Análise: New Nintendo 3DS XL [vídeo]

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Ano passado, a Nintendo anunciou que iria renovar sua linha de portáteis com a chegada de um “New” Nintendo 3DS. O aparelho se diferenciava da versão antiga por trazer dois botões traseiros adicionais, um pino para controle de câmera e algumas melhorias de hardware.

Como de praxe, a Big N apostou em duas versões, sendo uma com tela menor e outra com display avantajado (o XL). A princípio, os produtos foram lançados apenas no Japão, mas era garantido que eles chegariam ao Ocidente.

Pois bem, já faz algum tempo que o New Nintendo 3DS XL chegou aos Estados Unidos (e não há planos para o modelo menor vir para cá), mas foram tão poucas unidades que pouca gente conseguiu o console.

Como a fabricante não tem representatividade no Brasil, uma quantidade bem limitada de portáteis pintou nas lojas daqui. Felizmente, nós colocamos nossa mão no novo portátil para conferir todas as novidades que a Big N preparou.

Será que as mudanças sutis são suficientes para trocar o antigo pelo novo? Nós testamos as novidades e comparamos o produto com a versão “antiga” para conferir o que exatamente muda. Assim, encare esta análise como um comparativo, já que a ideia é mostrar justamente as vantagens do novo produto.

Especificações

Visual com alguns retoques

Antes de entrar em detalhes, vamos falar sobre as diferenças pouco notáveis. O novo 3DS XL continua com quase o mesmo tamanho, ganhando alguns milímetros a mais na largura e no comprimento — a espessura reduziu meio milímetro. Tais mudanças foram necessárias para acomodar novos componentes internos e para dar espaço aos botões adicionais.

Felizmente, mesmo alterando a acomodação de componentes e incluindo mais elementos, o peso do novo modelo está muito próximo do console antigo. Tendo quase 340 gramas, o aparelho mais recente ainda é ideal para carregar no bolso ou na mochila.

Como era de se esperar, ao acrescentar novos botões e mudar o hardware do aparelho, a Nintendo acabou aperfeiçoando alguns detalhes do portátil. As mudanças não são gritantes, mas vêm para deixar o visual mais coerente e inteligente (do ponto de vista da usabilidade).

Algumas decisões bem inteligentes foram tomadas no design, como a mudança no regulador de volume, que agora fica ao lado da tela principal e alinhado ao nível do efeito 3D (posicionado na outra extremidade).

A Nintendo também mudou a posição do botão Power — que agora fica na frente — e dos botões Start e Select (esses seguem o mesmo layout do que víamos no DSi) e bolou um novo botão Home. Os novos botões são mais fáceis de pressionar e ficam em posições estratégicas, portanto você dificilmente vai esbarrar na tecla de energia ou ter dificuldade para pausar.

Outras alterações, como o posicionamento do slot para cartuchos, da caneta e do conector de fones também, são notáveis e simplificam o uso do portátil. Todos esses itens foram “jogados” para parte frontal, deixando tudo em posição de fácil acesso.

A adição dos botões ZL e ZR vem a calhar para algumas situações e evita gambiarras, mas a Nintendo poderia ter caprichado no design e bolado um esquema mais interessante, pois eles ficam em uma posição de difícil acesso.

O novo manípulo para controlar a câmera (C-Stick) parece estranho num primeiro momento, pois ele é bem rígido. Contudo, depois de jogar Zelda e Monster Hunter, nos convencemos de que ele é ideal para a jogatina.

O recurso é muito preciso e fácil de usar, tanto no menu quanto nos jogos. A sensibilidade elevada ajuda a controlar a câmera. É até mais fácil se acostumar com ele do que com o “adaptador” que foi lançado para o 3DS XL antigo.

Display e 3D de qualidade

Diferente da versão com tela menor, o modelo XL traz display com a tecnologia IPS. Graças a esta novidade, o jogador tem uma qualidade muito melhor nos jogos. As cores não distorcem mesmo quando viramos o aparelho de lado.

O contraste do visor está maior e não temos mais aquela sensação de que a imagem está esbranquiçada (ou com excesso de brilho), algo que fica nítido em uma comparação lado a lado. Mesmo no modo 2D podemos notar a diferença das cores vibrantes.

