Jogos que mudaram completamente no caminho de sua criação ao seu lançamento

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Arte conceitual de Prince of Persia: Assassins (Fonte: Reprodução/Kotaku)

Ideias têm vida própria. Até se tornarem uma realidade, elas podem mudar mais vezes do que você pode imaginar. Levando isso em consideração, era lógico que games também passariam por essa situação.

Durante anos de produção, alguns jogos nascem de uma forma, apenas para se transformarem em algo completamente diferente até o seu lançamento. Pensando nesses títulos que passaram por uma metamorfose entre sua origem até alguém apertar Start, resolvemos reunir alguns desses games e falar sobre os motivos de eles terem mudado.

De marinheiro para encanador

Jogos, assim como todo projeto criativo que pode ser desenvolvido em grupo, nascem e crescem conforme o seu meio ambiente. Como acontece com filmes ou melodias, os jogos surgem na mente de alguém, passando pelas mãos de outras pessoas, que deixam a sua marca, moldando tudo até o resultado ser apresentado ao público.

Outros fatores muitas vezes entram na mistura, como possíveis licenças que são perdidas ou empresas que fecham e levam consigo a ideia principal, deixando apenas pontos que devem ser retrabalhados.

Fonte:Reprodução/Nintendo

Um bom exemplo disso é o game Donkey Kong, que apresentou ao mundo o Mario. Originalmente, Shigeru Miyamoto começou a criação do game como uma adaptação de “Popeye”. No lugar do gorila, teríamos Brutus; da princesa, a Olivia Palito; e, como o grande herói, em vez de um encanador (que na época era conhecido como Jump Man), estava o marinheiro Popeye.

A ideia foi passada para a diretoria da Nintendo, que gostou do que estava sendo feito, mas tudo poderia se perder devido ao simples fato de que a empresa japonesa não conseguiu manter os direitos dos personagens do desenho. Mesmo assim, a ideia do jogo era tão interessante que Miyamoto recebeu a tarefa de criar novos personagens, retrabalhar o título e assim nasceu Donkey Kong e o que viria se tornar o encanador Mario.

O Resident Evil que nunca existiu

Em 1999, a Capcom começou a dar dicas de que estaria preparando um novo game da série Resident Evil. O que deveria ser Resident Evil 4 nasceu como um jogo de ação que traria um personagem chamado Tony: um jovem invencível, com habilidades físicas e intelectuais que superavam as de qualquer homem do planeta. Essas vantagens seriam resultado de estudos com biotecnologia, que casava com o tema trazido pela série criada por Shinji Mikami.

Tentando deixar as coisas mais dinâmicas, os desenvolvedores do game abandonaram a câmera utilizada pelos jogos anteriores da franquia Resident Evil, aproveitando para visitar a Europa para estudar estátuas e cenários para o game.

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Quanto mais os desenvolvedores avançavam com a produção do título, mais ele se distanciava da série Resident Evil. Isso acabou fazendo com que Shinji Mikami convencesse a equipe a continuar o game com uma história independente, fora do universo da franquia de survival horror.

Hideki Kamiya aceitou o desafio, mudando o nome do personagem principal para Dante, criou o universo povoado por demônios e assim nasceu o primeiro Devil May Cry, lançado em 2001.

De “interessante jogo cooperativo de tiro” para “jogo genérico de tiro”. E vice-versa

Só que também existem as ideias que acabam se perdendo pelo caminho, se transformando em coisas que não chegam perto do seu conceito original. Podemos incluir o game Fuse nesse grupo.

Anunciado como Overstrike, o título impressionou muitas pessoas quando teve o seu primeiro trailer exibido durante a E3 2011. O game trazia quatro personagens com habilidades próprias, lutando contra inimigos absurdos. Sim, ele se parecia bastante com outra série que falaremos mais para frente, mas o seu tom meio cômico e sua arte chamaram a atenção do público.

Um tempo se passou e Overstrike, que estava sendo desenvolvido pela Insomniac Games, acabou sendo renomeado para Fuse. O título distribuído pela Electronic Arts ainda trazia um grupo de personagens lutando contra inimigos, mas o tom do game, assim como sua arte, mudou, deixando tudo mais sério e, como muitas pessoas acharam, genérico.

Por outro lado, um game similar seguiu o caminho inverso. Borderlands, título da Gearbox, também nasceu como um game de tiro cooperativo. A diferença é que o tom do jogo era muito mais sério e sua arte era mais realista.

Fonte:Reprodução/Gaming Union

A Gearbox estava fazendo um jogo bonito, mas nada que não pudesse ser encontrado em outros diversos FPS que estavam sendo lançados no mercado. Como as artes conceituais do game haviam sido criadas com um visual de cel shadding, o vice-presidente da empresa disse que seria uma boa tentar mudar os gráficos do jogo antes de apresentá-lo para a 2K Games, que distribuiria o título.

Todos os envolvidos achavam que aquilo não era possível, mas em poucas semanas a mudança de algumas partes do game impressionaram a todos, inclusive aos executivos da 2K. Isso fez com que a produção de Borderlands ganhasse um novo rumo. Com a mudança nos gráficos, os desenvolvedores começaram a pensar em opções mais insanas para o jogo, deixando-o com o estilo que cativou diversos jogadores após o seu lançamento.

Um assassino no mundo do príncipe da Pérsia

Hoje em dia, a franquia Assassin’s Creed é uma verdadeira fábrica de dinheiro para a Ubisoft, mas, quando ela nasceu, não passava de uma irmã menor de outra série da empresa. Quando os desenvolvedores começaram a conversar sobre o título, a ideia era de que aquele seria um spin-off de Prince of Persia, e não uma série que se passaria no passado e no presente.

Fonte: Reprodução/Kotaku

Em algumas artes conceituais, datadas de 2004, é possível ver um personagem com aparência semelhante à do Altair, salvando uma criança. Quando a arte foi criada, a ideia era de que ele seria o futuro herói da franquia Prince of Persia, tendo aí a sua ligação com a série. Em uma das imagens, é possível notar que existia a possibilidade de a personagem principal ser uma mulher.

Fonte: Reprodução/Kotaku

O game começou a ser desenvolvido, tendo até trechos de gameplay, que mostravam que o seu possível título seria Prince of Persia: Assassins. Em algum ponto do desenvolvimento, a Ubisoft resolveu utilizar o que tinha sido produzido, modificar alguns pontos, criar uma nova história e iniciar a franquia Assassin’s Creed.

Mudanças fazem parte do processo criativo

Por serem produto da mente de uma ou mais pessoas, é natural que jogos, assim como músicas ou filmes, tomem um novo rumo durante a sua produção, se transformando em algo diferente da visão inicial. Praticamente todos os títulos que jogamos passam por alguma alteração, dificilmente chegando a nossas mãos da maneira como foram inicialmente concebidos.

Você se lembra de mais algum jogo que mudou bastante desde o seu anúncio? Não deixe de compartilhar com os outros leitores através dos comentários abaixo.

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