Um encanador bigodudo, dono por excelência das cores azul e vermelha. É claro que estamos falando do Mario, que certamente faz parte das memórias carinhosas dos gamers mais nostálgicos e que continua arrematando fãs por todo globo (configurando-se como referência nos quesitos jogabilidade e carisma no universo dos jogos).
Mas nem só da boina vermelha, das tartarugas gigantes e das balas de canhão perversamente sorridentes vive a Nintendo. Criada por Fusajiro Yamauchi em 1889, a empresa japonesa tem como primeira experiência no campo dos jogos a produção artesanal de Hanafuda (um tipo de jogo de cartas).
Fonte: Reprodução/GameGenerationMas, no ano de 1956, Hiroshi Yamauchi (neto de Fusajiro) viaja aos EUA e começa a visualizar o que passaria a ser o ramo principal de negócios da companhia: a distribuição e criação de games.Nintendo = Games A conquistadora de fãsA popularização do console Magnavox Odyssey (1974) e o lançamento da Color TV Game 6 (1977) anunciaram o sucesso estrondoso de Donkey Kong (Arcade, em 1981; Game & Watch, em 1982) – que apresentou ao mundo pela primeira vez o encanador barrigudo. Pouco tempo depois, a franquia The Legend of Zelda (1986) emplacou sucesso semelhante e consagrou a Nintendo praticamente como sinônimo de games.
O grande diferencial da Nintendo foi investir em plataformas que propiciavam ao jogador uma experiência diferenciada: bastava levar na mochila um Game & Watch para que a diversão estivesse sempre ao alcance. Não era mais preciso comprar fichas e esperar a vez de jogar nos modos Arcades.
Fonte: Reprodução/VentureBeatA chegada do insuperável Super NES em 1991 coloca a empresa japonesa à frente das suas concorrentes e faz da Nintendo, além de fornecedora de serviços de entretenimento, uma companhia conquistadora de fãs.“Deixe o Destino para o Céu”O sonho americano despertou o imaginário japonêsLogo nos seus primeiros anos de vida no universo dos jogos eletrônicos, a empresa japonesa provou que não estava disposta a sucumbir às oscilações do mercado. Pelo contrário: era preciso se adaptar. Prova disso foi o sufoco enfrentado pela Nintendo já no início da década de 1980: o público norte-americano não estava satisfeito com Radar Scope (Arcade).
Fonte: Reprodução/AItineranteShigeru Miyamoto foi chamado para integrar a equipe de design de um novo game para conquistar os estadunidenses.
A Nintendo conseguiu emplacar Donkey Kong no mercado dos EUA somente depois de “metamorfosear” a trama do marinheiro Popeye (série muito popular na terra do Tio Sam):
- Brutus se transformou em um “gorila gigante” (Donkey Kong);
- O comedor de espinafres inspirou o “homem-saltador” (futuro Mario); e
- Olivia Palito funcionou como essência da “Donzela” (princesa Peach).
Gráficos enlouquecedores ou fidelidade às novas maneiras de se jogar?
Eis que Sony, SEGA e Microsoft entram no mercado dos jogos e passam a oferecer títulos e plataformas tão encantadoras quanto Mario Kart em um Super Nintendo.
O Mega Drive (por ter gerado discussões calorosas quando comparado ao Super NES) e o PlayStation (por ter inovado na tecnologia de leitura óptica) empurraram à Nintendo um novo desafio: como manter a fidelidade dos gamers e, ao mesmo tempo, inovar nas relações entre jogo e jogador?
A resposta parece controversa, e mesmo assim a Nintendo decidiu lançar em 2006 o divisor de águas Wii. Praticamente ignorando a sétima geração de consoles (inaugurada pelos games em alta definição do Xbox 360), a companhia japonesa não apostou em gráficos enlouquecedores e em sensores de movimento superprecisos.
A ideia era simples: unir a família em frente ao video game – alterando mais uma vez as formas de jogabilidade.
Sucesso é sinônimo de vendas?
De acordo com Jeff Ryan, autor do livro “Nos Bastidores da Nintendo”, a companhia japonesa é líder em inovação:
“Inovação não significa vendas. A Nintendo aprendeu que consoles de jogos precisam oferecer hardwares que nenhum outro oferece. Por isso o DS tem touchscreen, o Wii um controle por movimento e gráficos em 3D.”
Fonte: Reprodução/ClienteSA“O Wii U segue um formato de jogo assimétrico. As pessoas não estão pedindo por isso, mas as pessoas também não estavam pedindo por controles de movimento quando o Wii chegou do Japão.”
Fica fácil perceber que a “filosofia” da Nintendo não se resume a números exorbitantes de venda e produção de consoles ou games. A experiência inovadora com os aspectos visuais e de interatividade parece estruturar a coluna dorsal da empresa que leva um encanador bigodudo como mascote.
Fontes: NintendoBlast, Administradores e Informaticando
