Demon’s Souls tem com certeza sido um dos títulos mais comentados da atual geração. Em primeiro lugar, porque se trata de um excelente épico, é verdade. Entretanto, o game também se tornou um verdadeiro emblema, prontamente associado a um “game carrasco” — do tipo que não vai te dar um troféu ou deixar passar por um chefe sem que você realmente mereça isso.
Entretanto, vale lembrar que os épicos da From Software não estrearam aquele famoso departamento de jogos projetados para acabar com o seu tempo e a sua paciência. Na verdade, tanto Demon’s Souls quanto o seu sucessor, Dark Souls, tornam-se jogos simplesmente “difíceis” se confrontados com alguns clássicos de outras épocas.
Afinal, se hoje há quem comente finais — chegando mesmo a reclamar, indignado, de alguns deles —, há alguns anos o simples fato de chegar a um desfecho já era, por si só, um grande feito. Quer dizer, para alguns clássicos do Nintendinho, do Super NES ou do Mega Drive, você simplesmente havia “chegado lá”... O resto pouco importava.
Em suma: verdadeiros “açoites pixelizados” sempre estiveram presentes na indústria — embora mais em algumas gerações do que em outras. Vale até relembrar. Acompanhe o TecMundo Games durante os próximos nove títulos desenvolvidos para frustrá-lo e acabar com a sua paciência — embora deixassem uma impagável sensação de “dever cumprido” para as poucas almas capazes de vencê-los.
9 games que podem levar a melhor sobre vocêChefes sanguinários, puzzles inimagináveis, poucas vidas... E vários outros requintes de tortura
- Ghosts ‘N Goblins
Então Demon’s Souls é o jogo mais difícil que você já encarou até hoje? Bem, nesse caso, vale “rebobinar” as gerações de consoles, até chegar a um singelo joguinho de NES chamado Ghosts ‘N Goblins.
Eis aqui um velho conhecido de quem se divertia com o entretenimento eletrônico durante a década de 1980. Basicamente, trata-se de um jogo de plataforma com fases terríveis, todas elas recheadas de inimigos. Como adicional, os pulos do protagonista, Sir Arthur, quando realizados para a esquerda, não podem ser controlados no ar — habilidade que é quase um cânone entre os games do gênero.
Mas Ghosts ‘N Goblins guarda ainda uma “surpresinha”. Ao final, caso você tenha conseguido superar todas as inúmeras atrocidades e criaturas sobrenaturais... Será necessário começar tudo novamente. Pode ficar melhor? É claro: como a maior parte dos games da época, Ghosts ‘N Goblins não tinha save. Demon’s Souls já não parece tão difícil assim, não?
Battletoads
Quem encara, hoje, o simpático Banjo-Kazooie ou o obsceno Conker provavelmente não sabe, mas a Rare já teve uma natureza muito, muito mais sádica. Que o diga quem assumiu o controle dos sapos de Battetoads (com versões para Nintendinho e Genesis/Mega Drive).
Embora os seus protagonistas aqui disparassem belos socos e chutes, sempre com um ar inegavelmente “cool” — com óculos escuros, braceletes com espinhos etc. —, fato é que Battletoads era surrealmente difícil para a maior parte dos seres humanos. Basta se lembrar de fases como a do “Jet ski” flutuante, com inúmeros obstáculos, em ritmo cada vez mais acelerado.
Havia algumas formas de tornar as coisas menos penosas, é verdade. Algumas “Warp Zones” permitiam pular fases inteiras, enquanto que um código concedia vidas infinitas. O problema? Mesmo com isso, ainda era muito raro encontrar alguém que tivesse levado Rash, Zitz e Pimple sãos e salvos através do jogo.
- Batman: Return of the Joker
Batman: Arkham Asylum foi divertido, intenso e razoavelmente difícil... Mas não foi a primeira vez que o Coringa conseguiu escapar de uma instalação para insanos potencialmente letais. Na verdade, se você encarou Batman: Return of the Joker no NES ou no Mega Drive (para o qual foi rebatizado de Batman: Revenge of the Joker), deve ter ficado com a impressão de que o vilão pegou leve no game da Rocksteady Studios.
