Pois é, a gigante EA — por mais que não possua uma plataforma própria — fez uma aparição expressiva na Electronic Entertainment Expo deste ano. John Riccitiello e os outros “figurões” da companhia destacaram alguns dos games mais aguardados dos próximos tempos. Tiros, velocidade, ação e pancadaria preencheram os telões.
A conferência da EA satisfez boa parte dos fãs, pois os títulos apresentados mexeram com os nervos de muita gente. De modo geral, não há o que reclamar. Por mais que várias pessoas tenham se sentido deslocadas perante exibições intensas de jogos que focam futebol americano (Madden NFL 11), artes marciais em ringues (MMA) e atividades físicas (EA Sports Active 2), os demais games compensaram.
Mais uma vez, é difícil comparar um evento que teve como foco uma desenvolvedora e distribuidora de jogos que não possui um console próprio com uma conferência da Sony ou da Microsoft, por exemplo. Por outro lado, trata-se de uma empresa que abrange várias plataformas e gostos diversificados... Realmente especializada em “artes eletrônicas”. Clique aqui e confira a divisão da E3 no site oficial da EA.
Fortes emoçõesCausando espanto desde o começo
Um início em alta velocidade
Começar com Need for Speed: Hot Pursuit foi uma bela escolha. A frase “De qual lado você está?” resume muito bem a fórmula básica da jogabilidade: fugir ou perseguir. O novo NFS parece ser incrível, tanto nos visuais como no estilo das corridas. Ou melhor, perseguições. A desenvolvedora Criterion Games mostrou um capricho inesperado na apresentação do game.
O vídeo de abertura só não foi melhor que o detalhamento do jogo através da exibição do Autolog (um conjunto de funcionalidades diversas: comunidade de amigos do jogador, fotos, "feed", carreira e outras) e de uma versão demonstrativa em modo competitivo. Passando rapidamente pela tela de configurações, o apresentador e seu colega foram para as pistas: um como policial, outro como fugitivo.
A premissa é justamente “reimaginar” a fórmula já conhecida pelos fãs... Com novidades de peso, é claro. Belos visuais e efeitos gráficos, reforços policiais, velocidades alucinantes, competição lado a lado e demais atrativos formam um conjunto sensacional. Hot Pursuit aparecerá nas prateleiras das lojas a partir do dia 16 de novembro de 2010.
O “segundo espaço morto”
Steve Papoutsis, produtor executivo de Dead Space 2, sobe ao palco. E foi melhor que o esperado: jogabilidade em tempo real, com uma atmosfera macabra e muitos desmembramentos. Na volta de Isaac Clarke, são prometidos novos cenários e novos assassinatos brutais. Armas e ferramentas inéditas poderão ser manuseadas pelos gamers para que os sustos constantes não se transformem em mortes repentinas do personagem controlado.
As criaturas são nojentas e ao mesmo tempo intrigantes, pois possuem formas, digamos, bizarras. Uma arma que desacelera o tempo (uma espécie de “bullet time” do futuro, deixando tudo em câmera lenta) é o ideal para a visualização mais detalhada dos monstros. Vale lembrar que Clarke pode até mesmo pisar nos inimigos.
Tecnicamente, o segundo título aparenta ser ainda mais impressionante que o original. Texturas de alta qualidade e uma iluminação fora de série mostram que os desenvolvedores não estão de brincadeira. Os ambientes externos combinam perfeitamente com o contexto futurista da franquia. No mais, a interface e os comandos são familiares, embora tenham recebidos mudanças. Enfim, o game promete.
EA em primeira pessoaO arsenal FPS da empresa
Digno de medalha de honra
A piada foi ruim, mas o jogo com certeza será bom. No mínimo, bom. O novo Medal of Honor recebeu uma abordagem única, pois Sean Decker — administrador geral da EA Los Angeles — levou 24 pessoas a participarem de uma demonstração ao vivo dos combates virtuais (na E3, versão para PlayStation 3) no Afeganistão. O modo Team Assault, do tipo Deathmatch, foi apresentado.
