Vega e Balrog. Entretanto, antes que SFII embarcasse para o ocidente, algumas pessoas na Capcom ficaram um tanto preocupadas. Quer dizer, vai que Mike Tyson não entende muito bem a “brincadeirinha”.
Assim sendo, a exceção de Sagat, os chefes trocaram rapidamente de nomes, assumindo a configuração que carregaram até os dias de hoje: o boxeador M. Bison passa a ser conhecido como Balrog, o espanhol então assume o nome Vega, e o chefão final acaba ficando conhecido como Mike Bison.
Um passo a frente de SFII
Embora não sejam propriamente sequências de World Warrior, vários títulos incluíram melhorias gráficas a possibilidades nova na fórmula original de Street Fighter II. Street Fighter II: Champion Edition finalmente liberaria os chefes para serem controlados pelos jogadores, Hyper Fighting traria novas cores e golpes e Super Street Fighter II (e seus vários legados) incluiriam quatro novos jogadores na franquia: Cammy, Thunder Hawk, Dee-Jay e Feilong.
Posteriormente, surgiria também outro “spin-off” que conquistaria o público. A série Alpha (I, II e III), cronologicamente localizada entre o primeiro e o segundo títulos da franquia, traria uma renovação gráfica baseada em Darkstalkers e X-Men: Children of the Atom, com ambientes e personagens fortemente inspirados pelo filme Street Fighter II: The Animated Movie. A série ainda resgataria alguns personagens do primeiro jogo.
Round 3
Acompanhando a evolução das plataformas
Como não poderia ser diferente, Street Fighter, assim como qualquer outra franquia de sucesso, deveria acompanhar o desenvolvimento das plataformas para permanecer viva. Foi o que, bem ou mal, a Capcom fez.
Street Fighter III: The New Generation (1997) foi uma tentativa um tanto pálida de reinventar a franquia. O erro foi óbvio: além de Ken e Ryu, a primeira versão havia deixado os personagens consagrados dos jogos anteriores. Um erro crasso, caso se considere que aqueles personagens já eram verdadeiros mitos a essa altura.
Embora as duas versões seguintes (2nd Impact e 3rd Strike) tenham retificado algumas coisas (Chun-li agora estava disponível) e acrescentado outras (como sistema “parry” e o "Super Arts"), a impressão de jogo novo e desconhecido persistia. Assim sendo, embora tenha agradado alguns fãs, o título acabaria no bom e velho baú de escorregadas da Capcom — no qual seria possível incluir também a débil tentativa 3D da série EX).
E, bem ,embora a franquia principal andasse meio mal das pernas, um outro tipo de “spin-off” acabou conquistando os jogadores. As chamadas “séries versus” trariam um novo fôlego para a franquia, jogando Ken, Ryu e Cia. contra personagens do universo Marvel, como nos jogos X-men Vs. Street Fighter e Marvel Vs. Capcom. Mas não era exatamente Street Fighter. Um merecido e verdadeiro renascimento ainda se fazia necessário.
Final Round
O merecido retorno às origens
Demorou, mas a Capcom enfim compreendeu o que realmente fazia de Street Fighter um bom jogo: Personagens carismáticos e uma jogabilidade simples, efetiva e efervescente. Onde encontrar isso? No bom e velho World Warrior e suas crias diretas, é claro.
Quando o produtor Yoshinori Ono disse que queria que o novo Street Fighter fosse feito à imagem e semelhança de Street Fighter II ele realmente falava sério. Embora seja fruto da de uma capacidade de hardware muito maior, a sensação de se jogar Street Fighter IV é basicamente que se tinha com os primeiros títulos da série.
Quer dizer, você terá visuais de saltar os olhos, cenários quase interativos, novos personagens e, de forma geral, toda a qualidade que define um título bem colocado na sétima geração de videogames. Entretanto, são os mesmos golpes, e são os mesmos personagens consagrados. Novo e retrô ao mesmo tempo. Pode-se dizer que finalmente SF II ganhou um herdeiro a altura.
É claro, nós estamos falando aqui de Street Fighter, e o golpe citado não poderia ser outro além do inconfundível “Shoryuken”, que já há muitos anos cria calos, desloca dedos e fura camisetas de jogadores através do globo.
Street Fighter hoje conquistou um lugar inquestionável no imaginário popular, firmando-se como um dos grandes ícones dos gêneros de luta. Os seus personagens hoje são lendários — é preciso se deslocar muitos quilômetros da civilização para encontrar alguém que nunca tenha ouvido falar de Ryu, Ken, Guile ou Chun-li —, seus movimentos já “inspiraram” diversos outros títulos de luta (muito deles SF viu nascer e também desaparecer).
