Wolfenstein 3D não foi exatamente o primeiro FPS, mas foi o que definiu a base do estilo. Depois de mais de 30 anos do lançamento do primeiro jogo que carrega o nome no título e com o lançamento de Wolfenstein II: The New Colossus, achamos que era uma boa hora de relembrar a história da franquia.
Castle Wolfenstein - 1981
O primeiro Wolfenstein, que na verdade se chama Castle Wolfenstein, é de 1981, desenvolvido por Silas Warner e lançado para Apple II. A premissa do jogo é a seguinte - os Nazistas te prenderam e te levaram até o “Castelo Wolfenstein” pra ser interrogado, torturado e depois morto. O último “hóspede” do lugar te deixou uma carta e uma arma que conseguiu roubar de um guarda. O seu objetivo? Sair daquele lugar! E, se conseguir dar uma passadinha e roubar alguns documentos, também ajuda.
Esse jogo ainda teve uma sequência, chamada de Beyond Castle Wolfenstein, no qual você, por já ter escapado de uma prisão nazista, tinha que se infiltrar em um bunker alemão e assassinar ninguém menos que Hitler em pessoa.
Wolfenstein 3D - 1992
Seguindo essa mesma premissa, Wolfenstein 3D chegou em 1992, pela id Software - obra de John Carmack e John Romero. E depois disso, os jogos nunca mais foram os mesmos.
Nele, você está na pele do Capitão William J, conhecido como B.J. Blazkowicz, que tinha a missão de se infiltrar em uma fortaleza nazista e roubar os planos da Operação Eisenfaust. O problema é que ele foi capturado e levado para a prisão Wolfenstein - e você, jogador, precisa ajudá-lo a escapar.
Esse jogo foi um marco por muito motivos - foi o primeiro FPS que trouxe um visual 3D elaborado, com texturas na paredes, portas, salas escondidas e inimigos que podiam ser vistos por diversos ângulos. Sabe o padrão das armas de FPS - faca, pistola, arma automática decente e aquela arma especial que destrói tudo? Também começou no Wolfenstein 3D. A jogabilidade que ele apresentou foi a base para os FPSs por muitos anos.
Spear of Destiny - 1992
No mesmo ano, a id Software lançou o jogo Spear of Destiny, que é a continuação de Wolfenstein 3D, mesmo sem ter o nome no título. O jogo se passa antes da história do original, com um plot mais fantasioso - os nazistas planejam roubar uma lança que promete dar invencibilidade a quem a possuir. E você, novamente na pele de B.J. Blazkowicz, não pode deixar isso acontecer.
Em questão de visual e jogabilidade, o jogo é praticamente idêntico ao Wolfenstein 3D. A diferença fica no level design, que ficou um pouco mais “malicioso” no título.
Return to Castle Wolfenstein - 2001
Depois disso, a id Software ficou muito focada em Doom e Quake, e "emprestou" a propriedade de Wolfenstein pra outras desenvolvedoras. Assim, surgiu em 2001 Return to Castle Wolfenstein, feito pela Gray Matter e distribuído pela Activision, com supervisão da id Software. O jogo tem um visual 3D mais moderno que o anterior, mas perdeu a sua interface característica. Ele se destaca por ter sido o primeiro da série a trazer o modo multiplayer.
Em 2003, foi lançado um complemento gratuito de multiplayer, chamado de Enemy Territory, e que podia ser jogado inclusive por quem não tinha o jogo original. Ele acabou virando um multiplayer free to play que está disponível até hoje, e se você procurar, encontra pessoas que ainda jogam.
Wolfenstein RPG - 2008
Em 2008 foi lançado pela Firemint o jogo mobile Wolfenstein RPG, que apesar de ter bem a cara do Wolfenstein 3D, não é exatamente um FPS, mas sim um RPG por turno meio diferente - cada ação de combate ou movimento conta como um turno. Na história, você volta a pele de B.J. Blazkowicz no Castelo Wolfenstein, mas ao invés dos nazistas, luta contra o exército genérico chamado de “Axis”. O jogo parece ter agradado, mesmo não sendo totalmente fiel ao original.
Wolfenstein - 2009
O jogo seguinte da franquia, Wolfenstein, chegou no ano seguinte pela Activision. Ele tem uma história mais elaborada, com mais cutscenes, elementos de ficção científica dos anos 40 e gráficos compatíveis com a geração - mas ainda assim, é sobre B.J. Blazkowicz atirando na cara dos nazistas. O jogo dividiu opiniões e pra falar a verdade, não tem nada de muito memorável.
Wolfenstein The New Order - 2014
No meio do caminho, em 2009, a id Software foi comprada pela Zenimax, dona da Bethesda. Já ta vendo aonde isso vai chegar, né? Vai chegar em 2014, o ano de lançamento de Wolfenstein: The New Order, o primeiro em todos esses anos que não teve ligação com a id Software. O público não esperava muito do jogo - afinal, será que o shooter de mais de 20 anos atrás daria certo de verdade na geração atual? Pra surpresa de muita gente, deu sim. O jogo traz de volta B.J. Blazkowicz, mas dessa vez em uma realidade paralela - a Alemanha venceu a guerra. Resta ao nosso protagonista se unir a resistência e matar quantos nazistas puder.
O jogo tem um visual bonito, uma história densa e é super brutal e violento. Foi considerado pela crítica uma uma boa mistura entre os shooters mais recentes e os elementos do passado. E em homenagem ao jogo original, B.J. Blazkowicz tem um pesadelo com os eventos da época - e você, jogador, tem a chance de revisitar o Wolfenstein 3D.
No ano seguinte, foi lançada a expansão independente Wolfenstein: The Old Blood, que foi igualmente bem recebida pelos jogadores.
Wolfenstein II: The New Colossus - 2017
A prova do sucesso e de que Wolfenstein está no caminho certo é a continuação da série - Wolfenstein II: The New Colossus chegou nesse ano e manteve o mesmo ritmo de The New Order e The Old Blood. O jogo é uma continuação direta do anterior, e traz uma história mais profunda e emocional. Na jogabilidade, ele dá para B.J. Blazkowicz alguns poderes especiais e deixa ele empunhar armas diferentes em cada mão
É muito legal quando um jogo que revolucionou os videogames é tratado com respeito, e consegue se manter relevante mais de 20 anos depois né? Pois é, pelo jeito enfrentar nazista nunca fica velho…
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