O mundo dos video games está repleto de mitos, fruto tanto de situações estranhas encontradas dentro de jogos quanto de “engraçadinhos” que decidiram brincar às custas das esperanças de outros. Especialmente durante a época em que a internet ainda não era tão difundida, era comum “ouvir de um colega” sobre um código misterioso ou uma possibilidade maluca que juravam ser verdadeira.
Embora a maioria dessas histórias seja mentira (algo que a rede mundial de computadores ajudou a elucidar), muitas persistem até hoje. Seja na forma de brincadeiras ou na crença ferrenha de alguns fãs, várias continuam vivas na memória dos jogadores.
Confira a nossa seleção e contribua para a discussão deixando em nossos comentários qualquer mito ou história mirabolante que tenha ficado de fora da lista.
Luigi em Super Mario 64
Quando Super Mario 64 foi lançado, muitos sentiram a falta da opção de jogar com Luigi. Logo surgiram teorias de que o “Mario verde” estava no jogo, mas era preciso pegar todas as estrelas sem morrer — ou coletar todas as moedas — para desbloqueá-lo, o que levou muitas pessoas a uma busca infrutífera.
Para adicionar força ao mito, os desenvolvedores incluíram em uma lápide a frase “L is real 2041”, o que mexeu com a cabeça de diversos jogadores. Anos depois, o designer Shigeru Miyamoto admitiu que o personagem ficou de fora por limitações na memória do cartucho e que essa frase não passava de uma brincadeira da equipe de desenvolvimento.
Pokémon: a música sinistra de Lavender
Segundo uma lenda que circula pela internet, o lançamento dos primeiros Pokémons no Japão trouxe um aumento do número de suicídios entre crianças e jovens. A responsável por isso era a música que tocava na cidade de Lavender, que, aparentemente, era tão deprimente que se mostrava capaz de extinguir a vontade de uma pessoa viver.
Felizmente, nada nessa história é verdade e não há relatos de que esse elemento do jogo tenha provocado problemas. No entanto, é compreensível que alguém possa ter pensado em uma história do tipo depois de ouvir a canção, que realmente tem ares bastante sinistros.
Aerith voltando da morte
A Square já havia matado outros personagens na série Final Fantasy (o quarto capítulo que o diga), mas nenhuma ação do tipo foi tão trágica ou marcante quanto o fim de Aerith (ou Aeris) em Final Fantasy VII. Após você passar dezenas de horas evoluindo a vendedora de flores, o jogo a tirava de sua equipe e nunca mais era possível conviver com a garota.
Embora fosse possível adicioná-la de volta a seu grupo com algumas “gambiarras” (a maioria delas dependente do uso do infame Game Shark), nunca se descobriu um método de fazer isso oficialmente. Resta esperar para descobrir se a desenvolvedora vai oferecer uma opção do tipo no vindouro remake desse RPG clássico.
Akuma em Resident Evil 2
Levando em consideração que Resident Evil 2 permitia que você jogasse com um pedaço de tofu, é fácil compreender por que muita gente acreditou na história de que era possível desbloquear Akuma no game. Imagens publicadas por uma revista em 2000 mostravam o guerreiro usando seus hadoukens e outros golpes para destruir zumbis, algo que iniciou os rumores que se espalharam rapidamente.
Na época, surgiram vários relatos de como desbloquear o lutador, um mais mirabolante e complicado do que o outro. No fim das contas, tudo não passava de uma brincadeira e não havia métodos oficiais de usar o personagem — o que não impediu a comunidade de modders de brincar com essa possibilidade até os dias atuais.
Shen Long em Street Fighter II
Bastou um erro de tradução para surgir a lenda de que Sheng Long, suposto mestre de Ryu e Ken, estava presente em Street Fighter II. Para jogar com ele, supostamente era preciso cumprir condições bastante difíceis, como terminar o jogo na dificuldade mais alta sem sofrer nenhum dano.
Alguns jogadores chegaram a fazer isso, somente para serem frustrados pela ausência do personagem. Em anos posteriores, a Capcom se aproveitou desse tipo de requisito alto para oferecer batalhas contra Akuma e, com o lançamento de Street Fighter IV, finalmente permitiu jogar com o mestre dos “shotos” — que, no game, surgiu com o nome Gouken.