A nova tecnologia 3D também é ótima! Ao rastrear os olhos do jogador, o console consegue manter o efeito mesmo quando movimentamos o portátil. Quase nunca vemos imagens duplicadas, o que era algo que faltava para deixar a jogatina 3D mais agradável. Não que todos vão se acostumar com isso, mas a tendência do novo console é ajudar nesse sentido.

Hardware e desempenho

A troca de processador (ainda que estejamos tratando de um chip bem modesto) e o aumento na quantidade de memória são aspectos que contam a favor do novo 3DS XL. Ele apresenta algumas vantagens em várias situações, o que gera uma experiência bem mais satisfatória.

Não se trata de um desempenho absurdamente superior, até porque este não é um console construído do zero. O carregamento do sistema e da maioria dos jogos está quase idêntico, mas há algumas melhorias consideráveis.

Notamos um benefício em Monster Hunter 4, que carrega 5 segundos mais rápido, e em Super Smash Bros., que pode carregar 10 ou 20 segundos antes. O fechamento dos games e dos apps também está mais rápido, o que na prática significa que temos uma experiência mais agradável. O Smash Bros. chega a reiniciar no aparelho antigo.

Um fato que nos surpreendeu foi a melhoria na conexão com a internet. A velocidade de download está absurdamente mais rápida (alguns acontecem em um décimo do tempo do que é necessário no portátil antigo). A instalação dos jogos, apps e atualizações também ficou muito mais rápida, o que é ótimo!

A Nintendo fez algumas melhorias na câmera também. A qualidade não é absurdamente impressionante, então não espere nada em alta definição (até porque a tela não suporta tamanha definição), mas ela tem uma angulação maior, capturando mais conteúdo. O sensor capta mais luz e garante imagens nítidas, o que é perfeito para o rastreio no modo 3D.

A autonomia da bateria não surpreende, mas fica na média do modelo antigo. Dependendo do ajuste de brilho e do jogo em questão, dá para aproveitar o console por uns 20 ou 30 minutos a mais, mas gostaríamos de ter visto um upgrade mais benéfico nesse sentido.

Depois de tantos pontos positivos, é bom falar que a Nintendo retrocedeu no posicionamento do cartão micro SD. Agora, é preciso desparafusar a tampa para instalar o componente de armazenamento. Simplesmente péssimo, já que não é bacana que o consumidor tenha esse tipo de trabalho!

Mas é claro que o pior de tudo é ter um console que não vem com carregador na caixa. Ninguém entendeu ainda qual era a ideia da Nintendo ao tomar uma decisão tão estúpida, mas infelizmente somente quem tem o portátil antigo ou comprar o adaptador de tomada separado poderá aproveitar o novo 3DS XL.

Vale a pena?

O New Nintendo 3DS XL é um passo à frente em vários aspectos, mas não é um console novo. Sinceramente, temos a impressão de que todas as alterações feitas nesta versão é algo que a Nintendo já deveria ter pensando quando lançou a primeira versão do produto.

Pois bem, apesar de uma mudança aqui e outra ali, a alteração no visual e uma leve melhoria no hardware não é algo que justifica a compra do novo modelo. Definitivamente, não vale a pena comprá-lo (por um preço absurdo) e ter poucas vantagens!

Os novos botões e o pino para controle de câmera são bem úteis, mas também não são aspectos que façam toda a diferença. Em termos de conforto e pegada, a gambiarra feita para o 3DS XL antigo ainda acaba se saindo melhor.

Galeria 1

No fim das contas, as pequenas alterações no hardware são as únicas grandes vantagens do novo 3DS XL, principalmente porque a Nintendo vai começar a lançar games exclusivos para o modelo mais recente. Aliás, é bom frisar que isso é uma tremenda sacanagem, já que em teoria estamos tratando do mesmo produto.

Se você está comprando um 3DS XL agora, optar pelo novo é uma ótima ideia, mas tenha em mente que você vai ter que arranjar um carregador separado e gastar uma boa grana (ele custa aproximadamente 1.300 reais no Brasil). Quem tem o antigo não precisa se apressar em trocar seu portátil, já que ainda não tem games exclusivos que façam valer o investimento.

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