A próxima geração está aí. O Nintendo Wii U já está perto de completar seu primeiro aniversário enquanto os próximos consoles da Sony e da Microsoft chegam ao Brasil no próximo 22 de novembro.
Juntamente com a chegada dos consoles, você provavelmente já deve ter notado a presença de uma série de termos e expressões em todas as notícias relacionadas ao assunto. O Xbox One, por exemplo, terá servidores dedicados para realizar processamento na nuvem. A Nintendo foi pioneira em adotar a segunda tela e o cross-buy é um recurso muito bacana do Steam e da Sony.
Enquanto muita gente já sabe o que essas frases significam, nem todo mundo está tão por dentro de seus significados. Justamente para sanar essas dúvidas e ajudá-los a compreender algumas das tendências da próxima geração nós criamos esse pequeno dicionário. Esperamos que ajude e, caso alguma dúvida persista não deixe de contribuir com sugestões nos comentários.
Next-gen
Abreviação de next generation (“próxima geração”, em inglês). Nos consoles, o termo atualmente se refere ao PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Wii U – as plataformas mais recentes de cada uma das três grandes fabricantes.
Free to Play
Literalmente “gratuito para jogar”. O modelo de cobrança – também chamado pela abreviação F2P ou pelo termo freemium (combinação das palavras “free” (grátis) + premium) – está se tornando cada vez mais comum não só nos smartphones, mas também no PC e nos consoles (como nos casos de Planetside 2, Warframe e Killer Instinct).
Por ser um modelo novo, ainda há muitas variações na forma de arrecadação nestes títulos. Há jogos que cobram por conteúdo exclusivo para pagantes e outros que exigem que o jogador espere algum tempo antes de entrar em uma próxima partida gratuita (podendo pagar para jogar imediatamente). Enquanto um padrão ainda não é estabelecido, o certo é que veremos cada vez mais games apostando no modelo na próxima geração.
Sempre online
Após a conferência de apresentação do Xbox One realizada em maio pela Microsoft, um dos recursos do console causou bastante polêmica. Isso porque o console exigiria conexão constante à Internet, funcionando por apenas uma hora após a desconexão – um terror para qualquer jogador que more longe de uma grande cidade. A resposta do público foi tão negativa que a companhia voltou atrás.
Na E3 2013, o então diretor da Microsoft Don Mattrick causou furor ao sugerir o Xbox 360 como opção offlineApesar de agora nenhum dos novos consoles precisarem de uma conexão constante à internet, todos eles foram feitos para estarem sempre conectados à internet. Basta pensar que vários dos novos recursos anunciados pelas fabricantes – como a possibilidade de gravar e transmitir partidas para outros jogadores – exigem uma conexão à internet para seu funcionamento. Enquanto ainda vai ser possível ter a experiência básica offline, a conexão constante ajudará a tornar tudo mais divertido e social.
Formato digital
Tudo começou com cartuchos (ou fitas). Depois vieram CDs, DVDs, HD-DVDs, Blu-rays entre outros diversos formatos (como os UMDs do PSP) que, apesar de diferentes entre si, ainda eram todos físicos. Com a chegada da geração atual, as fabricantes introduziram o formato digital – jogos vendidos pela internet e baixados diretamente para o seu console.
Se muita gente olhou o formato com desconfiança no início, hoje os jogos digitais estão cada vez mais consolidados. Ao mesmo tempo, o modelo de distribuição online ajudou a propagar títulos menores, lançados, ao menos no início, apenas digitalmente (como Rogue Legacy, Fez e Limbo – todos também indies). Desse modo, não é surpreendente que a próxima geração incentive bastante o modelo, com o PlayStation 4, por exemplo, oferecendo facilidades como a escolha do conteúdo a ser transferido primeiro e a possibilidade de começar a jogar antes do download ser concluído.
Cross-play
Cross-play é o termo em inglês utilizado para jogos que compartilham o progresso de seus usuários em diferentes plataformas. É o caso de Metal Gear Solid HD Collection, coletânea lançada para PlayStation 3 e PlayStation Vita, e Monster Hunter 3 Ultimate, lançado para Wii U e 3DS.