Vinte e quatro telas, caos, projéteis que perfuram armadura, bazucas, cenários inspirados em locais da vida real... A destruição é mais que intensa. Ficar parado é para os fracos. A jogabilidade promete ser muito prática e intuitiva. Enquanto a versão completa do título está prevista para chegar aos usuários das plataformas PC, PS3 e Xbox 360 no dia 12 de outubro deste ano, uma versão Beta será disponibilizada no dia 21 de junho. É claro que quem esteve na E3 teve a chance de participar de tiroteios multiplayer.
Foi exibido, ainda, um trailer que reforçou os pilares da proposta central do game. Mapas como Hermand Valley e Kabul City Ruins foram preenchidos com explosões e tiroteios frenéticos. Até mesmo um ataque aéreo ocorreu. É interessante reforçar que o jogador ganha pontos por matar inimigos e explodir veículos.
Logo depois da exibição de MoH, Katrina Strafford apareceu para comentar sobre o Gun Club, uma comunidade da EA que tenta reunir os jogadores dos títulos da companhia. Há recompensas para quem se integra ao clube, tais como acesso mais cedo a versões Beta e desbloqueio de itens em diferentes games.
Foi comentado, ainda, que quem fez a pré-compra de MoH tem acesso à Beta hoje (17 de junho, quinta-feira). Além disso, o pacote de expansão conhecido como Battlefield: Bad Company 2 Vietnam foi confirmado pela EA e deverá aparecer no fim de 2010.
A maior promessa gráfica
Se você pensou Crysis 2, acertou. E o FPS da Crytek está sinistro. Como o prometido, visuais espetaculares ilustram uma Nova Iorque caótica. Foram comentados rapidamente quesitos como Armor Mode e Stealth Mode, mas o que realmente impressionou foi o vídeo apresentado. A Estação Central foi tomada pela ação em uma demo, sendo que o personagem controlado teve a chance de, por exemplo, usar visão térmica e uma metralhadora montada.
A ambientação convincente se equiparou ao nível de detalhamento gráfico. Um prédio em chamas caracterizou o fim da demonstração, mas Cevat Yerli (fundador da Crytek) pediu a todos que colocassem óculos 3D. Pois é, as versões para PC, PS3 e X360 terão suporte para visuais em três dimensões.
Mais uma vez, a ambientação causou impacto. Tiroteios em ruínas de Nova Iorque forneceram boas imagens da nova roupa, de um helicóptero em meio a explosões fenomenais e de, é claro, robôs alienígenas. O som demonstrou qualidade. Crysis 2 chegará aos fãs no fim de 2010.
Avançando um pouco...
Bulletstorm só apareceu no fim da conferência, mas causou muito impacto. Descontraído é um bom adjetivo para descrever a ação do game. Um trio de peso assumiu o palco para mostrar o game: Cliff Bleszinski (diretor de design da Epic Games), Tanya Jessen (produtora da Epic) e Adrian Chmielarz (diretor de criação da desenvolvedora People Can Fly).
Datado para 22 de fevereiro do ano que vem, o jogo conta com uma fórmula semelhante à de Just Cause 2. Os jogadores devem causar o caos para desbloquear novas possibilidades de gerar mais caos (como itens e armas) para criar... Ainda mais caos.
O brilho da Unreal Engine é inegável. A iluminação — particularmente as sombras dos objetos na tela — está ótima e tudo ocorre com fluidez. O protagonista, que procura “recarregar suas baterias”, tem a oportunidade de utilizar uma corrente para puxar e prender os oponentes em pleno ar. Raios em diversos locais ofuscam a visão em vários momentos.
Xingamentos são trocados frequentemente entre os combatentes, o que enaltece ainda mais a atmosfera descontraída da ação. O mesmo se aplica aos chutes empregados pelos personagens e aos tipos de armas encontrados, como uma “minigun” (metralhadora pesada) com munição infinita, mas que esquenta e impede o uso ininterrupto do poderoso objeto.
No mais...EA Sports, Sims e cavaleiros Jedi
Várias artes marciais
Voltando ao meio da apresentação da EA, foi possível acompanhar Peter Moore (EA Sports) enquanto surgiam imagens do título EA Sports MMA no telão. Conforme o anunciado, diferentes estilos de luta preencherão o novo game. Fedor Emelianenko e Randy Couture foram os nomes indicados para a capa do jogo.