Mas onde exatamente começou essa revolução toda? Como uma fórmula aparentemente simples foi capaz de conquistar uma verdadeira legião de fãs? Qual foi exatamente o ganso dos ovos de ouro da Capcom? E, não menos importante, será que realmente existe um primeiro Street Fighter?
Bem, a fim de responder a essas perguntas, o TecMundo Games resolveu fazer um rápido passeio histórico através dos socos, chutes, pilões e bolas de fogo para entender um pouco mais dessa verdadeira revolução iniciada pela Capcom. A propósito, realmente existiu um “Street Fighter 1”...
Round 1
A Capcom não podia perder terreno
O ano era 1987. Os jogos de luta não eram propriamente uma novidade. Karate Champ, da produtora Data East, já vinha há dois anos conquistando jogadores nas casas de fliperama. E a Konami também já tinha entrado na corrida, com o seu One-Two Kung Fu (Yie-Ar Kung Fu, no japonês). A idéia básica já havia se firmado: dois jogadores, duas barras de energia. Esvazie a do oponente antes que ele faça isso com a sua.
O espaço para as artes marciais nos videogames crescia exponencialmente. A Capcom não podia ficar para trás. A ideia então foi bastante clara: criar um jogo de luta que reunisse as melhores características de Karate Champ e One-Two Kung Fu. Mas não só isso. Teria mesmo que superar tudo que havia sido feito até então.
Dois notáveis sujeitos foram então designados para essa megalômana tarefa, Takashi Nishiyama e Hiroshi Matsumoto. O primeiro Street Fighter faria então o seu debute naquele ano (1987), colocando o jogador no controle da primeira aparição do estereotipado carateca Ryu — na época com cabelos vermelhos e um singelo par de chinelos nos pés.
A idéia era simples e brilhante: atravessar o planeta a fim de desafiar alguns dos maiores expoentes em combates corpo-a-corpo, cada um trazendo na bagagem um estilo próprio. Lacônicos mestres orientais, brutamontes escarrados de uma grande metrópole e boxeadores; os principais arquétipos estavam lá. Entretanto, os únicos personagens jogáveis eram meso Ryu e Ken, sendo que este último aparecia apenas quando um segundo jogador desafiante entrasse em cena.
A propósito, jogar com essas máquinas na época era um verdadeiro desafio à parte. Em primeiro lugar, por que não havia botões, mas sim duas pequenas almofadas que deveriam ser socadas com maior ou menor força para que golpes fortes e fracos fossem disparados. O problema é que essas almofadas eram terrivelmente pouco responsivas, e alguns escritos apócrifos hoje garantem que muita gente acabou com um ou mais dedos deslocados na época.
Complementando o quadro, a alavanca do jogo era simplesmente terrível. Isso tudo fez com que os golpes especiais na época fossem quase lendários. Quer dizer, eles realmente eram poderosos, e um “hadouken” poderia definir uma batalha. O problema é que quase ninguém conseguia dispará-los! A coisa era realmente na base da tentativa e erro. Posteriormente, as almofadas dariam lugar ao padrão de seis botões — embora alguns “bugs” jamais tenham sido corrigidos.
Apesar de trazer controles ainda sofríveis e uma terrível voz digitalizada (anunciando vitórias e derrotas), Street Fighter inegavelmente levou a melhor. O design dos personagens e a liberdade das batalhas através do globo simplesmente apagaram do imaginário popular os seus dois antecessores. Mas esse sucesso todo ainda era um tanto restrito. Isso mudaria rapidamente.
Round 2
A consolidação do mito
O primeiro Street Fighter certamente conquistou um sucesso considerável. Naturalmente, a Capcom quis uma sequência. Após algumas tentativas medíocres envolvendo, por exemplo, uma versão “side-scroller” (que acabou dando origem à série Final Fight), surge então o épico que firmaria a franquia da Capcom eternamente nos anais dos videogames.
Se o primeiro título havia conquistado um sucesso apenas parcial, Street Fighter II: The World Warrior chegaria, como se diz, “com os dois pés no peito”. Mantendo o controle de seis botões — meio a contragosto da empresa, que achava os controles muito complexos —, SFII traria uma série de inovações para a fórmula já bastante datada do primeiro título.
Aparecem bloqueios, arremessos e agarrões, e os famigerados golpes especiais passam a ter a sua execução consideravelmente facilitada graças ao relativamente avançado hardware da época. Não obstante, a curva de aprendizado ainda continua separando claramente os novatos dos jogadores mais experientes.
Remanescentes do primeiro título, Ryu, Ken, Sagat (agora ostentando uma cicatriz no peito e uma grande dose de amargura) e o boxeador Mike, que passaria então a se chamar M. Bison — em uma singela “homenagem” ao boxeador Mike Tyson.
Vários outros personagens seriam então incluídos, e uma decisão mudaria definitivamente a fórmula do jogo: os personagens agora poderiam ser controlados pelo jogador, sendo que cada um deles ganharia uma animação curta ao final do jogo — algo até então sem precedentes.
