A franquia Assassin’s Creed está prestes a completar 8 anos de existência e já conta com mais de 13 títulos – canônicos ou não – lançados ao redor do mundo. Com tais números, não é de se estranhar que um dos maiores desafios da Ubisoft com a série seja trazer títulos que passem uma sensação de algo inédito para seus jogadores.
Ao longo dessa busca por renovação anual, muitos fãs alegam que a empresa parece ter perdido seu rumo e levado os jogos de Assassin’s Creed a perder seu espírito e se tornarem repetitivos. Agora, no entanto, a Ubisoft vem revelando cada vez mais detalhes a respeito do próximo grande jogo da franquia, Syndicate, e tenta mostrar que não somente vai apresentar um jogo repleto de novidades, mas que também resgata a essência da série.
Indo da integração de acessórios ao fluxo do combate e novos meios de locomoção até os protagonistas e suas diferenças de estilo na hora dos conflitos, o novo jogo traz muitas promessas. A seguir, reunimos alguns dos principais pontos de Assassin’s Creed Syndicate que têm potencial para não apenas diferenciar o jogo de seus antecessores, mas trazer o interesse dos fãs de volta para a história dos assassinos – e de seu conflito eterno contra os templários.
1 – Maravilhas industriais
Um dos períodos históricos que mais alteraram a forma como as pessoas vivem foi a Revolução Industrial, que trouxe o advento de tecnologias de vários tipos. Passado justamente nessa época, Syndicate apresenta ambientes modificados por novidades como trens e barcos a vapor, além do grande número de carruagens que circulam pelas ruas de Londres.
Os veículos vêm para se tornar um novo pilar do jogo, unindo-se a elementos tradicionais da franquia, como a exploração de ambientes, a furtividade e o combate. Segundo a Ubisoft, a novidade não foi projetada apenas como algo a mais presente no novo jogo, mas sim como uma mecânica que se funde às demais para enriquecer toda a experiência de jogabilidade da série.
Dessa forma, os jogadores não devem usar a carruagens, trens e barcos apenas como meios de transporte, mas também terão a possibilidade de utilizá-los com outras finalidades. Somar o parkour a um veículo em movimento pode servir para alcançar áreas antes inatingíveis, enquanto unir os meios de transporte à furtividade significa contar com vários esconderijos móveis e poder assassinar seus alvos de forma mais dinâmica.
O maior destaque, no entanto, parece ficar por conta da mistura entre veículos e o combate. Durante os diversos momentos de perseguição do jogo – seja você a caça ou o caçador –, os tetos de carruagens e trens, além do convés dos barcos, servirão como arenas para lutas frenéticas. Os jogadores poderão empurrar seus adversários na direção do caminho de veículos acelerados e até mesmo assustar – ou matar – cavalos para causar todo tipo de “acidente”.
2 – Falando de trens
Mais do que apenas acrescentar ao jogo uma grande maça móvel na forma de uma locomotiva, a Ubisoft vem se esforçando para que os trens realmente passem uma experiência única e verdadeira. Além de poder combater inimigos no topo dos vagões em cenas dignas de filmes de ação, os jogadores devem notar que o interior de cada compartimento foi modelado pela divisão de Quebec da desenvolvedora e preenchido com passageiros.
A ideia é que todo o sistema de ferrovias funcione de uma forma realista, com cada locomotiva parando em várias estações e fazendo seus trajetos seguindo horários predeterminados. A Ubisoft contou até mesmo com cálculos feitos por especialistas para que os trens contem com uma física precisa.
Na prática, isso significa que os vagões vão ganhar e transferir força entre si quando toda a composição estiver começando a se mover ou freando para parar. Além disso, os jogadores também terão a possibilidade de desacoplar compartimentos distintos quando desejarem, o que abre espaço para estratégias interessantes na hora de isolar seus alvos.
