Cheat Codes: artimanhas cada vez menos expressivas nos games.

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"Cheats", "manhas", "truques", "códigos"... Os nomes são vários, mas a proposta é uma só: liberar áreas anteriormente inacessíveis com combinações de códigos ou comandos em uma determinada seção do jogo. Muitas vezes, há um menu específico para que o jogador possa tentar liberar conteúdos adicionais do game através de senhas secretas.

Há quem diga que as gerações anteriores de consoles (Super Nintendo, Mega Drive, PlayStation, Nintendo 64) contavam com jogos extremamente desafiadores para os gamers mais assíduos. Em muitos casos, era perfeitamente natural buscar códigos de acesso para seções quase impossíveis de serem acessadas.
Bons e velhos tempos...

Só que, no que diz respeito à superação de um modo principal de jogo, as "manhas" podem estragar a experiência de muitos. Pular partes de uma história sem conhecê-las não é um caminho aprovado pela maior parte dos jogadores e críticos.

Os famosos "walkthroughs" ainda possuem bastante importância para pessoas que encontram sérias dificuldades em vencer games que possuem foco em campanhas single player. Mas, levando em consideração que diferentes títulos fornecem dicas e formas de ajuda em qualquer um dos modos de dificuldade oferecidos, buscar o auxílio de "walkthroughs" não é algo muito interessante.

Apenas por diversãoUma ótima expansão

É claro que certos extras só podem ser experimentados através da aplicação dos "cheats". Quem nunca deu risada ao jogar International Superstar Soccer 98 (Nintendo 64) com atletas dotados de enormes cabeças? E que tal participar de combates incríveis em Age of Empires II: The Conquerors (PC) com um exército de carros potentes?

Com isso, pode-se dizer que os códigos secretos eram muito mais influentes na experiência com títulos mais antigos do que nos games da atualidade. Jogos que já eram extremamente divertidos ficavam ainda mais interessantes com a abertura de novas possibilidades em alguns modos.

Também é possível afirmar que, nos dias de hoje, os desenvolvedores tentam criar fórmulas mais impactantes, envolventes, mas que não ofereçam grandes empecilhos ao público-alvo. Obter sucesso no modo principal de um determinado jogo é a meta central dos gamers atuais. À parte disso, há as conquistas, os troféus, as missões adicionais, os objetivos extras...

Mesmo o TecMundo Games diminui o rimo de dicas e truques nas páginas dos diferentes games, não é? De fato, não há como relatar que os códigos presentes nos jogos desenvolvidos para a atual geração de video games causam mais impacto do que os "cheats" dos velhos tempos.


Facilitando as coisas...
Dificuldade? Desafio?


É uma afirmação perigosa, mas válida: a facilidade na superação dos obstáculos dos games de hoje suprimem a necessidade de buscar códigos. Ao invés da criação de trajetórias mais intimidantes, os desenvolvedores preferem equilibrar o nível de desafio através de vários modos de dificuldade e sistemas de ajuda.

Dessa forma, por que correr atrás de senhas se o jogo não é tão difícil quanto parece? Além disso, há títulos que simplesmente oferecem todos os conteúdos disponíveis logo de início. Os últimos games da série Guitar Hero foram criticados no quesito "desafio" devido ao fato de que todas as músicas são liberadas para quem pretende apenas conhecer as músicas sem assumir nenhum compromisso com algum modo de jogo.
Tudo liberado

Rebuscando o passado, é possível encontrar games que são tão, mas tão difíceis que praticamente exigem a aplicação de códigos para que armas ou itens previamente bloqueados possam ser utilizados durante o progresso em uma etapa. O jogador mais astuto e rápido, é claro, não encontra problemas para vencer sem "trapacear".


Envolvimento
Foco em experiências fortes


A lista é longa. São dezenas os títulos da atual geração que têm como foco o modo Campanha. Assim, os desenvolvedores fazem com que os jogadores tenham que se envolver profundamente com a história. A utilização de códigos é simplesmente inaceitável, já que o desafio a ser superado é apenas um, por mais longo e complexo que ele possa parecer.

Em Uncharted 2: Among Thieves, por exemplo, o jogador tem a oportunidade de conferir certos itens extras através da própria moeda do game. Enquanto isso, o famoso Gears of War não exige que o gamer procure truques para chegar ao final da campanha, visto que há a chance de embarcar na trama ao lado de um companheiro no mesmo console.
Códigos? Para quê?

Games menores, mesmo com propostas bem desafiadoras, também estão abolindo o uso de códigos. Scribblenauts é um jogo que pode se tornar bastante difícil para alguns usuários do portátil de última geração da Nintendo, mas oferece várias maneiras de sobrepor uma fase particularmente complicada.

Machinarium, por sua vez, é um game que dispensa "manhas". Se o gamer encontrar dificuldade em alguma seção, são exibidas muitas dicas na tela. Se, ainda assim, o desafio não for superado, há a possibilidade de participar de minigames que acabam abrindo o "livro da fase", exibindo os passos a serem seguidos.

Até mesmo jogos que revivem propostas antigas acabam deixando os códigos de lado. Braid é muito desafiador e pode levar várias pessoas à procura de "walkthroughs" na internet, mas em nenhum momento requer o emprego de senhas ou truques. New Super Mario Bros. Wii é outro bom exemplo, já que conta com um sistema de dicas e com um modo multiplayer extremamente divertido.
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