Lançado em junho de 2010, a PlayStation Plus foi recebida com desconfiança no começo. Afinal, por que pagar por recursos como saves na nuvem, atualização automática de sistema, acesso a testes Beta e um jogo gratuito nada muito relevante por mês?
É que, de lá para cá, as ofertas do chamado Instant Game Collection cresceram em quantidade e qualidade. Quem tem a Plus americana desde o começo teve a oportunidade de baixar, grátis, mais de 150 jogos. Passaram pela coleção títulos aclamados como Super Street Fighter IV: Arcade Edition, Demon's Souls, Hotline Miami, Borderlands 2, BioShock Infinite e Tomb Raider, para ficar apenas nos títulos para PS3. Na Europa, a oferta é ainda melhor.
No PlayStation 4, a Plus se torna ainda mais essencial, mas nesse caso não é pela oferta de jogos e sim pela obrigatoriedade de assinar o serviço para poder jogar multiplayer online. Por causa disso, as assinaturas cresceram mais de 200% desde o lançamento do novo console da Sony, segundo John Koller, vice-presidente de marketing de plataformas da companhia.
BioShock Infinite apareceu na PS Plus apenas um ano depois de seu lançamento
Bom para todos
Mas convenhamos, é uma oferta bastante tentadora para uma assinatura que custa R$ 100 por ano no Brasil (o Instant Game Collection nacional segue a programação dos Estados Unidos). Afinal, por esse preço, mal dá para comprar um jogo em disco por aqui.
Koller diz que no começo não foi fácil convencer as produtoras a colocarem um jogo de graça na Plus. "Como você pode imaginar, (...) encontramos inicialmente alguns desafios em colocar todo mundo no barco. No entanto, uma vez que conseguimos comunicar o valor óbvio que a assinatura traz, todo mundo foi atrás do serviço e de seu potencial poderoso".
Segundo uma reportagem do Gamesutra, as produtoras dizem que ter um jogo no Instant Game Collection é uma propaganda e tanto. "Eu não sei o quanto ou se [a Square Enix] ganhou com o jogo [Just Cause 2 na PS Plus], mas nós tivemos uma ótima publicidade e retorno dos jogadores. Isso é mais valioso do que alguns dólares de royalty no nosso atual momento", diz Christofer Sundberg, fundador da Avalanche Studios, que atualmente trabalha em um game de Mad Max. Existem, é claro, formas de ganhar dinheiro com jogos da PS Plus, como, por exemplo, oferecer DLCs (conteúdo extra por download).
Aparecer na PS Plus dá retorno em divulgação, diz Avalanche Studios, produtora de Just Cause 2
Seguidores
O sucesso do programa é tanto que outras companhias estão seguindo o mesmo caminho. Desde o ano passado, a Microsoft oferece jogos gratuitos para os assinantes Ouro da Xbox Live (o Games with Gold) e a Electronic Arts também iniciou um serviço de assinatura, o EA Access, que, por enquanto, só está disponível para o Xbox One. A Ubisoft diz que estuda o potencial de um serviço de assinatura.
Mas há quem critique o serviço. Brian Provinciano, de Retro City Rampage, diz que, a longo prazo, dar jogos grátis pode criar uma cultura perigosa: a do "vou pegar quando estiver gratuito". Isso pode impactar nas vendas dos primeiros dias, quando um game faz a maior parte de sua renda. "Não podemos educar nossos consumidores de que jogos devem ser gratuitos, como os desenvolvedores de games para celular fazem, ou teremos problemas. Mas, por enquanto, a PS Plus parece estar funcionando bem", conclui.
A assinatura da PS Plus custa R$ 100 por ano, R$ 35 por três meses ou R$ 20 por um mês.
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