25 anos de Final Fantasy: conheça a história da série

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No dia 18 de dezembro de 2012, a série Final Fantasy completou 25 anos de idade — marca atingida somente por títulos de peso, como Metal Gear, Castlevania, Mario e The Legend of Zelda. Apesar de muitos considerarem que a franquia não está mais em seu auge, qualquer anúncio que a envolva é capaz de gerar grande comoção no mundo dos jogos eletrônicos.

Aproveitando essa marca invejável, o BJ decidiu fazer uma verdadeira viagem no tempo e traz a você uma retrospectiva sobre a série de RPGs que marcou várias gerações de jogadores e consoles. Confira nosso artigo e aproveite para reviver alguns dos momentos mais marcantes da indústria dos jogos eletrônicos.

O salvador da Square

Fundada em 1983, a Square Co. (atualmente Square Enix) inicialmente se focava no desenvolvimento de softwares para computadores, como o NEC PC-8801. Devido à popularidade crescente do Famicom (versão japonesa do NES), a empresa decidiu que seria uma boa ideia desenvolver títulos para a plataforma da Nintendo.

Porém, após lançar vários títulos que não obtiveram o sucesso esperado, em 1987 a companhia estava à beira da falência. Para evitar que isso acontecesse, coube à Hironobu Sakaguchi desenvolver um game capaz de reverter a situação ou ao menos fechar a história da empresa de maneira marcante.

Fonte da imagem: Reprodução/Final Fantasy Insider
Desenvolvido por um time de sete pessoas, Final Fantasy chegou às lojas japonesas no dia 17 de dezembro de 1987. Inspirado em títulos de sucesso como Dragon Quest e a série Ultima, o game apresentava um mundo imenso (para a época) no qual um grupo de heróis deveria se aventurar em busca de quatro joias capazes de reestabelecer o equilíbrio do universo.

Entre os elementos que se destacavam no game estava o fato de o grupo controlado pelo jogador compartilhar a tela com os monstros que estavam sendo enfrentados — algo inédito naqueles tempos. Também se destacava o sistema de profissões (“jobs”), que podiam ser evoluídas após o cumprimento de determinadas condições, algo que foi reaproveitado de maneira mais complexa em lançamentos futuros.

Fonte da imagem: Reprodução/Game Informer
Ao todo, 400 mil cópias da versão original do game foram lançadas no Japão, cujo público recebeu o lançamento com entusiasmo. Já os jogadores norte-americanos teriam que esperar até 1990 para finalmente conferir o jogo, que teve uma recepção bem menos acalorada em terras ocidentais.

Lançamentos restritos ao Japão

Com o sucesso de Final Fantasy, não só a Square havia saído de sua situação crítica, como se viu financeiramente capaz de planejar sequências para o título. Em 1988 chegava ao mercado japonês Final Fantasy II, título que causou controvérsia ao adotar um sistema de evolução baseado no uso contínuo das mesmas habilidades.

Fonte da imagem: Reprodução/Games Radar
Dois anos depois, chegava ao país oriental Final Fantasy III, game que expandiu o sistema de profissões visto no primeiro game da série. Não só era possível mudar o papel que cada um dos membros do grupo exercia de maneira livre, como cada uma das opções disponíveis propiciava maneiras únicas de lidar com as ameaças que surgiam pelo caminho.

Fonte da imagem: Reprodução/Final Fantasy Insider
Infelizmente, a demora da Square e da Nintendo em disponibilizar o título original nos Estados Unidos teve grande impacto em suas sequências diretas. Como o primeiro Final Fantasy havia chegado aos Estados Unidos somente em 1990, ambas decidiram que não valia a pena investir em adaptações de suas duas sequências diretas visto a proximidade do lançamento do quarto capítulo da série, que chegou aos consumidores em 1991.

A confusão com os números

Lançado para o Super Nintendo, Final Fantasy IV acabou conhecido no ocidente como Final Fantasy II, decisão que gera confusão até hoje entre muitos jogadores. Aproveitando as capacidades da plataforma de 16-bits, o game contava uma história mais sombria, durante a qual o protagonista Cecil tinha que se confrontar com o sacrifício de vários companheiros em sua busca de redenção.

Fonte da imagem: Reprodução/Retro Game Guide
Segundo a tradição de lançar um game a cada ano, em 1992 a Square colocava nas lojas Final Fantasy V, game conhecido por ter um dos sistemas de profissões mais variados da série. Nessa época, a popularidade da fanquia já era tanta que o governo japonês pediu que a companhia não lançasse novos jogos em dias em que havia atividades escolares, já que as crianças do país fugiam dos estudos para acampar em frente às lojas especializadas em jogos.

