Resumo E3 2010: Conferência da Konami

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O início da conferência da Konami nesta E3, que ocorreu na tarde desta quarta-feira, foi como qualquer outra: um representante da companhia interagiu rapidamente com a plateia, pedindo para que celulares fossem desligados ou postos em modo silencioso para que a transmissão ao vivo fosse realizada com sucesso.

Sem atrasos adicionais, uma montagem de trailers foi exibida no telão, dando espaço a títulos de todos os tipos, abrangendo desde os projetos mais casuais (como aqueles focados no Kinect, da Microsoft) até os pesados, como Metal Gear Solid: Peace Walker e Rising, Castlevania: Lords of Shadow e Pro Evolution Soccer 2011 — que inclusive foi motivo para uma decepção que tivemos.

Passadas as imagens, Shinji Hirano (o presidente da divisão americana) abriu oficialmente com seu discurso, afirmando que a empresa percebe muito bem a transição que está ocorrendo no mercado de jogos e que ela continuará a entregar conteúdo de qualidade, com títulos famosos (Silent Hill, Frogger, Castlevania e Dance Dance Revolution eram os nomes que ocupavam a imagem).

Um show... De falhas!

Nick Perret subiu ao palco... Apenas para ser agraciado com uma mensagem de erro no componente de vídeo que impediu a exibição do trailer de seu novo projeto, Def Jam Rapstar. Depois de alguns minutos no escuro — e sem previsão para correção do problema —, Perret começou a comentar sobre a proposta do jogo e do relacionamento com a Konami.

Ele mostrou ser privilegiado pela oportunidade que teve (de saltar do nada para um “grande projeto” com sua companhia) e elogiou as parcerias estabelecidas. Com relação ao jogo, ele deixou claro que cada minuto em Def Jam Rapstar conta e pode ser compartilhado imediatamente online.

A interatividade do jogo não está restrita apenas ao video game, já que é possível acessar a página oficial para assistir aos vídeos dos outros jogadores, emitir comentários, avaliações e até mesmo receber alertas pelo celular. A intenção clara é fazer com que os jogadores “fiquem famosos com suas performances”.

Quem repetiu a dose de discursos desnecessários e entediantes foi Russel Simons, o fundador da Def Jam — a gravadora que tem sob suas asas contratos de famosos como Kanye West. Depois de muitas palavras, elogios e agradecimentos, a imagem ao fundo começou a piscar enquanto o som oscilava do volume mais baixo a alturas estridentes...

Amenizados os problemas, o trailer rodou, mostrando pessoas agindo como “rappers” em frente à câmera dos consoles, cantando no microfone enquanto assistiam aos clipes oficiais das músicas.

A vergonha é a chave O que vem a seguir é apenas uma amostra!

Depois da batalha dos falsos gângsteres, foram os lutadores que entraram na conferência com Lucha Libre AAA: Heroes Del Ring, literalmente, já que estava presente Federico Bayer, ao lado dos competidores oficiais do esporte. Foi anunciado que o campeonato terá seu fim dentro da E3 para decidir qual dos participantes ocupará a capa do jogo.

A partir daí as coisas ficaram mais constrangedoras: os lutadores simularam uma briga de tapas na cara e no peito, enquanto o apresentador segurava o cinturão de cabeça para baixo, gritando suas intenções. Ainda vimos um quarto participante em vídeo ameaçando pegar e humilhar todos com suas habilidades. Boa, Konami!

Sangue em abundância, mas pouca empolgação...

Voltando ao eixo da normalidade, a Konami exibiu um trailer inédito de Saw II, que carrega o subtítulo Flesh and Blood. Nas cenas, uma moça teve seus pés e mãos atados a uma estrutura metálica, que na verdade era um elevador prestes a desabar (processo que a rasga ao meio, como mostrado alguns segundos depois).

A proposta, de acordo com John Williamson, é agradar aos fãs dos filmes com novos minigames, alguns baseados no cinema e outros inéditos. Cada teste será composto por dois elementos primários a fim de verificar as intenções dos personagens e deverá ser encarado como uma espécie de “chefe”.

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O jogo será lançado no dia das bruxas para Xbox 360 e PlayStation 3 e trará novos personagens, finais variáveis e transformações na fórmula vista anteriormente.

A revolução nipônica do humor

O sangue prosseguiu como tema da conferência, já que Tak Fuji — o criador da série Ninety-Nine Nights — subiu para falar da continuação. Inúmeras melhorias foram apresentadas, incluindo exércitos com um milhão de soldados, centenas de inimigos por vez na tela (com formações variadas), chefes, efeitos climáticos e diversas classes de guerreiros.