3 – Armas foram feitas para serem usadas
Por mais que a frase acima pareça óbvia e que cada novo Assassin’s Creed conte com novidades no arsenal dos protagonistas, o fato é que nos títulos anteriores muitas dessas armas não se integravam de forma natural aos combates. Alternar entre um tipo de armamento e outro era algo que diversas vezes forçava os jogadores a parar por alguns instantes para selecionar o item desejado, quebrando o ritmo das lutas.
Em Syndicate, no entanto, a Ubisoft parece ter aprendido algumas coisas com os jogos recentes do Batman, e o uso das opções disponíveis para Jacob e Evie se torna algo que se mistura muito melhor ao ritmo das batalhas. Armas importantes são mapeadas em botões específicos para que entrem em ação imediatamente, o que é feito com o uso de animações fluidas que unem socos, tiros e outros ataques.
Dessa forma, o jogador pode fazer uso da capacidade de seis tiros do seu novo revólver para controlar quantidades maiores de oponentes, contra-atacar com rapidez em momentos de aperto e até criar aqueles momentos com mortes múltiplas que nos deixam com uma grande sensação de poder. Essas capacidades também se aplicam às bombas de fumaça e outros itens especiais, é claro.
4 – Cidade multifacetada
As ruas de Londres misturam monumentos históricos opulentos, áreas marcadas pela burguesia e becos perigosos sem saída. A Ubisoft Quebec está trabalhando para que a cidade conte com distritos que apresentem diferenças gritantes não somente em seu visual, mas também na sensação e espírito que transmitem aos jogadores.
Enquanto Westminster é marcada pelo luxo burguês, prédios icônicos, parques e ruas largas, a região industrial de Southwark foi feita para passar a mostrar todo o esforço e sofrimento da classe trabalhadora nas fábricas. A região central de Londres, por sua vez, serve como um centro financeiro e comercial que se destaca quando comparado às características “pantanosas” de Lambeth e aos elementos únicos da área chamada de Strand, um distrito de entretenimento.
Costurando boa parte da cidade, o rio Tâmisa recebeu bastante atenção por parte da desenvolvedora. O marco natural é tão importante que a Ubisoft Singapore recebeu a missão de dedicar toda a sua força de desenvolvimento para trabalhar nele. O curso d’água está sendo tratado como um distrito à parte, contando com uma jogabilidade sistêmica com as embarcações, atividades únicas — como o roubo de cargas — e uma navegação “barco a barco”.
Além disso, o rio também serve para unir os ambientes do jogo e estimular a exploração. “Sempre que estiver em Londres, basta ver o Tâmisa para saber onde você se encontra. E você também sempre vai ver algo diferente na margem oposta. [...] Você pega um monte de temas quando faz isso e pensa: ‘Quero ir lá explorar’”, afirmou Jonathan Dumont, diretor da Ubisoft Quebec.
5 – Embalados pela música
A música era um elemento cultural que estava muito presente na vida dos cidadãos da Londres do século XIX, o que levou a Ubisoft a se preocupar em integrar esse aspecto em várias partes da experiência de AC Syndicate. Ao passar por um dos vários emissores sonoros espalhados pelos prédios e marcos dos diferentes distritos, a trilha sonora do jogo passa a acompanhar aquele ritmo – que também muda de acordo com a hora do dia.
Passar pela frente de ambientes animados, como pubs, ou de janelas de casas onde crianças ricas estão tocando seus pianos faz com que essas melodias acompanhem você enquanto explora os ambientes. A integração é tanta que, ao ouvir alguns desses sons, até mesmo os NPCs andando pelas ruas podem começar a murmurar ou assoviar as músicas de forma distraída.
Se você gostou das canções náuticas de AC: Black Flag, então também vai apreciar as “Murder Ballads” – músicas tradicionais na Inglaterra do século XIX que falavam sobre os feitos de criminosos notórios. Baseando-se em composições conhecidas do folclore britânico e somando a elas criações próprias, a Ubisoft acrescentou esses áudios a momentos apropriados do jogo, referenciando tanto os feitos dos jogadores quanto os de outros foras da lei mais famosos.
