Especial Tom Clancy's Splinter Cell [vídeo]

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?No agora distante 2002, era lançado o primeiro capítulo da série Tom Clancy's Splinter Cell. Mesmo antes de chegar às lojas, o game chamava a atenção por apresentar um novo tipo de ação e por marcar a estreia de mecânicas que se tornariam marcas registradas da série — algo que, naturalmente, rendeu algumas cópias não tão bem-sucedidas.

O game nos apresentava Sam Fisher, um agente especial do governo norte-americano que faz tudo o que é possível (e algumas atitudes consideradas impossíveis) para proteger seu país. No entanto, o herói não atuava sozinho, contando com a ajuda de seus companheiros do “Third Echelon” para viajar por diversos locais do mundo e obter as informações necessárias para cumprir sua missão.


O sucesso dessa fórmula foi tanta que, em 2013, o jogo ganhou seu sétimo capítulo oficial (deixando de lado adaptações em outros meios e spin-offs), conhecido como Tom Clancy's Splinter Cell: Blacklist. Neste artigo especial, fizemos uma análise geral de toda a série e, a partir disso, apresentamos tudo o que você precisa saber sobre ela — incluindo algumas curiosidades que somente alguns dos fãs mais hardcore conhecem.

O que faz um game da série?

Para entender o que torna a série Splinter Cell tão marcante, é preciso lembrar os elementos que tornam o jogo único em 2002 e continuam a marcar presença em suas sequências. Talvez o principal deles seja a maneira como os games da série utilizam as sombras e sons para criar uma experiência furtiva totalmente diferente daquela oferecida pela concorrência.

Em uma época em que os jogos mais marcantes do gênero stealth exigiam somente que você ficasse longe do campo de visão limitado de seus inimigos, Splinter Cell passou a usar de maneira inédita o elemento da iluminação. Dessa forma, mais importante do que não entrar nas rotas dos vigias inimigos era observar ambientes em busca de lâmpadas e outros objetos que, se destruídos, poderiam conferir alguma vantagem ao protagonista.


Outro aspecto que caracteriza um título da franquia é o realismo apresentado tanto por sua trama quanto pelos equipamentos utilizados pelo personagem. Em todas as aventuras ocorridas até o momento, o protagonista Sam Fisher deve utilizar seu conhecimento para deter alguma espécie de grupo terrorista — o que inclui até mesmo se disfarçar como um de seus membros.

Assim como acontece em outros games com a marca Tom Clancy’s, a grande maioria das armas e acessórios equipados pelo herói realmente existem, mesmo que alguns deles ainda não sejam empregados por forças armadas ou não passem de protótipos. A exceção fica por conta dos óculos trifocais utilizados pelo herói, uma das principais marcas da franquia, que não possui correspondente no mundo real.

Segundo a equipe de desenvolvimento, o equipamento só foi criado porque não seria esteticamente viável criar um personagem que carregasse dois pares de óculos pendurados no pescoço.

O programa Splinter Cell

O termo que dá nome à série descreve um programa secreto do governo norte-americano desenvolvido pela National Security Agency (NSA). Sob a tutela da divisão conhecida como “Third Echelon”, posteriormente “Fourth Echelon” (o quarto escalão, em uma tradução livre), diversos agentes de campo foram treinados para trabalhar de forma solitária na resolução de problemas que não podiam ser resolvidos com uma intervenção direta de órgãos tradicionais como a CIA.


Além de contar com um treinamento militar intenso e um vasto conhecimento de técnicas de espionagem, os membros do programa “Splinter Cell” têm à sua disposição os equipamentos mais avançados do século 21. O objetivo dessas unidades especiais é obter documentos importantes (ou destruí-los quando conveniente), inutilizar equipamentos perigosos e neutralizar inimigos quando necessário. Todos os membros desse programa especial aprendem em um momento ou outro que “escolher entre deixar para trás uma testemunha ou um corpo não representa uma escolha”.

Segundo o que foi estabelecido no universo do game, Sam Fisher é a primeira pessoa no mundo a se tornar um soldado digno de exibir esse título. No entanto, durante os diversos games e romances que fazem parte da franquia, vários outros agentes também exibem essa qualificação.

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O principal objetivo de um Splinter Cell é utilizar o princípio conhecido como “Quinta Liberdade” para defender os princípios que norteiam os Estados Unidos: as liberdades de poder se expressar, de ter qualquer religião, de exercer sua vontade e de viver livre do medo.

