16 Jogos de corrida com alguns parafusos a menos

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Aquela considerável fatia da indústria de jogos focada em títulos de corrida parece atualmente muito bem dividida em dois pólos. De um lado, há desenvolvedores pretensiosos, os quais querem que, ao iniciar o seu game, você tenha a sensação de ter sido imediatamente transportado para um cockpit ou para dentro da cabine de um esportivo de luxo.

De outro, há o povo mais interessado em produzir um jogo menos ligado a preciosismos físicos do que a desafios viciantes — do tipo que faz um fusca voar alto em uma rampa, por assim dizer. No hardcore, o negócio é ter a sensação de “ser bom” sem ter que treinar muito para isso.

Mas deve haver um terceiro grupo, parece — embora a pertinência, nesse caso, nem sempre seja voluntária. Tratam-se de jogos de corrida diante dos quais você estanca e dispara: “Mas que &#*! é esta?!”.

São carros que flutuam pelo mundo de jogo sem restrições, ursos conduzindo sedãs (desesperados para encher a barriga antes do inverno) e até simuladores adultos (jogos hentai) nos quais, por algum motivo, a desenvolvedora achou que seria uma boa ideia incluir o conceito “estrada”.

Para coroar a categoria, há até games focados no “orgulho da nação” — criação norte-coreana com direito a aparições daquelas heróicas moças que conduzem o trânsito por aquelas bandas. Mas deve haver mais, certo? Digamos, devem existir mais jogos de corrida completamente insanos/nonsense/mal desenvolvidos/tediosos, não? De fato. E vale até elencar em uma lista. Confira abaixo.

16 jogos de corrida "fora da casinha"Para quem ainda acha que karts e cogumelos são estranhos...

  • Enviro-Bear 2000 — Operation: Hibernation

Toda cidade tem sua parcela de motoristas com carteira que se parece com verdadeiros animais ao volante — de jumentos a elefantes, de lesmas a orangotangos, sobretudo na hora do rush. Mas aqui a ideia é bem menos abstrata, por assim dizer.


Enviro-Bear 2000 — Operation: Hibernation vai colocá-lo no papel de um raivoso urso dentro de um carro. Ainda não é estranho o suficiente? Bem, e se nós dissermos que o urso dirige em uma reserva florestal e que, eventualmente, ele pode encontrar outros ursos motorizados? Ainda não?

Ok, há também a missão: o inverno chega em cinco minutos — cabe a você ajudar o pobre animal a juntar comida suficiente para o período de hibernação. Estranhamente, a coisa toda quase ganhou um sentido aqui, não?

  • Street Cleaning Simulator

As ruas da sua cidade não se limpam automaticamente, é claro. Pelo menos não ainda. Alguém precisa fazer o trabalho duro, eventualmente ajudando grandes metrópoles a se tornarem um lugar menos horroroso e fedorento. Essas pessoas ganham salários, naturalmente. Mas você não. Pelo menos não enquanto joga Street Cleaning Simulator.


Conforme o nome indica (enfatiza), a ideia aqui é assumir o serviço de limpeza das ruas de uma cidade — dificilmente um ideal de diversão. Mas... Será possível colocar alguma adrenalina no processo?

É claro! Basta se valer de uma das físicas toscas da história dos video games — o que deve ser bastante, considerando-se que é a mesma indústria que trouxe maravilhas como Big Rigs: Over the Road Racing (que também aparece nesta lista, obviamente).

  • Desert Bus

Sabe aquela viagem incrivelmente tediosa, durante a qual você precisou dirigir unicamente porque perdeu no cara ou coroa? Bem, ao que parece nem todo mundo considera a proposta ruim, já que ela chegou mesmo a virar um jogo. Um jogo menor, desenvolvido sem grandes pretensões pela SEGA, e que nunca foi efetivamente lançado, é verdade. Mas ainda assim, um jogo.


Em Desert Bus, tudo o que você precisa fazer é viajar com um enorme ônibus antigo de Tucson (Arizona, EUA) até Las Vegas (Nevada, EUA). Trata-se de um percurso de aproximadamente 660 quilômetros e que, de acordo com o bom Google Maps, demora algo em torno de 6 horas e 21 minutos.