Entram em cena então o adiposo lutador de sumô Edmund Honda, o gigante Zangief (ostentando cicatrizes de lutas com ursos), a eterna musa dos fãs do jogo Chun-li, o típico militar estadunidense Guile, a besta eletrificada Blanka (que gerou alguma controvérsia na época, afirmando que seria a visão que se tem dos brasileiros lá fora) e o elástico Dhalsim (nitidamente copiado de um lutador indiano que aparece no filme Master of the Flying Guillotine).
Mike Bison = Mike Tyson? Melhor mudar isso
Além destes, surgiriam também mais dois chefes que, juntamente com Sagat (chefe no primeiro jogo) e M. Bison, representariam a cúpula de uma organização criminosa conhecida como Shadaloo: Vega e Balrog. Entretanto, antes que SFII embarcasse para o ocidente, algumas pessoas na Capcom ficaram um tanto preocupadas. Quer dizer, vai que Mike Tyson não entende muito bem a “brincadeirinha”.
Assim sendo, a exceção de Sagat, os chefes trocaram rapidamente de nomes, assumindo a configuração que carregaram até os dias de hoje: o boxeador M. Bison passa a ser conhecido como Balrog, o espanhol então assume o nome Vega, e o chefão final acaba ficando conhecido como Mike Bison.
Um passo a frente de SFII
Embora não sejam propriamente sequências de World Warrior, vários títulos incluíram melhorias gráficas a possibilidades nova na fórmula original de Street Fighter II. Street Fighter II: Champion Edition finalmente liberaria os chefes para serem controlados pelos jogadores, Hyper Fighting traria novas cores e golpes e Super Street Fighter II (e seus vários legados) incluiriam quatro novos jogadores na franquia: Cammy, Thunder Hawk, Dee-Jay e Feilong.
Posteriormente, surgiria também outro “spin-off” que conquistaria o público. A série Alpha (I, II e III), cronologicamente localizada entre o primeiro e o segundo títulos da franquia, traria uma renovação gráfica baseada em Darkstalkers e X-Men: Children of the Atom, com ambientes e personagens fortemente inspirados pelo filme Street Fighter II: The Animated Movie. A série ainda resgataria alguns personagens do primeiro jogo.
Round 3
Acompanhando a evolução das plataformas
Como não poderia ser diferente, Street Fighter, assim como qualquer outra franquia de sucesso, deveria acompanhar o desenvolvimento das plataformas para permanecer viva. Foi o que, bem ou mal, a Capcom fez.
Street Fighter III: The New Generation (1997) foi uma tentativa um tanto pálida de reinventar a franquia. O erro foi óbvio: além de Ken e Ryu, a primeira versão havia deixado os personagens consagrados dos jogos anteriores. Um erro crasso, caso se considere que aqueles personagens já eram verdadeiros mitos a essa altura.
Embora as duas versões seguintes (2nd Impact e 3rd Strike) tenham retificado algumas coisas (Chun-li agora estava disponível) e acrescentado outras (como sistema “parry” e o "Super Arts"), a impressão de jogo novo e desconhecido persistia. Assim sendo, embora tenha agradado alguns fãs, o título acabaria no bom e velho baú de escorregadas da Capcom — no qual seria possível incluir também a débil tentativa 3D da série EX).
E, bem ,embora a franquia principal andasse meio mal das pernas, um outro tipo de “spin-off” acabou conquistando os jogadores. As chamadas “séries versus” trariam um novo fôlego para a franquia, jogando Ken, Ryu e Cia. contra personagens do universo Marvel, como nos jogos X-men Vs. Street Fighter e Marvel Vs. Capcom. Mas não era exatamente Street Fighter. Um merecido e verdadeiro renascimento ainda se fazia necessário.
Final Round
O merecido retorno às origens
Demorou, mas a Capcom enfim compreendeu o que realmente fazia de Street Fighter um bom jogo: Personagens carismáticos e uma jogabilidade simples, efetiva e efervescente. Onde encontrar isso? No bom e velho World Warrior e suas crias diretas, é claro.
Quando o produtor Yoshinori Ono disse que queria que o novo Street Fighter fosse feito à imagem e semelhança de Street Fighter II ele realmente falava sério. Embora seja fruto da de uma capacidade de hardware muito maior, a sensação de se jogar Street Fighter IV é basicamente que se tinha com os primeiros títulos da série.
Quer dizer, você terá visuais de saltar os olhos, cenários quase interativos, novos personagens e, de forma geral, toda a qualidade que define um título bem colocado na sétima geração de videogames. Entretanto, são os mesmos golpes, e são os mesmos personagens consagrados. Novo e retrô ao mesmo tempo. Pode-se dizer que finalmente SF II ganhou um herdeiro a altura.
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