Análise em progresso: Xenoblade Chronicles 2 é muito, muito grande

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Lançado no dia 1 de dezembro, Xenoblade Chronicles 2 é um jogo que, assim como seus antecessores, é grande. E não estou falando grande no sentido “um mapa de mundo aberto gigantesco” — algo que o jogo oferece de certa forma —, mas sim no escopo de suas mecânicas, história e até mesmo na duração de suas cenas não interativas, algo que nem sempre funciona a favor da experiência oferecida pelo jogador.

Ainda estou longe de chegar ao final da aventura, mas com aproximadamente 20 horas de jogo, já consigo ter uma boa impressão dos pontos que mais me agradam no RPG. Da mesma forma, tenho a percepção de que a Monolith “perdeu a mão” em certos pontos que não necessariamente podem ser corrigidos com patches de atualização futuros.

Xenoblade

Mas vamos aos fatos: exclusivo ao Nintendo Switch, Xenoblade Chronicles 2 é um RPG que conta a história de Rex, um garoto que vive da venda de itens valiosos encontrados em ruínas de civilizações antigas. Ele aceita uma missão suspeita com um pagamento bastante atraente, é traído e se vê assassinado, voltando a vida após a união com uma lâmina especial chamada Pyra — caso isso não seja “japonês” o bastante para você, lembre-se que nesse mundo os “continentes” na verdade são titãs gigantescos que navegam por um oceano sem fim.

Embora tudo isso pareça um tanto confuso em um primeiro momento, logo você se acostuma com o universo do game, que não é mais inventivo ou bizarro do que diversos animes famosos. Seu objetivo final é ajudar Pyra a chegar a uma árvore sagrada que supostamente é o local de nascimento da humanidade, do qual ela foi banida por seus pecados — somente uma das diversas referências bíblicas sutis (e algumas nem tanto) que encontrei até agora.

Jogue com tempo

Algo que Xenoblade Chronicles 2 deixa claro desde os primeiros instantes é que ele é um game que exige um bom tempo para ser apreciado de forma certa. Sim, você pode ligar o Switch durante alguns minutos para participar de algumas batalhas sem grandes consequências, mas quem quiser explorar bem os ambientes ou seguir a história deve fazer isso com calma.

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O jogo exige cuidado e bastante paciência especialmente em seu começo, quando suas principais mecânicas são apresentadas em telas de tutorial que surgem de maneira constante. A quantidade de informações é um tanto sufocante, mas é bom evitar seguir o instinto de ler tudo rapidamente por um simples motivo: muitas informações importantes surgem uma única vez e não podem ser revisitadas caso você não tenha prestado atenção.

Felizmente, a quantidade de instruções diminui substancialmente conforme você progride, e logo você estará mais entretido explorando ambientes e matando inimigos. E é essa a parte mais gostosa de Xenoblade Chronicles 2: os ambientes oferecidos são imensos e dão a sensação de serem realmente vivos, incluindo a presença de criaturas de alto nível que podem exterminar seu grupo com um único “peteleco” — solução que serve bem para criar “barreiras naturais” para áreas que o game quer que você explore somente em um momento futuro.

O sistema de combates é uma bela evolução do que foi visto no primeiro Chronicles e em Chronicles X

O sistema de combates é uma bela evolução do que foi visto no primeiro Chronicles e em Chronicles X, exigindo não somente que o jogador tenha um bom “timing” no acionamento de habilidades especiais como fique ciente a seu posicionamento. Como você não ataca enquanto se movimenta, é preciso sempre levar em consideração se é melhor se manter parado (e perder bônus de dano) ou se vale a pena mudar seu posicionamento, o que também pode afetar a maneira como seus aliados se comportam.

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O que vai determinar suas habilidades de ataque é a Blade que você tem equipada no momento, que serve tanto como uma “arma” tradicional quanto um companheiro de batalha (pense que cada um tem uma “alma” que se apresenta de forma corpórea). A combinação entre seus equipamentos e o de seus aliados determina os combos que podem ser feitos e sua estratégia de combate, sendo que a estrutura em geral lembra um “MMO Offline”.

Esses são somente alguns dos sistemas mais básicos do jogo, sendo que é preciso levar em consideração coisas como o “aggro” causado por cada golpe e a afinidade entre cada personagem e sua Blade. Tudo isso parece muito complicado em um primeiro momento, mas logo isso se torna uma parte natural do jogo e você não estará pensando muito na hora de formar sua equipe.

Longe da perfeição

Enquanto a exploração e os combates de Xenoblade Chronicles 2 são interessantes (e a história está se desenvolvendo de maneira interessante até o momento), nem tudo está me agradando no jogo. A principal reclamação que tenho é o fato de que diversas decisões de design parecem ter saído diretamente de um jogo do PlayStation 2, ignorando anos de pequenas comodidades e evoluções que aconteceram desde então.

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O sistema de viagem rápido é confuso e mal organizado, bem como os menus: para equipar seus personagens e Blades é preciso passar por uma quantidade excessiva de janelas, sendo que certas habilidades que você destrava ao cumprir algumas condições só são realmente liberadas quando o jogador se dá ao trabalho de conferir a árvore de evolução de cada personagem.

Também irrita o fato de que o mapa falha em trazer informações úteis, especialmente quando você tem que se locomover até uma região nova que é rodeada por áreas para as quais você não está preparado. Por fim, as batalhas se tornam um verdadeiro caos sonoro graças às várias frases que tanto seus personagens quanto os inimigos repetem em sequência, fazendo com que a trilha sonora sensacional quase se perca em meio a essa cacofonia.

diversas decisões de design parecem ter saído diretamente de um jogo do PlayStation 2

No entanto, o principal problema de Xenoblade Chronicles 2 — e que, confesso, está atrasando um pouco meu avanço no game — é o fato de que ele não se adapta muito bem ao modo portátil do Switch. A baixa resolução do modo portátil, somado às pequenas dimensões da tela do console, fazem com que tudo fique confuso demais e não seja muito prazeroso avançar pelo RPG, que parece ter sido pensado para funcionar direito somente na tela grande.

É mais ou menos o problema que senti ao jogar o primeiro Xenoblade Chronicles no New Nintendo 3DS: os elementos grandiosos e a sensação de grande escala que funcionam bem em uma tela de televisão não se traduzem bem para o mundo portátil. Quando você não consegue ver bem o que está longe enquanto explora e tem que lidar com uma tela poluída de elementos, a experiência fica menos divertida e é mais fácil prestar atenção a suas qualidades.

Análise completa em breve

Ainda tenho muito a progredir no universo de Xenoblade Chronicles 2, sendo que somente agora sinto que sua história começou a se revelar totalmente. Assim, o relato contido aqui mostra as impressões que tive sobre ele, mas está longe de poder ser considerado como uma análise completa.

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Assim que completar a aventura principal (e algumas sidequests que me parecerem mais interessantes), uma análise mais completa do RPG — com notas e comentários sobre os pontos positivos e negativos — será publicada aqui no Voxel. E você, já está se aventurando pelo game? Já terminou a história? Registre suas impressões sobre a aventura em nossa seção de comentários.

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