O termo também pode ser utilizado para jogos que unem jogadores de diferentes plataformas, como Shadowrun, jogo multiplayer que permitia que jogadores do Xbox 360 jogassem com outros que estivessem no PC, e Final Fantasy XIV: A Realm Reborn, que une os públicos do PlayStation 3 e do PC.
Cross-buy
Quando um jogo oferece a opção de cross-buy, o jogador pode adquirir todas as suas versões com uma única compra. O sistema é utilizado pelo Steam (em que os usuários da loja da Valve podem comprar as versões para Windows, Mac e/ou Linux com uma única compra, caso elas estejam disponíveis) e por alguns jogos da Sony lançados para PlayStation 3 e PlayStation Vita, como PlayStation All-Stars Battle Royale e Sly Cooper: Thieves In Time.
Indie
Palavra que significa “independente”. No caso da indústria dos games, refere-se às desenvolvedoras (geralmente formadas por grupos pequenos ou até mesmo por uma única pessoa) que não contam com o apoio de uma companhia para distribuir, divulgar e publicar seus jogos – tendo de realizar essas tarefas por conta própria. Mesmo com as dificuldades do caminho independente, os indies conseguiram criar jogos de qualidade e bastante inovadores, desempenhando um papel bastante importante na indústria.
Com o sucesso dos títulos criados pelos indies, a Sony e a Microsoft não têm poupado esforços para atrair a atenção dos desenvolvedores para as suas novas plataformas, tornando mais fácil desenvolver e publicar seus jogos nas plataformas. Desse modo, é possível esperar um número cada vez maior de títulos indies na próxima geração.
Nuvem
O conceito de computação nas nuvens refere-se ao uso do potencial de computadores e servidores ligados à internet para o armazenamento de dados e a realização de tarefas. Enquanto recursos como esse já são utilizados atualmente (como a possibilidade de transferir arquivos de jogos salvos para a nuvem no caso), o recurso deve ser ainda mais utilizado na nova geração.
A Microsoft, por exemplo, afirma que contará com mais 300 mil servidores dedicados para reforçar os recursos da Xbox LIVE. De acordo com a companhia, o Xbox One também poderá usar o poder de processamento extra dos servidores (que pode ser aumentado com o tempo) para tornar o console mais poderoso com o tempo.
Já a Sony anunciou que o PlayStation 4 contará com os serviços do Gaikai. Disponível inicialmente apenas nos Estados Unidos, o serviço poderá transmitir jogos de PlayStation 3 não instalados nos consoles dos jogadores para serem jogados pela internet. Enquanto ninguém teve a chance de testar estes novos recursos publicamente ainda, certamente são novidades bastantes promissoras para a próxima geração.
Streaming
Transmitir partidas online é uma das grandes tendências do mundo dos games. Além de canais de jogos no YouTube serem cada vez mais comuns, plataformas como o Twitch.tv se especializaram na transmissão de partidas ao vivo.
Se hoje os jogadores precisam de equipamentos especiais para realizar essa tarefa, tanto o PlayStation 4 quanto o Xbox One contarão com o recurso nativamente. Desse modo, será possível desde gravar trechos específicos de um jogo (como o momento em que uma conquista é desbloqueada) até partidas inteiras.
Segunda tela
A Nintendo foi pioneira nesse recurso com a introdução do Gamepad do Wii U, componente que faz parte do console e que permite a todo jogador do console poder experimentar jogos que utilizem as duas telas simultaneamente.
Agora, o PlayStation 4 e o Xbox One devem estender a experiência ao criar ao ter compatibilidade com smartphones e tablets (itens cada vez mais comuns e acessíveis no mundo atual). Enquanto atualmente as produtoras têm criado aplicativos próprios para seus jogos (como no caso do iFruit de GTA 5 e do app oficial de Beyond: Two Souls), o Xbox Smartglass e o PlayStation App devem centralizar a experiência fazendo com que seja mais fácil para os desenvolvedores criarem recursos para que os jogadores acompanhem seus jogos mesmo longe de seus consoles.
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