Devido à sua complexidade, o game não pôde ser traduzido a tempo de um lançamento norte-americano, algo que só veio a acontecer em 1999 no PlayStation original. Assim, novamente o público ocidental foi condenado a ficar sem um capítulo da série, algo que só serviu para aumentar ainda mais a confusão relacionada ao número que acompanhava cada lançamento.

Finalizando a participação da série na geração 16-bits, Final Fantasy VI (III, no ocidente) foi lançado para o Super NES em 1994. O game, considerado por muitos o melhor lançamento da série até hoje, apresentava uma grande quantidade de heróis, cujas histórias pessoais foram desenvolvidas de maneira inédita para a série. Outro mérito do jogo foi introduzir o vilão Kefka, até hoje uma das figuras mais marcantes a já dar as caras em um RPG.

Adeus Nintendo, seja bem-vinda Sony

Devido à popularidade conquistada por Final Fantasy no NES e no Super NES, todos acreditavam que o sétimo capítulo da série japonesa seria lançado para o Ultra 64 (posteriormente Nintendo 64), poderoso console que estava sendo desenvolvido pela Nintendo. Porém, contrariando a expectativa dos consumidores, a Square decidiu levar a franquia para outra plataforma: o PlayStation, da então estreante Sony.

Entre os motivos para a mudança está o fato de que os cartuchos do Nintendo 64 não possuíam uma capacidade de armazenamento que agradasse à desenvolvedora. Além disso, o controle quase obsessivo da Nintendo sobre os títulos lançados para sua plataforma impediam que suas parceiras trabalhassem com temas adultos, limitando assim a maneira como uma trama podia ser desenvolvida.

Dirigido por Yoshinari Kitase, Final Fantasy VII chegou ao PlayStation em 1997, imediatamente se tornando um sucesso de crítica e público. Primeiro game da série a contar com gráficos tridimensionais, o título se destacava pelas cenas de animação 3D surpreendentes — uma marca registrada da Square em todos os lançamentos subsequentes da série.

Até hoje, o capítulo é o mais vendido da série (mais de 10 milhões de cópias comercializadas em todo o mundo), sendo o principal responsável pela popularidade dos RPGs japoneses entre o público ocidental. O destaque do título é tanto que levou a sua desenvolvedora a produzir uma série de histórias complementares sob a marca “Compilation of Final Fantasy VII”.

Uma série em ascensão

Com o sucesso de Final Fantasy VII, a Square aproveitou um período de consagração inédito na história da empresa. Não só sua principal série era adorada por grande parte dos jogadores, como vários outros de seus títulos ganharam espaço e respeito no ocidente.

Fonte da imagem: Reprodução/Games Radar
Além de investir em novas sequências da franquia que lhe trouxe sucesso (os bem-sucedidos Final Fantasy VIII e IX), a desenvolvedora apresentou ao público nomes como Xenogears, Vagrant Story e Brave Fencer Musashi. Embora nenhum desses títulos tenha obtido um sucesso realmente estrondoso, eles serviram para estabelecer ainda mais o nome da companhia japonesa como a grande produtora de RPGs da geração.

Durante a época dos 32-bits, parecia que nada seria capaz de abalar a Square — nem mesmo o sucesso que Dragon Quest, da Enix, aproveitava no Japão. Com isso em mente, o estúdio decidiu que era hora de tomar Hollywood e provar que os profissionais de seu departamento de animação eram capazes de fazer um trabalho invejável.

Final Fantasy: The Spirits Within

Dirigido por Hironobu Sakaguchi, Final Fantasy: The Spirits Within até hoje detém a marca da animação inspirada em video games com o orçamento mais caro da história. Contando com a presença de nomes como Ming-Na, Alec Baldwin, Donald Sutherland e Steve Buscemi, o filme de US$ 137 milhões foi fruto do trabalho de quatro anos feito por um grupo constituído por nada menos que 200 animadores.

Apesar de carregar o nome Final Fantasy, o longa-metragem abandonava o clima de fantasia característico da série, que foi substituído por cenários futuristas povoados por personagens fotorrealistas. Para obter a qualidade gráfica mostrada em tela, foi preciso usar 960 estações de trabalho totalmente dedicadas a renderizar os 141.964 quadros da produção.