Milhares de cartuchos de ET jogados no lixo
Conhecido (injustamente) como o pior jogo de todos os tempos, ET sempre é associado ao fim do sucesso da Atari e ao famoso “Crash da Indústria”. Segundo relatos, o desastre do game foi tão grande que a empresa preferiu enterrá-lo no deserto para apagar qualquer rastro de sua existência.
Anos após esse mito ter se consolidado, um pesquisador decidiu procurar o aterro no qual os cartuchos haviam sido despejados — somente para descobrir que havia algo de verdadeiro nessa história. Além de ET, o local abrigava cartuchos de outros jogos do Atari e várias lembranças da época. Todos os detalhes do mito e sua resolução podem ser conferidos no documentário “Atari: Game Over”, disponível na Netflix.
Shepard comandado pelos Reapers?
O que você faria ao descobrir que tudo o que acontece em Mass Effect 3 é uma ilusão? E se, em vez de estar lutando contra os Reapers, Shepard estivesse sendo controlado por eles? Foi esse o tipo de questionamento que alguns fãs fizeram após o decepcionante final da aventura, tentando justificar os buracos no roteiro da BioWare.
Embora ainda exista quem apoie essa história “alternativa”, o DLC gratuito lançado pela empresa contendo a versão estendida dos momentos finais do RPG tiraram muito da base para o mito. Resta esperar que os desenvolvedores do vindouro Andromeda não cometam um erro semelhante e obriguem os jogadores a bolarem por conta própria um final realmente satisfatório.
Encontrar o Triforce em Zelda: Ocarina of Time
Antes de chegar ao Nintendo 64, The Legend of Zelda: Ocarina of Time passou por um longo processo de desenvolvimento. Durante esse período, a Nintendo divulgou várias imagens que não estavam no jogo final, mas que depois serviram como base para a criação do mito de que é possível encontrar o lendário Triforce no jogo.
Essa possibilidade resultou em fãs que gastaram anos em discussões, testes de teorias e divulgações de supostas “descobertas” na tentativa de encontrar o item lendário. Embora a investigação do código do jogo tenha revelado que não adianta continuar tentando, até hoje parte da comunidade mais hardcore de Zelda insiste que a Triforce existe e está só esperando para ser encontrada.
Pokémon: fruto de um mundo em guerra
Há algo de muito estranho acontecendo no universo de Pokémon. Não bastasse a naturalidade como esse universo trata crianças de 10 anos viajando sozinhas, praticamente não há qualquer adulto nas regiões de Kanto e Johto além das enfermeiras responsáveis pelos Centros Pokémons.
Isso leva alguns fãs a acreditar que o jogo se passa após uma grande guerra durante a qual a maior parte da população adulta morreu — incluindo os pais de alguns protagonistas. Assim, é compreensível que caiba aos mais jovens explorar esse mundo e descobrir os mistérios do passado, que são muitos e, geralmente, bastante perigosos.
O 17º Colosso
Durante o desenvolvimento de Shadow of the Colossus, o Team ICO planejou incluir uma seleção muito maior de criaturas no jogo. No entanto, as limitações técnicas do PlayStation 2, somadas a um orçamento limitado e um tempo de criação reduzido, forçaram a companhia a deixar de lado muitas de suas ideias.
Nesse processo de “edição”, sobraram no código do jogo algumas referências a certos monstros e até mesmo texturas que seriam empregadas neles — prato-cheio para muitos fãs afirmarem que há como destravar uma batalha secreta no título. Infelizmente, nada disso é verdade e, não importa o que você faça, vai ter que se contentar em enfrentar somente as imensas (e geniais) criaturas da rota principal.
Extra: o Pé Grande de GTA San Andreas
Uma semana após Grand Theft Auto: San Andreas, começaram a circular pela internet rumores de que havia um Pé Grande escondido em alguma das florestas do jogo. Muitas investigações (e montagens depois), e finalmente se chegou à conclusão de que essa criatura não passava de um mito.
No entanto, a Rockstar soube aproveitar essa discussão entre os membros de sua comunidade para fazer algumas brincadeiras em jogos posteriores. Em Red Dead Redemption, por exemplo, há uma missão na qual você pode encontrar uma criatura do tipo e possivelmente acabar de vez com a espécie.
Já Grand Thet Auto V finalmente ofereceu a oportunidade de tomar controle desse monstro lendário. Para isso, é preciso provar que você é um jogador dedicado: após terminar com 100%, você deve encontrar diversas plantas de peiote em locais e condições climáticas diferentes e participar de perseguições difíceis para finalmente poder jogar como o lendário Pé Grande.
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