Tal e qual a grande maioria dos games da época, Return of the Joker era um game de plataforma. O problema é que a dificuldade seguia um crescendo absurdo, o que culminava em alguns chefes virtualmente impossíveis de se despachar. De fato, o chefe final, o próprio Coringa, é um verdadeiro chute nas partes baixas.
- X-Men (Mega Drive/Genesis)
A versão para o Mega Drive/Genesis de X-Men podia fazê-lo se sentir como várias coisas... Menos como um mutante superpoderoso. Embora o jogo, em si, não fosse ruim — uma mistura até bem razoável de ação em plataforma e beat ‘em up —, uma série de inimigos mal posicionados na tela, elementos-surpresa, pulos desajeitados e chefes punitivos faziam com que mesmo o jogador mais calejado tivesse vontade de jogar o console pela janela.
Há inclusive um puzzle um tanto quanto medonho — embora inegavelmente criativo. Na fase Mojo’s Crunch, após derrotar o chefe, Mojo, você será obrigado a “resetar o computador”. O problema? Não há um computador no jogo! A resposta: o game se refere ao seu “computador”... O Mega Drive. Entretanto, caso você não pressione o botão de forma muito leve, o que aparecerá será a tela de abertura do jogo, e tudo será perdido.
- Super Meat Boy
Super Meat Boy é uma bela homenagem aos primórdios da terceira e da quarta geração. Não apenas por lançar mão da mesma estrutura em plataformas que forjou grande parte dos cenários durante os anos 80 e 90, mas também porque o game é incrivelmente difícil.
De fato, levar o seu risonho pedacinho de carne por entre inúmeras lâminas (as mais variadas) e fossos será realmente um esforço hercúleo. Entretanto, como a jogabilidade é muito bem afinada, Super Meat Boy é também incrivelmente recompensador — você não precisará brigar com controles, basta treinar (e morrer várias vezes).
- Metal Gear Solid
Metal Gear Solid é inegavelmente um dos melhores games de todos os tempos. Mas também é um dos mais difíceis, sem dúvida. Principalmente porque o game foi lançado para legião de jogadores ainda pouco acostumados a uma abordagem stealth.
Na verdade, até que você finalmente entendesse que a furtividade de Solid Snake deveria permear todas as suas ações no jogo, muitas tentativas acabavam frustradas — e isso já no início do jogo. Além disso, como esquecer o lendário Psycho Mantis? Quem enfrentou o pitoresco sujeitinho provavelmente nunca mais olhou para o próprio controle da mesma forma.
- Devil May Cry 3: Dante’s Awakening
Em primeiro lugar, Dante’s Awakening trazia uma “localização” bastante curiosa. Basicamente, o que era considerado o modo “Difícil” do game no Japão virou “Normal” quando desembarcou no Ocidente. Para complementar, trata-se ainda de algumas das fases mais penosas da história do hack ‘n’ slash. De fato, isso fez com que a Capcom revisse o nível de dificuldade por estas bandas.
- Ninja Gaiden Black
Eis aqui uma obra do diretor Tomonobu Itagaki que causou uma série de calos enquanto o primeiro Xbox vingava. Qualquer um que conhece o renascimento da franquia deve saber do que se trata: uma mistura explosiva de ação e luta... Com dezenas de inimigos saltando na tela a todo o momento. Naturalmente, sempre é possível abdicar da dignidade e aceitar o nível proposto pelo game (caso você morra muitas vezes): Ninja Dog.
- Contra
Contra realmente não precisa de apresentações. Também não é preciso se lembrar da verdadeira penúria que acompanhava cada uma das fases — sendo que, para boa parte dos jogadores, as últimas eram apenas uma lenda... Poucos chegavam lá.
Mas pelo menos havia um bálsamo: o onipresente Konami Code — que conferia imediatamente 30 vidas em vez das três normalmente oferecidas pelo jogo.
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