6 – Gêmeos, não clones
Syndicate é o primeiro jogo da série Assassin’s Creed a contar com um par de protagonistas, os gêmeos Jacob e Evie Frye. Embora muitos jogadores tenham pensado que a adição da mulher ao jogo tenha sido uma resposta direta às críticas feitas à Ubisoft sobre a impossibilidade de usar um personagem do sexo feminino mesmo durante as missões de multiplayer cooperativo de AC Unity, a empresa afirmou que a decisão foi feita muito antes e tem outros motivos.
Inserir Evie no game foi decidido pela empresa há cerca de dois anos e meio, quando buscava formas tornar a experiência de jogabilidade algo novo e diferente do que já havia sido feito na franquia. Até então, por mais que novas animações e funcionalidades fossem adicionadas título a título, a sensação que tínhamos ao controlar os personagens é que estávamos sempre no comando do mesmo assassino de sempre.
Com Jacob e Evie, a Ubisoft quer mudar isso e fazer com que, ao alternar entre o homem e a mulher, os jogadores sintam a diferença como mais do que uma simples alternância de aparências. Cada um dos irmãos contará com um estilo próprio, com ele representando a força bruta destrutiva e ela demonstrando uma precisão letal.
Jacob explora o impulso de cada um de seus movimentos para aumentar o impacto do próximo golpe, além de usar os objetos próximos para causar grandes distúrbios nos campos de batalha e afetar seus inimigos. Já Evie, por outro lado, age com mais cautela, mirando calmamente para eliminar seu alvo com ataques certeiros antes de partir para o seguinte, trazendo uma leveza de movimentos que é única da personagem.
Fatos adicionais
Além de todos os elementos citados acima, há ainda alguns outros fatores que podem permitir que Assassin’s Creed Syndicate reacenda o interesse dos fãs pela franquia. Confira os itens a seguir:
- Segundo o diretor criativo do jogo, Marc-Alexis Côté, o título voltará a contar com sequências de história jogável no tempo presente;
- Os cavalos das carruagens são tratados como seres vivos de verdade, podendo ser afetados pelas nossas ações. Acertá-los com um tiro, por exemplo, faz com que saiam correndo de forma assustada. Um segundo disparo os mata e faz com que seu veículo se acidente;
- Pela primeira vez na série, agora é possível remover cadáveres que você escondeu em pilhas de feno;
- Com a temática das gangues em um estilo de combate mais voltado para a troca de socos, Syndicate promete ter o sistema de lutas mais brutal da franquia;
- A brutalidade também pode ser vista quando você morrer. Em vez de simplesmente ser dessincronizado, como nos games anteriores, agora a morte em combate virá acompanhada de uma execução violenta do seu personagem;
- Ainda de acordo com Côté, Syndicate não terá missões paralelas que não tenham relação com o enredo do título;
- Em Syndicate, também é possível usar objetos como facas de arremesso para atrair inimigos para um local específico, o que pode ser usado para montar armadilhas – cortando a corda de um objeto pesado pendurado sobre o ponto de sua escolha, por exemplo;
- Será possível encontrar uma série de pôsteres e imagens de anúncios reais do século XIX espalhados por todos os ambientes do jogo;
- Cobrindo a versão vitoriana da cidade de Londres e seu arredores, o mapa do novo jogo será 30% maior que o de Paris de AC: Unity;
- Diferentemente dos guardas dos título anteriores, os policiais britânicos não ficarão presos a locais e trajetos predeterminados, espalhando-se por toda a cidade e perseguindo você por onde for;
- Ao contrário de Unity e Black Flag, o novo game não terá um app companheiro nem mesmo modos multiplayer, se voltando exclusivamente para uma experiência para apenas um jogador.
E aí, as novidades conseguiram reanimar seu interesse pela franquia dos assassinos? Caso a resposta seja positiva, resta apenas esperar pelo dia 23 de outubro, data em que Assassin’s Creed Syndicate está previsto para chegar ao PlayStation 4 e ao Xbox One. A versão para PC vem até o final do ano.
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