“Poucos presidentes garantiram a Quinta Liberdade. É o direito de defender nossas leis quebrando-as. Proteger segredos roubando-os. Salvar vidas ao tirá-las. Fazer tudo o que for necessário para proteger nosso país. A Quinta Liberdade é somente minha. Eu sou Sam Fisher. Eu sou Splinter Cell”, afirma o protagonista em um dos trailers oficiais de Blacklist.

Personagens importantes

Embora o elenco de Tom Clancy’s Splinter Cell varie bastante entre os diferentes capítulos da série, há diversos personagens recorrentes que merecem a sua atenção. Embora alguns não estejam mais presentes na série (devido a mortes ocorridas em alguma aventura ou a decisões dos desenvolvedores), o impacto causado por eles até hoje pode ser visto refletido nas atitudes do personagem principal e de sua equipe — cuidado, a seção abaixo pode conter spoilers.

Sam Fisher — criado por JT Petty, o herói da série teve seu visual desenvolvido pelo artista Martin Caya. Ex-fuzileiro naval e agente da CIA, o protagonista foi a primeira pessoa a participar do plano “Splinter Cell” desenvolvido pela NSA. Até Conviction, sua voz era responsabilidade do ator Michael Ironside, que foi substituído por Eric Johnson em Blacklist. Atualmente, ele figura na 24ª posição na lista Guinness dos 50 melhores personagens do mundo dos video games.

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Sarah Fisher — embora a filha de Sam Fisher não apareça em todos os games da série, ao menos alguma menção a ela é feita em todos os capítulos. Sequestrada duas vezes como forma de atrair a atenção de Fisher, Sarah também já foi dada como morta, o que abalou bastante o herói da franquia.

Irving Lambert — Líder do Third Echelon, o Coronel Irving Lambert é o criador do programa Splinter Cell e serve como o principal contato de Sam Fisher durante suas missões. Em Double Agent, ele é raptado pelo John Brown’s Army (JBA), que força o protagonista da série a escolher entre atirar nele ou em Jamie Washington. Oficialmente, o personagem está morto, situação que eventualmente forçou o governo norte-americano a criar o Fourth Echelon.


Anna “Grim” Grímsdóttir — gerente de operações técnicas do Third Echelon, Grim tem o objetivo de ajudar Fisher a analisar dados eletrônicos obtidos durante suas missões. Usando suas habilidades como hacker, ela é capaz de invadir terminais de forma remota e fornecer informações importantes ao herói. A personagem ganhou mais importância a partir de Conviction, game no qual ela auxilia a derrubar Tom Reed, um oficial corrupto que assumiu o lugar deixado por Lambert.

David Bowers — presidente dos Estados Unidos durante os primeiros quatro jogos da série, Bowers é um dos personagens que Sam deve decidir matar ou deixar viver durante sua missão em Splinter Cell: Double Agent.


Patricia Caldwell — sucessora de Bowers, Patricia é alvo de uma tentativa de assassinato planejada por Tom Reed, então comandante do Third Echelon. Resgatada por Fisher e Grim, ela decide encerrar as atividades da agência e criar o Fourth Echelon, unidade especial que agora tem o protagonista da série como comandante.

Douglas Shetland — amigo próximo a Sam Fisher e CEO da fabricante de armas Displace International, Shetland marca presença em vários jogos da série. Ele é o principal vilão de Chaos Theory, game no qual o personagem usa seu poder para tentar deflagrar uma guerra entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte.


Victor Coste — antigo companheiro de Sam Fisher, Coste fornece equipamentos e informações importantes a Fisher durante a trama de Conviction. É ele o principal responsável por conseguir reunir o herói com sua filha, cuja morte era presumida até então.

A marca Tom Clancy

Embora o conceito de Splinter Cell não tenha sido criado por Tom Clancy, a série faz parte do universo de jogos que contam com o apoio do escritor — prova disso é o fato de David Bowers também ser o presidente dos Estados Unidos em Tom Clancy’s Ghost Recon 2. Vale notar que, apesar de emprestar seu nome para a Ubisoft, o autor não está envolvido diretamente com a produção de seus games, atuando somente no papel de consultor.

Tom Clancy. Fonte da imagem: Reprodução/The Guardian
Clancy é um autor bastante consagrado nos Estados Unidos, sendo conhecido principalmente por seus romances em que apresenta diversos detalhes técnicos sobre a ciência militar e técnicas de espionagem. Suas tramas geralmente se passam durante ou logo após o fim da Guerra Fria, sendo acompanhadas por diversas intrigas e reviravoltas que envolvem desde soldados a altos escalões do governo — algo que não deve ser estranho a quem acompanha a franquia estrelada por Sam Fisher.

