Dark Souls 3 foi, sem dúvida, um dos jogos mais badalados da Brasil Game Show de 2015. A obra da From Software estava jogável exclusivamente no estande da Sony, com quatro estações. E a sede por sangue e metal da galera estava alta, já que a fila ficou lotada em todos os dias. Inclusive, no penúltimo dia de feira, a fila foi encerrada perto das 14h, seis horas antes do término do evento. E das quase mil pessoas que jogaram, apenas uma conseguiu matar o boss final.
Eu tive a oportunidade de jogar e decidi fazer um vídeo no melhor estilo gameplay ao vivo. Claro que, como era o meu primeiro contato com o game, muita coisa acabou passando despercebida, e num jogo com tamanha complexidade como os da série Souls, a gente sabe que a descoberta de mecânicas e novidades é progressiva.
Por isso, além de tudo o que falei durante o vídeo, resolvi escrever esse artigo pra esclarecer mais algumas perspectivas em relação a Dark Souls 3.
O fim dos magos truncados
Uma das builds pré-definidas apresentadas na demo da BGS era focada em magia e também, estranhamente, utilizava uma lança. Seu traje de combate era praticamente idêntico ao que vimos em Bloodborne, com todo foco nos tecidos e no mesmo estilão gótico.
Explorei rapidamente suas magias, muitas delas já vistas pelos jogadores, mas com nomes diferentes, até que encontrei a Soul Dart. Essa magia consome pouca mana e também não tem um dano muito poderoso, mas apresenta uma das novidades da mecânica do game: a possibilidade de soltar magias repetidamente.
Todo mundo deve se lembrar que as magias de Dark Souls, por exemplo, eram truncadas. Ao lançar um feitiço, a animação completa precisava ser feita, e você precisava esperar o personagem terminar para começar outro ataque. Com o Soul Dart, e possivelmente com outras magias também, você tem a chance de disparar várias magias da mesma maneira que uma sequência de combos com uma espada. Isso deve mudar bastante o ritmo do jogo, principalmente no modo PVP.
Outro detalhe que vale a pena ser mencionado é o retorno da barra de mana, algo que foi deixado de lado na série Dark Souls. Assim como em Demon’s Souls, aqui você tem uma barra para seus pontos de magia, que vai sendo consumida conforme você utiliza ataques e habilidades específicas. Uma novidade bacana é que você usa o Ash Estus Flask para recuperar sua mana, dando uma dinâmica diferente para o jogo e funcionando de maneira semelhante ao Estus convencional. Ou seja, você precisa voltar para a Bonfire e resetar os inimigos para recuperar seus frascos.
Não sabemos ainda se o jogo terá outros itens que também podem ser utilizados pra recuperar os pontos de magia, o que é bem provável. Eu, sinceramente, espero que eles pelo menos não banalizem esses recursos, como fizeram com as gemas de Dark Souls 2. Vamos torcer.
Mais mudanças
Uma das novidades do game é a mecânica Ready Stance. Seu uso varia de acordo com a arma que você carrega em sua mão direita e somente alguns escudos permitem esta habilidade, enquanto outros ativam o clássico Parry.
Ao pressionar o botão L2, seu personagem muda de pose e passa a desferir golpes diferentes e que consomem mana. Infelizmente, eu não entendi o uso da habilidade com a Greatsword e, ao que tudo indica, a Ready Stance não vai se resumir apenas a ataques mais potentes.
A demo também serviu para mostrar aos jogadores que as espadas duplas agora são consideradas uma só arma. Ou seja, você não vai precisar equipar as lâminas na mão esquerda e na direita. Uma vez equipadas, você precisa pressionar o botão triângulo (Y na versão para Xbox) e aí sim consegue usar as duas armas simultaneamente.
E os gráficos?
Nós, veteranos de Dark Souls, sabemos que a parte técnica dos gráficos nunca foi um ponto muito alto de toda série — com exceção de Bloodborne, obviamente. Muita gente me perguntou sobre os gráficos e, como no vídeo não dá pra ver muito bem, resolvi comentar aqui no texto.
Visualmente, Dark Souls 3 definitivamente mostra que a engine já está em seu limite. E, sinceramente, depois de Bloodborne, eu esperava um jogo pelo menos com uma qualidade gráfica de mesmo nível, mas isso não acontece. É claro que esta ainda é a versão não finalizada do game, mas eu sinceramente acho difícil vermos um salto grande nos gráficos e o próprio Bloodborne já era belíssimo em sua demo, que também joguei na BGS.
Se o jogo fosse lançado também para a geração anterior de consoles, os visuais fariam sentido, mas esse não é o caso. Mesmo assim, artisticamente, o visual dispensa comentários, trazendo personagens com belos designs e paisagens deslumbrantes.
Dark Souls 3 me empolgou bastante, afinal, todo mundo sabe que sou um grande fã de toda a série. Ao mesmo tempo, fiquei preocupado. Definitivamente, de todas as sequências, essa, até agora, é a que menos me impactou.
A quase saturação dos jogos da série parece ter criado uma barreira para mais inovações e capricho. Realmente espero estar enganado em relação à versão final, ainda mais pelo fato de que o game marca o retorno de Miyazaki à franquia. De qualquer maneira, aguardo vocês pra “praisarmos” o Sol novamente.
O jogo chega no começo de 2016 para PC, PlayStation 4 e Xbox One.
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