E o jogo faz com que você percorra essa distância em tempo real... Milha por milha de uma estrada praticamente sem curvas. Uma quantidade quase suicida de diversão.

  • Moero Downhill Night Blaze

O que acontece se alguém misturar o conceito de jogos adultos hentai com uma proposta do tipo “vamos pegar a estrada”? O que acontece é Moero Downhill Night Blaze. Conforme me garantiu sujeito que afirma ter jogado um título hentai (...), a natureza da história ali não poderia ser mais típica.


Há um fulano em busca de namoradas, assim como há inúmeras mulheres de olhos arregalados, voz infantil e partes do corpo com casos terminais de gigantismo. “Puxa, eu bati no seu carro?”, diz uma moça cheia de atributos — enquanto levanta desleixadamente a minissaia. Enfim, eis aí uma combinação que não se vê todo dia.

  • Big Rigs: Over the Road Racing

Qualquer um que tenha lido apenas a sinopse ou não conheça a fama de Big Rigs: Over the Road Racing provavelmente não entenderá por que o título figura nesta lista. Afinal, trata-se simplesmente de uma mistura entre Road Rash e caminhões. A proposta é dirigir veículos carregados com materiais ilícitos, chegando o mais rápido possível ao destino, evitando as investidas da polícia.

Bem, em primeiro lugar, não há uma carga. Em nenhum momento o jogo faz menção a qualquer tipo de carregamento. E a polícia? Não existe. Nem mesmo um único carro — a despeito da imagem bastante clara que estampa a caixa do game.


Quando se inicia uma pista, a única coisa que aparece é uma corridinha muito rasteira com outros caminhões. Mas, para coroar a coisa toda, eis a maior surpresa de todas: ao que parece, a desenvolvedora Stellar Stone se esqueceu de colocar uma I.A. (inteligência artificial) nos seus competidores... De maneira que, dada a largada, nenhum deles sairá do lugar.

Para completar, há ainda uma pista que simplesmente não abre, simplesmente disparando a mensagem “Você é o vencedor!”. Enfim, não é difícil entender por que Big Rigs é até hoje considerado como um dos piores jogos de todos os tempos. Não faltou “capricho” para conquistar o título, de fato.

  • City Connection

Diferentemente do famigerado Big Rigs (acima), este simpático título lançado para o Nintendinho (NES) tinha um conceito deliberadamente “diferente”. Trata-se aqui de uma mistura bastante, digamos, “japonesa”. A ideia é conduzir um veículo por entre diversas plataformas, pintando-as todas conforme passa.


Adicionalmente, é preciso também evitar os taxis, gatos e carros de polícia — e aqui eles realmente existem, então tome cuidado. Bem, pelo menos você tem um poderoso canhão de óleo à disposição. Ademais, embora a versão oriental (a original) traga uma motorista mulher, o relançamento por estas bandas colocou um sujeito barbado ao volante... Sabe-se lá por quê.

  • Tomy Racing Turbo

Se você não está pelo menos na casa dos 20 anos, então é provável que esta verdadeira relíquia soe realmente estranha. Em uma época em que o mais próximo a que algumas crianças chegavam de conduzir um carro era com o bom e velho Enduro, Tomy Racing Turbo realmente fez sucesso — até porque, o próprio Atari ainda não era o fenômeno pelo qual se tornou conhecido, lá pelo início dos anos 1980.


Tomy Racing Turbo não é propriamente um video game. Na verdade, trata-se mais de um brinquedo em que você conduz um carrinho através de uma pista em loop, sempre com as mesmas estruturas — graças ao mecanismo rodopiante e barulhento que ocupa o interior da geringonça. Assim como Big Rigs (acima), aqui não há qualquer tipo de interação física com barreiras, árvores e casas... Embora, neste caso, a limitação pareça muito mais razoável.

  • Pyongyang Racer

Um bom jogo de corrida tem carros possantes, velocidade a algum objetivo. Um jogo excelente coloca tudo isso de lado para dar lugar ao orgulho de uma nação soberana. Pelo menos é o que parece defender tacitamente este curioso “jogo” produzido por uma desenvolvedora norte-coreana.


