Na segunda semana de março deste ano, a From Software finalmente liberou o amplamente aguardado Dark Souls 2, contemplando os gamers donos de Xbox 360 e de PlayStation 3 em praticamente todo o mundo. Com isso, o TecMundo Games prontamente se mexeu e algumas semanas foram usadas para enfrentar aventuras de Drangleic, com muitas horas não dormidas e inúmeras almas ceifadas.
Como você deve ter conferido na análise pronta do título, que rendeu uma bela videoanálise e um artigo ajudando quem não tem muita intimidade com a família Souls, Dark Souls 2 conseguiu atingir quase o conceito máximo que uma produção para consoles pode receber. E agora está na hora de contarmos a nossa impressão sobre como o game ficou nos computadores. Vamos lá!
Abra os olhos para ver
A primeira qualidade que qualquer coisa que é passada para os computadores precisa (necessariamente) apresentar é uma evolução gráfica, uma vez que a plataforma é amplamente reconhecida pelo seu potencial de hardware. E o pessoal por trás do lançamento do game certamente sabia disso, o que nos permite dizer que Dark Souls 2 está finalmente mais bonito!
Os filtros aplicados na nova versão do jogo apresentam gráficos menos serrilhados e maior definição nas roupas do personagem, no cenário como um todo e em cada pequena parte da iluminação geral. Claro que esse último quesito ainda está aquém do que víamos nos vídeos de divulgação da produção antes do lançamento, mas ainda há uma alternativa a mais para solucionarmos isso.
Não é preciso procurar muito pela internet para rapidamente encontrarmos um mod desenvolvido por algum jogador inteligente. Neste acaso, estamos falando de um recurso chamado GeDoSaTo, que proporciona grandes melhorias gráficas ao jogo, elevando abruptamente todas as resoluções e texturas (oclusão de ambiente, anti-aliasing e pós processamento de efeitos), entregando um resultado final realmente lapidado — mesmo que isso exija um equipamento consideravelmente mais potente.
Vamos falar em problemas
Para começo de conversa, Dark Souls 2 ainda está com um ar de “portagem”. Assim que você começa o jogo, os gráficos realmente se mostram mais bonitos e chegam quase a impressionar os olhos. No entanto, quando a jogabilidade precisa assumir o papel de protagonista da trama é que a carga se mostra pesada demais para ser carregada.
Como na (terrível) versão do game anterior para os computadores, ainda é extremamente ruim jogar utilizando apenas o teclado e o mouse. Dessa maneira, os comandos se mostram mal localizados, sendo que a pior de todas as escolhas do padrão da desenvolvedora foi vincular a inteiração de itens com o botão “Enter”.
Imagine uma situação na qual você precisa passar rapidamente por um inimigo para recuperar aqueles milhões de almas que estava carregando antes de morrer pela última vez — apenas para garantir que, no caso de uma nova morte, a tonelada de souls ainda estará ali. No entanto (caso você seja um destro regular), sua mão direita estará no mouse e a esquerda sobre o WASD. Com que dedo, de que mão, seria mais fácil pressionar o enter quando passasse sobre a fumacinha verde? Exatamente... Nenhum.
Fora isso, vale dizer que as indicações de ações são todas feitas baseadas nos botões do controle convencional do Xbox (normalmente do Xbox 360). Assim, é muito comum que você tenha que dedicar um tempo todo especial até conseguir memorizar onde está cada comando e desvincular de seu próprio raciocínio o que está aparecendo na tela e o que você deve fazer de fato.
Em outras palavras, se você estiver com um controle de PlayStation (3 ou 4) ligado ao computador ou se resolver se aventurar utilizando teclado e mouse, então não será possível se guiar pelo “pressione B para interagir” — em ambos os casos. E esse fato é realmente desagradável para quem não tem um controle de Xbox e pagou integralmente o valor cobrado pelo jogo.
Cuidado com os vazios
Praticamente todos os jogadores brasileiros de Dark Souls 2 estavam loucamente esperando a chegada do pacote de atualizações que disponibilizaria as aguardadas legendas em nosso idioma materno. E essa novidade finalmente chegou juntamente com o lançamento da versão do título para os computadores, acrescentando mais um ponto interessante para quem ainda não tinha vivido a experiência nos consoles.
Assim que você seleciona a opção de idioma, tudo o que está escrito na interface de seu jogo se torna legível ao menor contato com os olhos. Os menus de escolhas iniciais, o nome de objetos e até mesmo a descrição dos itens — o que deve facilitar muito a procura pelas respostas tão desejadas sobre o que aconteceu a Drangleic e tudo mais.
No entanto, diferentemente do que vimos em produções como Uncharted 3 e em The Last of Us, esse abrasileiramento dos diálogos do título está longe de ter ficado bem feito. Se por um lado ficamos felizes ao ver a nossa língua materna finalmente sendo explorada pela indústria de games, por outro ficamos tristes ao notar que o pessoal deve ter usado algum aplicativo de tradução (tipo Google Translator) para realizar o serviço.
Não é realmente legal ver os nomes de itens e de pessoas traduzidos, o que quebra muito a magia da aventura. Como se não bastasse, várias traduções perdem o sentido ao serem feitas, pois falta o trabalho de adaptação, uma vez que nem tudo o que se escreve é literal. Portanto, pessoalmente, continuo jogando com o idioma em inglês...
E aí? Compro ou não compro?
O jogo pode não ter sido exatamente trazido para os computadores por meio de uma portagem mal feita. Mas o fato é que ele foi nivelado pelos consoles, o que deixa muito a desejar em termos de capacidade motora à nova plataforma. Por essa razão é que Dark Souls 2 pode ser considerado um belíssimo jogo de PlayStation 3 e Xbox 360, mas um trabalho apenas “bonitinho” para o PC.
No entanto, se você é um fã de RPGs de ação ou se já está a par da arrasadora fama de durão da obra da From Software, então pode investir sua grana. Dark Souls 2 para o PC está longe de ser um jogo perfeito, mas ainda assim ele conta com um potencial de entretenimento magnífico!
Para quem ainda não teve a oportunidade de jogar nos consoles, o jogo deve agradar da mesma maneira que conquistou gamers de Xbox 360 e PlayStation 3. Vale ainda lembrar que essa portagem foi muito mais bem feita do que a primeira. Assim, se você pretende empregar dezenas de horas morrendo e summonando colegas para detonar os terríveis inimigos de Drangleic, então não tenha medo e vá em frente.
Além disso, é preciso afirmar que o modo online continua funcionando otimamente bem, assim como todas as demais qualidades que você pode conferir na análise do título para os consoles. No mais, o game ainda vale muito a pena!
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