Jogos assassinos de controles

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Certos jogos provocam sentimentos de ódio. Não somente pelo enredo ou pela qualidade (ou pela falta dela): um problema recorrente desde o início da era do video game é a má implementação dos comandos.

Fonte da imagem: Meme Generator

Os joysticks são resistentes, feitos para aguentar o ritmo frenético de jogo por um longo tempo. Alguns títulos, no entanto, contribuem para a morte prematura dos periféricos, nos obrigando a substituí-los antes da hora.

Mario Party (Nintendo 64)

Quem conheceu o primeiro Mario Party certamente teve pelo menos um controle destruído enquanto jogava. Um dos mini games do jogo, chamado “FlyGuy”, obrigava o jogador a girar o direcional analógico freneticamente para dar corda no robozinho, que com isso  saía voando. Quanto mais voltas, maior a distância percorrida por ele.

O controle do Nintendo 64 revolucionou com seu formato “pata de tigre”, além de ser um dos primeiros a trazer um direcional analógico incluído. O problema é que sua resistência não era das maiores, principalmente no analógico. Isso fez com que muita gente simplesmente aposentasse o joystick depois de apenas algumas partidas de Mario Party.

Activision Decatlhon (Atari 2600)

Um dos pioneiros no ramo do atletismo virtual também foi um dos jogos que mais assassinaram controles de toda a história. Os desenvolvedores não sabiam como reproduzir a adrenalina dos esportes em um jogo de video game. A solução que eles encontraram foi simples: sacudir freneticamente o direcional para trás e para frente. Quanto mais rápido, melhor. É claro que para o controle essa era uma péssima ideia.

O jogo foi responsável pelo nascimento de centenas de gambiarras, isso porque era difícil jogar uma partida de Decatlhon sem quebrar pelo menos um joystick. Como comprar um controle novo frequentemente não fazia muito sentido, muita gente foi obrigada a botar a mão na massa e aprender na marra como consertar o periférico.

Pac-Man (Atari 2600)

O famoso jogo do “come-come”, para quem não conhece, consiste em levar o herói amarelinho a comer todas as pastilhas espalhadas pelo labirinto enquanto é perseguido por quatro fantasmas. Muito antes da inteligência artificial se desenvolver a ponto de criar desafios reais nos jogos, os quatro fantasminhas de Pac-Man já elaboravam estratégias avançadíssimas de perseguição ao herói dentro do labirinto.

Não foram poucos os jogadores que sofreram com o game. O bonequinho amarelo teimava em não obedecer aos comandos, forçando o jogador a quase deitar sobre a alavanca tentando fazer com que ele não fosse engolido pelos fantasmas. O resultado final era quase sempre o mesmo: “crack”.

Jogos de luta

Os games de luta em geral têm algo em particular, sejam eles de qualquer desenvolvedor, geração ou época. Todos, sem exceção, danificam os controles de alguma maneira. A luta frenética para “soltar a magia” — que consiste em gestos animalescos e batidas aleatórias nos botões — já levou muitos direcionais para o mundo do além. Alguns jogadores, inclusive, insistem até hoje que quanto mais forte você aperta o botão de soco ou chute em Street Fighter II, maior é o dano aplicado.

Outros que apanham muito são os direcionais analógicos. É evidente que um jogo de luta deve ser jogado com o direcional digital, mas alguns jogadores insistem em massacrar o pobre manche analógico até que ele, literalmente, desmanche.

Mortal Kombat (Super Nintendo)

Quando foi lançado em 1992, Mortal Kombat levou o mundo ao delírio com temas que são discutidos até hoje. A violência exagerada, o sangue e as execuções marcaram toda uma geração. Quando saiu a versão para o Super Nintendo, a censura substituiu o sangue por areia.

A decepção fazia os jogadores descontarem a raiva na fase bônus, na qual era preciso apertar dois botões de maneira frenética alternadamente para encher uma barra. Quando ela estivesse no topo, era possível quebrar um bloco de madeira, diamante ou até mesmo uma bigorna. O que os jogadores faziam era colocar a camiseta sobre os botões e esfregar como se não houvesse amanhã. Não eram poucos os joysticks que tinham os botões afundados depois de algumas partidas.

Dante´s Inferno (PS3, Xbox 360)

Com um enredo razoavelmente bom, uma produção bonita e um estilo de jogo semelhante ao do aclamado God of War, o jogo também tratou de diminuir a vida útil de muitos controles.

Durante a aventura, Dante, que é um cavaleiro templário, vai até o inferno recuperar a alma de sua amada. Durante o processo, é possível salvar ou condenar as almas torturadas que habitam as profundezas. Para condenar, basta pressionar um botão. Para salvar a alma penada, é preciso pressionar os botões muito rápido, dificultando o processo (quem disse que o caminho do bem é fácil?)

Track & Field (Nintendo)

Seguindo na trilha de Decatlhon, Track & Field também é um jogo de competições esportivas. Contendo esportes de atletismo variados desde corrida, salto em distância e arremesso de martelo, o game proporcionou muita diversão aos jogadores, já que até quatro pessoas podiam disputar uma partida ao mesmo tempo.

A jogabilidade também lembra Decatlhon, a diferença é que não era necessário movimentar o direcional para frente e para trás freneticamente, mas sim pressionar os botões de forma alternada. Esse processo rapidamente destruía os botões do joystick, que precisavam ser substituídos.

Counter-Strike

Counter-Strike é apenas um exemplo. Os jogos de tiro em geral costumam sacrificar os mouses em prol da causa – seja ela terrorista ou não. A ação frenética muitas vezes obriga o jogador a bater com força e repetidamente no botão do mouse até que ele dê seus últimos suspiros.

Nos consoles também não é muito diferente; não são poucos os controles que ficaram com os botões disfuncionais após algumas partidas online, em que a velocidade de reação é fundamental para garantir mais um frag.

Bônus: Donkey Kong Country 2 (Super Nintendo)

A série de jogos de aventura que marcou toda uma geração na época do Super Nintendo possuía todos os elementos necessários para garantir uma boa dose de diversão. Som, gráficos, controles, personagens carismáticos e dificuldade na medida certa. Até chegar às fases do mundo secreto do segundo game da série.

A dificuldade era tão grande que muitos acabaram esmigalhando o controle contra a parede, de tanta raiva que o jogo os fez passar. Alguns jogadores devem ter até hoje um buraco na parede da sala, com o formato do controle do Super Nintendo.

Na verdade, a lista é muito maior do que isso. Se você conhece algum jogo assassino de controles, participe! Deixe seu comentário.

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