A expectativa da Square era a de que a protagonista Aki Ross se transformaria em uma verdadeira estrela virtual, que apareceria em diferentes filmes atuando em papéis variados. Porém, a arrecadação mundial de US$ 86 milhões fez com que o produto fosse considerado um fracasso, decretando o final da Square Pictures e determinando decisões que moldariam a forma atual da empresa.

Final Fantasy X e a era online

Lançado para o PlayStation 2 em 2001, Final Fantasy X representou a estreia da franquia no PlayStation 2. Assim como os games que o antecederam, o título se tornou um sucesso imediato, tendo ultrapassado a marca das 6,6 milhões de unidades vendidas até hoje.

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Apesar dos resultados positivos obtidos pelo jogo, o fracasso cinematográfico da Square Enix fez com que ela tomasse algumas decisões comerciais que desagradaram muitos fãs. Entre elas estava a criação de uma sequência direta para o game — algo que nunca havia acontecido anteriormente na série. Estranha no começo, a decisão se tornou um padrão para todos os títulos numerados da série que contavam com uma campanha exclusivamente single player.

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Já em 2002, a empresa fez sua primeira empreitada no campo online com Final Fantasy XI: Online, um MMO que apresentava os jogadores ao mundo de Vana’diel. Com enfoque no combate em grupo, o game se tornou conhecido pela sua dificuldade acentuada e por ser o título mais lucrativo da história de sua desenvolvedora — atualmente, cerca de 100 mil pessoas continuam se aventurando no jogo mensalmente, e a quinta expansão do título deve ser lançada em breve (inclusive para o PlayStation 2).

Final Fantasy XII: problemas de desenvolvimento

Devido ao fracasso de Spirits Within e ao aumento dos custos de produção de seus jogos, em 2003 a Square anunciou que iria unir forças com a Enix, empresa detentora da série Dragon Quest. Com a fusão, não só as empresas fortaleceram suas finanças como conseguiram reunir sob o mesmo nome — Square Enix — alguns dos principais talentos no que diz respeito à criação de RPGs japoneses.

Infelizmente, nem mesmo a união bem-sucedida conseguiu melhorar o processo de desenvolvimento de Final Fantasy XII, cuja produção foi iniciada em 2001. Originalmente dirigido por Yasumi Matsuno, o jogo sofreu diversos atrasos e foi assumido por Hiroshi Minagawa, responsável pelos títulos experimentais da série SaGa — decisão que não agradou ao criador da franquia, Hironobu Sakaguchi, que se recusou a jogar além da introdução do game.

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O resultado foi um título em que é possível notar vários estilos de roteiro e direção se interlaçando e conflitando em diversos momentos. Somando ao fato de que o próprio protagonista do título foi alterado durante o processo de criação — originalmente, o soldado Basch deveria assumir o posto de herói principal —, o jogo acabou sendo um sucesso de vendas que pareceu bastante estranho para quem acompanhava a série até então.

O principal motivo de polêmica do jogo (além dos atrasos em sua produção) foi seu sistema de combates que abandonava de vez os encontros aleatórios. Com isso, os inimigos passaram a ser vistos no mesmo mapa em que ocorria a exploração, dando ao jogador a chance de planejar estratégias diferenciadas ou de escapar de conflitos indesejados.

O fim das exclusividades

Após o lançamento da versão internacional de Final Fantasy XII, a Square-Enix imediatamente começou a trabalhar em sua sequência, que deveria ter o PlayStation 2 como plataforma. Porém, devido ao sucesso da apresentação técnica para o PlayStation 3 que teve Final Fantasy VII como inspiração, a empresa decidiu mudar seu foco para o novo console da Sony.

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Utilizando como base a engine Crystal Tools, o game deveria fazer parte de uma trilogia conhecida como Fabula Nova Crystallis. Além do jogo principal, ela seria formada por Final Fantasy Agito XIII (que se transformou em Final Fantasy Type-0, título exclusivo ao Japão) e Final Fantasy Versus XIII, produção cujo destino permanece um mistério até hoje.

Devido a dificuldades no processo de desenvolvimento do jogo e mudanças no mercado, a Square Enix se viu forçada a fazer um anúncio que abalou muitas pessoas: o game não seria lançado exclusivamente para o console da Sony, também estando disponível para quem investiu no Xbox 360 — somente no Japão não haveria uma versão para o dispositivo da Microsoft.