O Brasil foi mostrado dentre os diversos ambientes que serão herdados de locais da vida real. Ringues, centros de treinamento... O game de luta parece ser bem completo, robusto. Durante a apresentação, um recurso curioso despontou: EA Sports Live Broadcast.
O jogador pode fazer vídeos de introdução com uma câmera e ligá-los a lutas “in-game”. Os clipes finais são postados e podem ser visualizados tanto através de consoles quanto por navegadores web em computadores. Uma forma interessante de integração da comunidade de gamers. Data de lançamento de EA Sports MMA? Dezenove de outubro deste ano.
Mais um herdeiro de Wii Fit
EA Sports Active 2 possui novidades. O jogo terá versões para Wii, PS3 e X360 (todas previstas para o dia 16 de novembro deste ano) e conta com uma jogabilidade inteiramente independente de fios. É a aposta wireless da EA para quem gosta de exercícios físicos. E o título também terá recursos online (como acompanhamento do progresso) e diferentes modos de jogo (mais de 70 atividades à disposição).
Três pessoas, todas com acessórios de monitoramento de pressão cardíaca, participaram da demonstração ao vivo do jogo. Enquanto uma mulher apresentava um exercício com bicicleta na versão para Wii, outra fazia atividades com pesos na versão para PS3.
É claro que o destaque foi para o Kinect, a bomba da Microsoft. O aparelho capturou todos os movimentos corpóreos do jogador, que socava um saco de areia virtual. O apresentador ficou visivelmente cansado, demonstrando o sucesso da prática com o uso do periférico.
Joe Montana no palco?
Sim, e conversando com Peter Moore. Antes de o famoso esportista subir ao palco, Moore abriu alas para anúncios e imagens descontraídas de Madden NFL 11. Termos reforçados: simplicidade, praticidade, acessibilidade e profundidade. Espera-se o surgimento de uma experiência autêntica na próxima edição da série, com direito a até mesmo um modo competitivo 3x3.
Uma funcionalidade com o nome de GameFlow foi detalhada por Moore e Montana. Preparações, treinamentos e estratégias em tempo real vão ocupar o tempo dos fãs de futebol americano de uma maneira intensa. É incrível a quantidade de possibilidades referentes a jogadas a serem realizadas no campo.
O cotidiano virtual
Rod Humble — vice-presidente executivo da marca EA Play — realmente incorporou a experiência com The Sims 3 através da frase “play with lif3”. Vários papéis foram ilustrados: bombeiro, astronauta, policial, encanador... No mundo de Humble, ele tem poder total, até porque toda a cidade é preenchida com vários “clones” do personagem controlado.
No terceiro jogo central da franquia, os Sims têm livre arbítrio. É isso mesmo: parece que o game lida com aspectos como ações, escolhas e atitudes geradas pelo inconsciente do ser humano. Quer dizer, ser virtual. “Eles estão vivos lá dentro” e “viver como se estivéssemos morrendo”, frases de peso para a divulgação do título.
Estão previstas versões também para os consoles, todas com recursos criativos, flexíveis e acessíveis, segundo Humble. A ideia é proporcionar uma jogabilidade intensa e bastante imersiva. Por outro lado, aparecerão situações absurdas com os Sims, mas tudo deverá ser curiosamente palpável.
Que a Força esteja com você
A última apresentação da conferência foi a de Star Wars: The Old Republic, o tão aguardado MMORPG da BioWare, uma das divisões de desenvolvimento da EA. Mary Bihr, da LucasArts, e Greg Zeschuk, da BioWare, começaram com uma bomba: cada jogador terá uma nave própria, e será possível personalizá-la de acordo com o estilo preferido do piloto.
De forma breve, a experiência PvP — jogadores contra jogadores — foi exibida. As chamadas “zonas de guerra” serão preenchidas com batalhas épicas no planeta Alderaan. Isso abriu alas para um trailer muito bom, por mais que não tenha apresentado cenas “in-game”.
Poderes como Force Push, brigas com sabres de luz entre Jedi e Sith, cenário deslumbrante, trilha sonora misteriosa... O contexto não perde o brilho e mostra o motivo pelo qual a saga de George Lucas é tão significativa no mundo do entretenimento. Uma boa conclusão para a conferência da Electronic Arts.