O impacto de Splinter Cell

Durante seus 12 anos de existência, os capítulos que constituem a série Splinter Cell já venderam mais de 27 milhões de unidades ao redor. O número é superior a qualquer outro jogo que carrega o nome Tom Clancy’s, e a franquia só fica atrás de Assassin’s Creed e Just Dance no ranking das séries mais populares da Ubisoft.

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O lançamento do primeiro game da série representou uma mudança grande para o gênero stealth, especialmente devido à maneira como o jogo lidava com sombras. Além disso, ao optar por uma ambientação mais realista, a série obriga os jogadores a planejarem melhor seus métodos de ação, já que Sam Fisher não é invulnerável aos ataques de seus oponentes.

A movimentação livre proporcionada pelo game também teve grande impacto, obrigando concorrentes a reverem suas mecânicas. Depois de Splinter Cell, nenhum título furtivo que se preze pode entregar ao jogador corredores estreitos ou deixar de explorar como diferentes alturas influenciam na hora em que um herói precisa se esgueirar em um ambiente de forma despercebida.

Também é preciso mencionar o fato de a série ter nos apresentado a Sam Fisher, um dos personagens mais carismáticos de toda a indústria. Apesar de se encaixar no clichê do “militar que cumpre a missão a qualquer custo”, o personagem possui um lado humano muito bem desenvolvido, que fica evidente tanto na relação com sua filha e com companheiros de equipe quanto no humor negro que ele demonstra durante diversos momentos da série.


Entre as plataformas que já foram impactadas pela franquia estão o PlayStation 2, PlayStation 3, GameCube, Xbox, Xbox 360, Wii, Wii U, Windows Phone, Android, iOS, Bada, N-Gage, GameBoy Color, GameBoy Advance e computadores com os sistemas operacionais Windows e OS X. Vale notar que o único capítulo da franquia que não chegou a mais de uma plataforma foi Splinter Cell: Essentials, lançado com exclusividade para o PSP.

Splinter Cell fora dos games

Além de estrelar diversas aventuras no mundo dos jogos eletrônicos, Sam Fisher é o protagonista de diversas adaptações literárias que levam o nome da série. Ao todo, existem sete romances escritos sob o pseudônimo David Michels (assumido por diversos autores durante os anos) — a única exceção sendo Tom Clancy’s Splinter Cell Blacklist: Aftermath, cujo lançamento está programado para 2013.

Fonte da imagem: Reprodução/UbiWorkshop
A maioria das adaptações literárias apresentam histórias paralelas da vida de Fisher, sem se relacionar diretamente com os eventos mostrados nos games. As exceções ficam por conta de Tom Clancy’s Splinter Cell: Conviction e Endgame, que, além de darem prosseguimento à trama mostrada no título homônimo, introduzem à série alguns personagens que fazem parte da equipe do herói em Blacklist.

Somando-se ao fato de aparecer em livros, Splinter Cell possui uma série não oficial criada por seus fãs. Conhecida como Extinction, a produção que não conta com a presença direta de Fisher até o momento possui uma única temporada constituída por 8 episódios. A série também já deu as caras no mundo dos quadrinhos, através de graphic novels que exploram aventuras paralelas. Em breve, a franquia também deve fazer sua estreia no mundo dos cinemas em uma adaptação escrita por Eric Warren Singer e estrelada pelo ator britânico Tom Hardy.

O futuro de Splinter Cell

Durante os 11 anos de existência da série, ela já passou pelas mãos das divisões da Ubisoft localizadas em Montreal, Xangai, Annecy (cidade da França) e em Milão. Além disso, alguns capítulos portáteis da franquia foram desenvolvidos pela Gameloft, companhia criada por Michell Guillemot — um dos cofundadores da própria Ubisoft.

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Atualmente, a criação de novos projetos relacionados à série está nas mãos da Ubisoft Toronto, estúdio cujo primeiro projeto é Blacklist. Segundo os desenvolvedores responsáveis pelo título, o seu objetivo é criar experiências triplo-A diferentes, as quais ao mesmo tempo em que mantêm o alto padrão de qualidade da franquia, não têm medo de apostar em novas fórmulas e em experimentos.

Até o momento, não há a confirmação de que um capítulo da série esteja sendo planejado para a próxima geração de consoles. Porém, devido à popularidade de Sam Fisher e à qualidade vista em Blacklist, já é possível dar como certo que o agente especial do Third Echelon também deve dar as caras no Xbox One e no PlayStation 4 — máquinas cujas capacidades devem levar a série a um nível de qualidade inédito.

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