Mas logo de cara algo ficou bem claro: Tak Fuji não é um ser qualquer. O rapaz falou de todas as características do projeto, como se elas fossem supremas. Isso se repetiu diversas vezes enquanto ele citava exemplos, fazia caretas e aguardava pelos aplausos nervosos da plateia.

É claro que enquanto tudo isso rolava na tela nós nos retorcíamos em nossas cadeiras durante a cobertura ao vivo. As principais pérolas foram: “One million troops”, “Extreeeeeme!” (dito em voz baixa, como um lobo assassino da noite) e “Gamplê”, em uma tentativa de falar a palavra gameplay...

A invasão dos non-games? Garotas desenhadas, Kinect e danças desajeitadas

Vermelhos de vergonha pela empresa, vimos na sequência Nyais Taylor apresentar quatro projetos no palco. O primeiro deles foi Otomedius Excellent, um Shoot'em Up com apelo forte aos adoradores de animê, que contém nove personagens, partidas online, coleta de itens variados ao longo de seus estágios e promessa de DLCs na Xbox Live. A intenção é voltar às raízes do gênero, imitando até mesmo a série Parodius.

No trailer, garotas desenhadas tomaram conta da tela. Elas balançavam suas formas de um lado para o outro e faziam caretas de alegria. Subitamente a imagem foi cortada e o apresentador agradeceu, sem mostrar absolutamente nada da jogabilidade. Todos ficaram sem entender...

Kinect e a família

O segundo projeto foi Adrenalin Misfits, exclusivo para Kinect, que pretende reunir toda a família. O jogo busca elementos do Snowboard e usa avatares do Xbox 360 ou personagens criados pelo jogador.

O trailer veio em seguida, mostrando variedade de pranchas, gráficos medianos, manobras radicais e pessoas saltando ou ficando sobre um pé só. Tudo isso enquanto seus personagens iam atravessando cachoeiras, neve, terra e outras coisas... Fica claro que é um projeto para os “casuais”.

A hora da música — ataque da vergonha, parte 2

Em seguida, o nome DanceMasters (ainda não finalizado) surgiu. É o projeto desenvolvido pelos criadores de Dance Dance Mania. O produtor Naoki Maeda mostrou a proposta, ao lado de outro funcionário bem engajado na apresentação. O inglês foi ainda mais incompreensível desta vez, mas logo a dupla partiu junta... Para dançar em frente ao público e à câmera do Kinect.

Assista ao vídeo acima... Você vai se divertir com a coreografia!

A empolgação era grande sobre o palco, mas a plateia não teve a mesma resposta. As coreografias excêntricas exigiam até mesmo que o jogador sentasse, para depois girar rumo à outra direção (ainda no chão). Ficou bem claro que Dance Central é um jogo superior, ao menos até o momento.

Finalizando a rodada musical, Christine Catle apresentou Glee Karaoke Revolution (baseado na série musical). É claro que antes do jogo chegar à tela, uma reportagem completa foi exibida, mostrando o coro que inspirou a série. Como esperado, os alunos do colégio John Burroughs começaram a cantar as músicas, enquanto o jogo registrava notas desafinadas ao fundo.

Deixando a parte vergonhosa de lado, podemos dizer que a interface e o próprio funcionamento do jogo se parecem muito com o de Singstar, permitindo diferentes configurações de dificuldade, cantoria em duetos, participação interativa e oferecendo uma série de extras aos fãs de Glee.

Hudson tenta salvar o “espetáculo”

Mike Pepe da Hudson Soft foi breve (ao menos em comparação com aqueles que vieram antes dele) e partiu para os jogos da empresa, associada à Konami. O primeiro foi BeyBlade Metal Fusion. Kenta e outros personagens foram mostrados, junto com a personalização das armas, cenas animadas em desenho, lutas de Bayblade e poderes especiais. Infelizmente o jogo pareceu ser simples demais em todos os quesitos, mesmo se levarmos em consideração a interconectividade entre Wii e DS.

Deca Sports 3 terá dez eventos esportivos inéditos, inclusive o mais aguardado por todos: serrar a madeira do tronco de uma árvore... Francamente, a esta altura já estávamos desistindo, ainda mais com Deca Sports Freedom para Xbox 360 e Kinect vindo em seguida. Os gráficos mostrados eram horríveis, mas as modalidades eram mais comuns, a exemplo de arco e flecha e Paintball.

Mas uma boa surpresa nos aguardava: Lost in Shadow. O jogo de plataforma foi o que mais empolgou, graças à mecânica inteligente de partida, que utiliza as sombras e muito deslocamento de luz para a criação de quebra-cabeças diferenciados. Mike Pepe pode não ter transmitido ânimo, mas todos aplaudiram.

