Todo dia é a mesma ladainha: boatos aleatórios sobre Xbox 720, rumores inacabáveis sobre o PlayStation 4. Os jogadores esperam ansiosos por algo que supere os atuais consoles, mas tanto a Microsoft quanto a Sony não parecem fazer questão de dar um passo à frente.
Já está mais do que claro que as fabricantes estão optando por explorar o potencial máximo dos consoles. Entretanto, se você reparar, isso já aconteceu há algum tempo com games como Uncharted 3, Heavy Rain, Gears of War 3 e outros tantos. Então, qual o real motivo deste ciclo tão extenso? Será que os novos video games chegarão muito tarde?
O potencial da geração atualAinda é muito cedo para avançar e desistir de lucros fáceisDo ponto de vista empresarial, nenhuma fabricante está interessada em oferecer diversão. O que motiva as companhias a continuar lançando novos consoles se chama dinheiro. A indústria nunca esteve tão satisfeita com a popularização dos games e o número de vendas.
Assim, Microsoft e Sony vêm aproveitando o sucesso dos consoles para usufruir de um ciclo de vida que eles propõem ser de até 10 anos. Contudo, parece que as empresas não notaram que o enorme sucesso do Xbox 360 e do PlayStation 3 resultaram no desenvolvimento de um público muito mais exigente.
Em diversos lançamentos, as companhias sempre apelam para o quesito gráfico — tanto que este se tornou um fator fundamental para muitos jogadores. Pois é, já faz um tempo que os games não inovam e eles estão cada vez mais cambaleantes.
Uma análise da demonstração de Resident Evil 6 (acima) deixou claro que os consoles mal aguentam rodar o game a 30 fps. Faz sentido continuar insistindo em uma geração que já está velha e limitada? A exploração dos recursos nunca esteve tão no limite como agora.
Explorando ao máximo
Não podemos esperar novos consoles tão cedo. Tirando a Nintendo, que novamente está adiante (pelo menos em poder de processamento de dados), as outras duas não vão lançar nada de imediato, porque seus video games ainda recebem apoio de muitas desenvolvedoras e prometem muito lucro.
Aliás, devido a franquias intermináveis — como Call of Duty —, Sony e Microsoft não fazem questão de falar nada sobre novos consoles. Do ponto de vista comercial, não é interessante deixar consumidores na expectativa de novos consoles e prejudicar a venda desses títulos repetitivos. As empresas sabem que queremos jogar as mesmas coisas e têm consciência de que anúncios prejudicariam os lucros.
Apesar de o dinheiro ser o alvo principal da indústria, podemos ver que a diversão não deixa de ser o foco para atrair o público. Afinal, Kinect, Move e até o novo Wii U GamePad são formas de inovar e manter os jogadores interessados.
Talvez a estratégia de novos acessórios funcione bem, mas, por exemplo, o Wonderbook da Sony não vai conseguir fazer o PlayStation 3 durar muito mais. Aliás, está mais do que claro que esses periféricos não mudaram a linha de desenvolvimento dos games. Será que existe outro motivo para prolongar a vida útil e desgastada da atual geração?
Desculpas e empecilhosConsoles revolucionários... Mas só em 2014?Durante a E3 2012, Jack Tretton, presidente da divisão americana da Sony, declarou que “não se trata de ser o primeiro, mas sim de ser o melhor”, sugerindo que a companhia não quer se antecipar como a Nintendo. De certa forma, a tática não é ruim. A NVIDIA também faz isso para lançar produtos superiores aos da AMD. Mas será que essa desculpa cola?
Ao mesmo tempo em que vemos a companhia apostando em desenvolver algo sólido, nos deparamos com uma declaração muito engraçada. Andrew House, diretor responsável pela marca PlayStation, soltou uma pérola dizendo que o “PlayStation 4 terá que ser significativamente superior ao PS3”.
Esperamos que seja mesmo, pois não há como retroceder. O maior problema que as fabricantes vão encarar é se tivermos que aguardar até o outono de 2014, como sugeriu Michael Pachter, para conhecer toda essa superioridade. Podemos dizer que os novos consoles precisarão arrasar em todos os sentidos!
Aí está um motivo pelo qual o Wii U tem grande chance de sucesso. Ele será o primeiro da próxima geração e será inovador. Dentro das possibilidades, ele deve agradar e não precisará ser a revolução do milênio, até porque o novo video game da “Big N” mostrará uma grande evolução se comparado ao antecessor.
Muitos especialistas consideram o Wii U como algo mal feito, usando como argumento o hardware defasado. Quanto a isso, podemos dizer que ele não é um primor, mas é óbvio que ele vai superar o potencial do PS3 e do Xbox 360, afinal, estamos falando de componentes que estão quase oito anos à frente.
A competição está mais acirrada
Outro motivo que vem atrasando o lançamento do PS4 e do Xbox 720 é a entrada de novos competidores no setor de games. O PC não é uma plataforma exatamente nova, mas é um concorrente que tem muita força e vem entrando nos planos de muitas desenvolvedoras.
Todavia, os tablets e smartphones podem representar uma grande ameaça. Esses “consoles” com múltiplas funções ganharam muito espaço. O que vemos é uma evolução frenética neste setor, com atualização de hardware com ciclo de um ano e muitos jogos de alta qualidade aparecendo constantemente.
Vale salientar que os Androids e semelhantes não concorrem necessariamente com os portáteis, pois apesar de modestos, esses gadgets conquistaram muitos consumidores que antes optariam por um console de mesa. Parece que foi a partir deste quesito que a Nintendo viu necessidade de investir em um tablet como controle. Adaptação é tudo.
Agora, se a Sony e a Microsoft continuarem se prolongando para desenvolver algo que tenha chance com o novo mercado, elas podem ficar para trás. Muitos jogos novos, como Watch Dogs e The Last of Us, têm boas propostas e podem sustentar os consoles por mais algum tempo. Entretanto, dois anos podem ser muito.
Uma solução utópica
O desenvolvimento dos novos video games começou há muito tempo. O hardware existe e já está definido, afinal, são componentes de computador adaptados para atender aos sistemas exclusivos de cada companhia. E não é preciso nem dizer que superar o potencial do PS3 é muito fácil, afinal, estamos falando de um chip gráfico produzido há mais de sete anos.
Muitos de nós, gamers, provavelmente nos contentaríamos com consoles potentes e controles casuais. As fabricantes poderiam adotar uma tática diferenciada para obtenção de lucros. Quem sabe, deixar os periféricos para um futuro próximo não afetaria as vendas, afinal, o público mais interessado quer gráficos melhores e jogos novos... Não é mesmo?
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