Simplesmente não há qualquer objetivo além de seguir nos rumos que lhe são passados por uma moça sisuda, responsável por organizar o trânsito — personagem considerada heróica que já apareceu em vários filmes de cunho estatal (assumindo-se que existam outros por lá, naturalmente).

Ah, sim, e é bom tomar cuidado: caso fique olhando para a beldade por tempo demais, pode esperar uma reprimenda. “Não fique olhando para mim, eu estou a serviço”, dispara a moçoila.

  • Farming Simulator

Eis aqui um título que pode ser facilmente ensacado juntamente com Street Cleaning Simulator (acima). O objetivo, entretanto, é bem mais variado — pelo menos na teoria. Dirigindo tratores e colheitadeiras de modelos variados, a ideia é que você administre corretamente a sua extensa propriedade rural.


Bem, o problema é que, assim como Street Cleaning Simulator, o funcionamento aqui é algo incrivelmente maçante. Para complementar, há ainda algumas das piores mecânicas que já se puderam encontrar em um jogo de video game. De fato, isso levou o sujeito do vídeo acima a produzir uma curiosa versão em dubstep. Enfim, é realmente impossível levar a sério.

  • Elasto Mania

Elasto Mania é um jogo tão estranho quanto incrivelmente divertido e genial — sem falar em viciante. É claro que dificilmente alguém poderia ter essa impressão com os primeiros vislumbres do título desenvolvido pelo designer Balázs Rózsa. Trata-se simplesmente de uma motocicleta com partes elásticas e um ruído de motor tosco. Em volta, cenários amalucados, maçãs e... Uma flor.


A ideia é bastante simples: colete todas as maçãs do lugar e rume para a flor, que representa a saída. Mas isso não é tão simples. Na verdade, algumas partes exigirão que o seu corajoso piloto fique de cabeça para baixo, pendurado pelas duas ou apenas por uma das rodas. De fato, o grande charme de Elasto Mania está no tratamento físico dado às estruturas da moto — o que também é responsável por algumas cenas verdadeiramente hilárias.

  • Slingshot Racing

Plataformas móbile são reconhecidamente territórios férteis para a criatividade de desenvolvedores independentes. Entretanto, como mensageiros de uma nova jogabilidade casual focada em tablets e celulares, é natural que boa parte das propostas ali ainda deva muito para formas tradicionais de jogo. Mas isso parece mudar. Quer uma prova? Simples: gaste a bagatela de 99 centavos de dólar e surpreenda-se com um joguinho bastante curioso.


Slingshot Racing, aparentemente, não parece ir além de uma simpática corrida de trenós. Entretanto, o seu veículo jamais será diretamente controlado por você. Em vez disso, tocar a superfície da tela (em qualquer lugar) fará disparar elásticos, os quais se prenderão ao carro para ajudá-lo a fazer as curvas — em um esquema de força centrípeta, o que pode controlar ainda a abertura das curvas. Não se parece com nada que você tenha visto anteriormente? Sim, essa é a ideia.

Mas é possível fazer uma comparação: basta se lembrar daqueles filmes do Batman da década de 1980. A fim de executar curvas excessivamente fechadas, o multifacetado batmóvel era capaz de disparar ganchos que se agarravam a postes ou estrutura semelhante, o que transformava o imenso veículo em uma funda ou — vá lá — em um ponteiro de relógio.

  • Crazy Taxi

Impossível respeitar qualquer lista de “jogos de corrida estranhos/curiosos” que não inclua este jogo completamente insano da SEGA. Crazy Taxi foi verdadeiramente aclamado pela crítica quando deu as caras nos arcades em 1999 — e também quando ganhou sua versão para o saudoso Dreamcast, um ano depois.

Assim como outros games desta curiosa categoria, a mistura aqui é tão simples quanto viciante. Basta escolher um dos taxistas clichês no menu inicial — cada qual com seu respectivo carro — e partir para a cidade em busca de passageiros. O objetivo? Levar cada um deles o mais rapidamente possível para seus destinos.


