Com o lançamento de Dead Rising 4: Frank’s Big Package para o PlayStation 4, todas as versões do game foram beneficiadas com a adição de conteúdos adicionais. Enquanto os compradores do novo pacote já levam para casa a aventura-base com todos os seus DLCs, quem já tinha o game no Xbox One ou no PC também garantiu gratuitamente a adição do modo Heróis da Capcom — que é o foco deste texto.
Servindo como uma “versão alternativa” da campanha, a nova modalidade desenvolvida pela Capcom abraça a zoeira em um nível inédito até mesmo para Dead Rising — algo nada fácil para uma série que nunca teve problema com uma boa brincadeira. Nele, as armas usadas pro Frank West são substituídas por roupas que dão a ele poderes de personagens como Ryu, Mega Man X e Dante, entre outros.
Até mesmo o próprio protagonista sofre mudanças no processo, passando a funcionar mais como sua versão de Marvel vs. Capcom. Isso significa que, em vez de pegar itens do ambiente, o jogador conta com uma seleção pré-determinada de habilidades que se recarregam com o passar do tempo: como Frank, você sempre conta com uma pistola e um pote que destrói os insetos que espalham a praga zumbi, por exemplo.
Porradaria e nada mais
A mudança faz com que você tenha que pensar Dead Rising 4 de uma maneira diferente e muito mais direta. Em Heróis da Capcom, sua única preocupação com itens são aqueles que curam seu personagem (que estão disponíveis de forma generosa pelos ambientes), o que significa que você pode concentrar a maior parte de seus esforços em matar zumbis (e maníacos) e explorar os ambientes do jogo.
Cada personagem destravado possui dois tipos de desafios: no primeiro, o jogador destrava um golpe finalizador, enquanto no segundo uma versão “dark” passa a poder ser usada. Com duração breve, essas pequenas missões são positivas por fazer você pensar diferente do normal, embora muitas delas ainda caiam no esquema “mate X zumbis dentro do limite de tempo”.
O que decepciona é o fato de que muitas das roupas disponíveis “perdem a novidade” em questão de pouco tempo. É divertido ver Frank usando a roupa apertada de Cammy, mas você dificilmente vai continuar apostando nessa vestimenta depois de perceber que o personagem fica muito mais forte ao se vestir como Dante ou M. Bison, por exemplo.
Depois de certa experimentação com várias vestimentas, acabei jogando a maior parte da aventura como Viewtiful Joe, pois considerar seus poderes os mais completos para a experiência em questão. Até dediquei uma grana para desbloquear a versão mecânica de Zangief, mas voltei rapidinho para minha escolha mais segura depois de notar que o novo personagem não era tão completo.
Vale pela brincadeira
Outro problema que o modo Heróis da Capcom é o fato de ele deixar ainda mais claro o fato de que Dead Rising 4 é um jogo bastante fácil. As batalhas contra chefes se tornam bastante tranquilas graças aos poderes especiais de cada herói, e seu único inimigo real acaba sendo o limite de tempo de 5 minutos para cada vestimenta — que é compensado pela distribuição generosa de máquinas de arcade pelos cenários.
Em outras palavras, caso essa sua primeira experiência com o jogo, é melhor conferir a história principal da maneira “normal” para só depois brincar com o novo modo. E é justamente dessa forma que ele deve ser encarado para tirar proveito real dele: como uma grande brincadeira que presta homenagem às principais franquias da Capcom (algumas delas infelizmente um tanto esquecidas em tempos recentes).
Caso você já tenha terminado o game no Xbox One ou no PC e gostado dele, vale a pena “tirar o pó” do game para conferir essa “nova” aventura e garantir algumas conquistas adicionais. Matar zumbis como Dante, Zangief e Ryu pode cansar depois de um tempo, mas poucas coisas são tão divertidas quanto usar poderes exagerados para destruir com facilidade dezenas de zumbis em questão de poucos minutos.
Dead Rising 4: Frank’s Big Package foi cedido pela Capcom para a produção desta análise
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