Os peso-pesados A Konami e seus maiores projetos

Com mais da metade do tempo passado, as grandes franquias tinham que começar a aparecer na conferência. Não deu outra: Silent Hill foi mostrado pela primeira vez pelo produtor Devin Shatsky, que estava visivelmente nervoso, ao lado de seu companheiro de equipe. A intenção é retomar os elementos que tornaram a série um sucesso e o lançamento ocorrerá em 2011, tanto para PlayStation 3 quanto para Xbox 360.

O trailer foi aberto com o clima típico da série, contendo névoa por todos os cantos. O personagem principal estava sendo transportado em um caminhão de presidiários, com as mãos presas por algemas. Ao passar por Silent Hill ele começa a ter visões, indo para o meio de uma floresta, fugindo de uma policial e correndo sobre troncos.

A música, agora criada pelo músico responsável pela trilha sonora da série Dexter, lembrou Arquivo-X. Já dentro da cidade e de uma casa, ele utilizou a lanterna para iluminar o ambiente, verificar a televisão que ligava sozinha e identificar a arma sobre a mesa. Depois disso, restaram os gritos de agonia, tremores pela tela, transformações de dimensões e demônios espalhados.

Perdendo a cabeça, literalmente!

Hora de mostrar um jogo inédito, chamado Never Dead. O vídeo começou com o diálogo entre um rapaz e uma mulher, equipada com um headset. Passeando pela cidade destruída, logo o rapaz é surpreendido por uma besta enorme, que atravessa a parede e o esmaga contra o outro lado da sala.

A cabeça do personagem cai e quica no chão, enquanto a criatura (cercada por pequenos cupidos e recheada de olhos) o observa atentamente. A garota não esboça reação e fala que a cena não teve graça... É somente neste ponto que você entende que o personagem pode se desmembrar à vontade.

Em seguida o trailer do jogo produzido pela Rebellion entra em uma dose furiosa de ação, com explosões para todos os lados, sistema de mira dupla e a possibilidade de desmembramento em tempo real. Pelo visto, o herói já está morto!

Shinta Nojiri encerra sua fala, agradecendo ao público, dizendo que espera que todos gostem do jogo (algo como “Hope you r’ike it”) e dando um tapinha nas costas do mesmo rapaz que já havia aparecido para dançar ao lado de Naoki Maeda. A cabeça dele despenca, graças a um truque inesperado, e gera constrangimento geral na plateia. Sim, mais uma vez...

Reaproveitamento de material

Shigenobu Matsuyama é o responsável por Metal Gear Solid Rising. Ele fez seu discurso em japonês desta vez, comentou sobre suas intenções com o jogo e afirmou que levará os jogos de ação com espada a outro nível, graças à possibilidade de direcionar o corte da lâmina e também à mescla de elementos Stealth, com um ritmo de infiltração mais rápido em relação aos demais jogos da série.

A história explicará como Raiden passou de um soldado com habilidades ligeiramente aumentadas para o monstro mecânico que figurou em Metal Gear Solid 4. Mais novidades apenas em novembro.

Metroidvania na XBLA

O criador da fórmula side scroller de Castlevania, Koji Igarashi, anunciou que o episódio Harmony of Despair será lançado na Xbox Live Arcade. Entretanto, ele virá equipado com cinco personagens novos (incluindo Alucard, de Symphony of the Night) e ocupará a tela inteira com os cenários do castelo, permitindo pela primeira vez que monstros o sigam pelos corredores.

Haverá modalidades multiplayer, tanto em modos cooperativos quanto competitivos (de sobrevivência, como observado por Iga). De acordo com o desempenho, em termos de venda, novos estágios e personagens serão liberados.

O fim de uma jornada de embaraços

Castlevania continuou como assunto, mas com uma visão 3D, já que Dave Cox apareceu para mostrar o mesmo trailer de Lords of Shadow que já havia passado em outras conferências. Para quem não sabe, a intenção da Mercury Steam é recriar toda a mitologia do jogo original, honrando aspectos que não foram igualados até hoje. Em seguida, Shinji Hirano retornou ao palco e fechou a conferência, avisando a todos para ficarem ligados nas novidades que virão em breve.

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Resumindo? Um péssimo desempenho da empresa em termos de apresentação na E3. Momentos constrangedores por todos os lados, nada de Pro Evolution Soccer 2011, repetições de trailers já vistos e a falta de organização foram apenas algumas das coisas que nos irritaram.

Uma pena, já que a Konami tem conteúdo de sobra exposto na feira, com muita qualidade. Agora teremos que aguardar por impressões de quem está por lá.

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