O diferencial, entretanto, aparece no mais completo desprezo pelas leis de trânsito e pela ordem pública. Tudo é válido para chegar ao destino a tempo, desde andar na contramão a passar sobre calçadas, voar por praças públicas e descer por enormes escadarias.

Não tem problemas. O que importa é o timer: caso ele não tenha zerado, haverá mais um cliente satisfeito na sua lista. Aí é só sair correndo para achar mais um. Para embalar a coisa toda, há ainda uma empolgante trilha sonora composta por nomes como Bad Religion e The Offspring — incrível como aquelas músicas combinam com a proposta, de fato.

  • Jett Tailfin

Sim, o último Mario Kart incluiu trechos subaquáticos em suas fases. Entretanto, estritamente falando, não se trata de um título de corrida realmente submarino. Ok, é bem verdade que Jett Tailfin nem sequer foi lançado para o 3DS e para o Wii U, mas o conceito já deixa muito claro que se trata de um game de corrida bastante... Singular. E isso por diversos motivos.


Em primeiro lugar, porque as desenvolvedoras Hoplite Research e Ilusis Interactive Graphics conseguiram atrelar a ideia de uma “corrida de peixes” a uma história cândida e empática — protagonizada por um peixe que, acompanhado de seus amigos, parte atrás de várias competições. Para complementar, há alguns cenários verdadeiramente exóticos para atravessar — incluindo Atlântida, a lendária cidade submersa.

  • Micro Machines

Um verdadeiro clássico do Nintendinho (NES) que acabou ganhando inúmeras versões posteriormente — incluindo uma totalmente tridimensional, para o Nintendo 64. Micro Machines certamente trazia uma proposta bastante singular para uma época em que a maior parte dos jogos ainda amargavam uma terrível insistência em representar a Fórmula 1 (e similares).


Aqui você dificilmente conseguirá alcançar várias centenas de quilômetros por hora. Na verdade, é pouco provável que chegue a uma dezena. Isso porque, conforme o nome indica, as corridas aqui são disputadas por carrinhos minúsculos — cada um deles controlado por um “piloto” nerd bastante típico.

As pistas são um verdadeiro espetáculo de criatividade. Mesas de sinuca, escrivaninhas cheias de livros, cadernos e réguas — que servem como pontes — e também uma bancada de oficina cheia de parafusos, porcas e poças de óleo (fique longe delas!). E não há só carros. Na verdade, um banho de banheira com espuma vira facilmente uma pista de corrida para barquinhos igualmente minúsculos.

  • Dyad

Eis aqui um jogo bem curioso e, de fato, difícil de classificar. Por aproximação, Dyad normalmente é considerado como um “jogo de corrida”. Mas isso descreve apenas uma parte do desafio incrivelmente singular trazido pela desenvolvedora (com um nome igualmente peculiar) Righ Square Bracket Left neste exclusivo para o PlayStation 3 — vendido apenas por vias digitais (PlayStation Store)

Na verdade, Dyad é também um jogo de tiro e, sobretudo, uma viagem psicodélica multicolorida e terrivelmente abstrata. A ideia é simplesmente se mover mais e mais rápido em meio a um corredor que bem poderia ser o “túnel de minhoca” apregoado pela física moderna.

Para tornar a experiência toda ainda mais singular, o ritmo cada vez mais frenético ganha trilhas sonoras que não poderiam estar mais de acordo. Enfim, para quem sempre se perguntou como seria disputar uma corrida dentro de um caleidoscópio.

  • Looney Tunes: Space Race

Tudo bem que este “clássico” do Dreamcast é, sob certa perspectiva, apenas mais um título moldado de acordo com a tradição Mario Kart — quer dizer, a ideia de colocar personagens consagrados em uma caricata corrida de karts. Mas Looney Tunes: Space Race certamente traz algum diferencial capaz de fazê-lo merecer um posto nesta lista.

Embora não tenha exatamente agradado a crítica quando deu as caras em 2000, o título da Infrogrames acabou caindo no gosto popular por algumas razões facilmente elencáveis: 1) personagens da Warner Brothers montados sobre foguetes (pois é, não eram karts); 2) Armas que conseguiam ser mais absurdas mesmo que as de Mario Kart; e 3) Frangolino como narrador das corridas.

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