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Embora superficialmente não haja diferenças entre os conteúdos das duas adaptações, no PlayStation 3 o jogo apresenta um desempenho aprimorado. Além disso, a versão para o video game possui um suporte a resoluções maiores e ocupa menos discos físicos do que aquela lançada para a plataforma rival.

Final Fantasy XIII foi alvo de muitas críticas dos fãs e da mídia especializada, que não aprovou o sistema de progressão linear seguido pela história. Além disso, a recepção à trama do título foi bastante mista, e houve quem considerasse o excesso de termos mal explicados uma verdadeira barreira para o entendimento dos jogadores.

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Apesar desses problemas, o game foi recebido de maneira favorável e se tornou rapidamente o jogo da série que mais vendeu cópias em seu lançamento. O título posteriormente ganhou uma sequência direta, que deve ser seguida por Lightning Returns: Final Fantasy XIII, título que deve chegar ao Xbox 360 e ao PlayStation 3 ainda em 2013.

Final Fantasy XIV – o desastre online

Desenvolvido sob o codinome Rapture, Final Fantasy XIV foi apresentado ao público no dia 2 de junho de 2009. Dirigido por Akihiko Yoshida, o título para PlayStation 3 e Windows se aproveitava dos bons resultados obtidos por Final Fantasy XI para apostar novamente em uma fórmula estritamente online.

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Após uma fase de testes Beta com duração bastante reduzida, o game chegou os consumidores no dia 22 de setembro de 2010. Ao contrário dos demais capítulos da franquia, a recepção ao título foi bastante negativa — marcado pelos constantes bugs e por defeitos de interface que tornavam a jogabilidade bastante complicada, o jogo decepcionou tanto aos fãs quanto àqueles que simplesmente procuravam um bom MMORPG.

Ciente dos problemas, a Square-Enix anunciou que Naoki Yoshida iria assumir a direção do título, que deve ganhar em breve uma reformulação completa conhecida como A Realm Reborn. Entre as mudanças preparadas pelo estúdio estão gráficos reformulados, navios voadores, montarias e mudanças radicais na dificuldade e nos sistemas de ataque e magias do título.

Uma série repleta de ramificações

Embora a Square-Enix pudesse confiar somente no sucesso de sua série principal para sobreviver, a empresa nunca se mostrou tímida em atribuir o nome Final Fantasy a títulos que fugiam da fórmula-padrão dos RPGs japoneses. Embora isso tenha resultado em alguns fracassos, em geral as apostas da empresa se mostraram bem-sucedidas em manter a franquia na lembrança dos jogadores.

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Entre os títulos que merecem destaque nesse sentido está Final Fantasy Tactics (PlayStation One, PSP e iOS), responsável pela criação do mundo de Ivalice (reaproveitado posteriormente em Vagrant Story e Final Fantasy XII). Além disso, títulos como Kingdom Hearts aproveitaram muitos personagens consagrados da série de maneiras diferentes para entregar histórias que fogem do que é considerado convencional.

Entre as plataformas que já receberam ao menos um lançamento relacionado à franquia estão o NES, Super NES, PlayStation One, PlayStation 2, PlayStation 3, Xbox 360, iOS, Android, MSX, GameBoy, GameBoy Advance, Nintendo DS, Nintendo 3DS, GameCube, Wii, Nintendo Wii U, PlayStation Portable, PlayStation Vita, Windows, WonderSwan e uma variedade de celulares (lançamentos geralmente restritos ao mercado asiático, no último caso).

O que o futuro reserva para a série?

Embora a série tenha perdido prestígio durante a geração atual de consoles, principalmente devido ao aumento da popularidade de RPGs ocidentais como Fallout e a série The Elder Scrolls, Final Fantasy permanece um nome forte na indústria. Ao que tudo indica, a Square Enix já está planejando o próximo capítulo do game voltado para as plataformas do futuro.

Embora nada se saiba sobre qual será a história do jogo, algo já é certo: ele será visualmente impressionante. O novo título deve empregar todo o poder do motor gráfico Agni’s Philosophy para entregar uma apresentação capaz de fazer o queixo de muitas pessoas bater no chão.

Além disso, a Square Enix deve continuar investindo em remakes e em títulos alternativos, tanto como uma forma de investir em novas fórmulas quanto como uma maneira de atrair a atenção de jogadores que não entendem o fascínio provocado pelo nome Final Fantasy. Outro aspecto que deve continuar inalterado é a insistência dos fãs de que a empresa deveria fazer uma versão em alta definição do sétimo título da franquia, cuja popularidade permanece alta até hoje.

Qual a sua opinião?

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