No dia 18 de dezembro de 1987, chega às lojas do Japão o primeiro Final Fantasy. Desenvolvido para o Famicom (mais conhecido por aqui como NES), o RPG criado para competir com Dragon Quest foi um verdadeiro fenômeno de vendas e elevou a Squaresoft (atualmente Square Enix) a um novo patamar de popularidade.
Dirigido por Hironobu Sakaguchi e contando com artes de Yoshitaka Amano e trilha sonora de Nobuo Uematsu, o game definiu muitos dos padrões que permaneceram elementos-chave da franquia durante anos. No entanto, a franquia sempre foi marcada por experimentalismos — que nem sempre deram certo —, como pode ser visto no sistema de evolução de Final Fantasy II.
Cada game da série principal até hoje conta com uma história própria e um elenco novo de personagens, que compartilham alguns elementos em comuns. Magias e invocações são elementos em comum de muitos dos RPGs (embora nem sempre funcionem de forma idêntica do ponto de vista mecânico), bem como um conflito central que se foca na eterna batalha entre o bem e o mal.
Para comemorar os 30 anos de sua franquia mais emblemática, a Square Enix divulgou no começo de 2018 um vídeo que relembra seus principais capítulos. Além disso, a empresa revelou um novo logotipo comemorativo estrelando os famosos Chocobos, bem como um site especial que reúne homenagens de fãs ao redor do mundo.
Qual é a origem do nome?
Quem é fã da série deve conhecer a velha história de que “Final Fantasy” (fantasia final, em uma tradução livre) foi o nome escolhido para o jogo devido ao fato de que a Square Enix iria fechar suas portas caso ele não fosse um sucesso. Também há relatos de que o diretor Hironobu Sakaguchi pretendia abandonar a indústria dos games caso o projeto não desse certo — o que é verdade, mas não teve influência sobre o nome do RPG.
Hironobu Sakaguchi
Segundo o próprio Sakaguchi, a razão para a escolha do nome é simples: a Square queria ter em mãos um game cujo nome pudesse ser abreviado para “FF” em inglês. Conforme ele explicou em uma palestra realizada em 2015, a pronúncia em japonês “efu efu” soa bem aos ouvidos dos consumidores daquele país.
O diretor explicou que a ideia original era chamar o game de “Fighting Fantasy”, mas uma série de livros de RPG (que depois viraram board games) já estava usando esse nome. Dessa forma, os desenvolvedores decidiram usar a palavra Final, que é bastante famosa no Japão e se tornou uma decisão lógica para a equipe.
História de sucesso, com alguns tropeços
Embora os jogos da série tenham conquistado bastante sucesso desde o início, podemos dizer que a verdadeira “explosão de popularidade” da franquia — especialmente no Ocidente — só aconteceu com Final Fantasy VII. O RPG não somente marcava o fim das relações entre a Square e a Nintendo (algo que se provou temporário), como estabeleceu a empresa como uma das líderes na produção de jogos com gráficos impressionantes e com altos valores de produção.
A série também inspirou diversos spin-offs que se aventuraram por campos diferentes, indo de jogos de luta como Dissidia até RPGs com características próximas a Pokémon (World of Final Fantasy). Isso sem contar a série Kingdom Hearts, que conta com características próprias, mas chamou a atenção de todos por unir universos tão distintos quanto o de Final Fantasy e o da Disney.
No entanto, nem tudo correu bem para a Square em sua história: lançado em 2001 ao custo de US$ 137 milhões (valor astronômico para a época), o filme Final Fantasy: The Spirits Within foi um grande fracasso de público e crítica, gerando uma bilheteria de somente US$ 85 milhões. Isso fez com que a empresa deixasse de lado sua divisão de cinema e quase determinou o fim da fusão com a rival Enix, que estava sendo estudada desde o ano 2000.
A desenvolvedora também teve dificuldades em lidar com a transição para o mundo HD: após ter que lidar com o conturbado desenvolvimento de Final Fantasy XII, a empresa também teve dificuldades em criar Final Fantasy XIII para o PlayStation 3 e o Xbox 360. O resultado foi um game considerado muito linear pelos fãs da franquia e que, apesar de ter gráficos impressionantes para a época, foi bastante criticado por seus personagens pouco carismáticos e por uma trama repleta de termos confusos.
A Square Enix também teve algumas dificuldades com o lançamento de Final Fantasy XIV, que não deixou uma impressão positiva no público. Ciente de seu erro, a companhia tomou uma atitude audaciosa: decidiu refazer completamente o MMO que, relançado com o nome “A Realm Reborn”, se mostrou uma adição de qualidade a esse gênero online tão concorrido.
Outro momento de sucesso recente foi o lançamento de Final Fantasy XV (o antigo Final Fantasy Versus XIII), game que continua recebendo atualizações. Mais do que ser um RPG competente, o jogo representa a postura que a empresa assumiu para o futuro: a de uma desenvolvedora mais aberta para conversas com os consumidores e que está disposta a aprimorar cada vez mais seus games.
Comemorações com novidades
Embora ainda pareça cedo para a Square Enix falar sobre o próximo capítulo numerado da série, ela não vai deixar passar em branco seus 30 anos de idade. Enquanto este ano testemunhamos o lançamento do remake de Final Fantasy XII, 2018 vai marcar a chegada do Ultimania Archive (livro que reúne informações dos quatro primeiros capítulos) aos Estados Unidos.
A empresa também prepara uma viagem de realidade virtual em uma das naves da série que vai se tornar uma atração da Universal Studios Japan, dois vinhos temáticos e uma trilha sonora comemorativa em Blu-Ray, entre outros itens especiais que já estão à venda em sua loja oficial — canecas, plushies, camisetas e canetas são somente algumas das opções disponíveis.
Segundo Shinji Hashimoto, diretor responsável pela marca, o próximo ano vai ser muito grande para Final Fantasy. “Esse ano marca o trigésimo aniversário de Final Fantasy. Não há muitas coisas que continuam por 30 anos. Com o suporte dos fãs, o próximo ano vai ser o trigésimo primeiro ano, e nossos times estão ocupados trabalhando em novos títulos. Tudo está se encaminhando para um grande ano. O próximo ano vai ser um grande ano”, afirmou ele em entrevista à Edamame Arcade.
Com a previsão da chegada de Final Fantasy XV para o PC e o lançamento próximo de sua Pocket Edition, parece que a franquia tem tudo para permanecer em evidência nos próximos anos. E você, o que pensa sobre a série? Qual é o seu capítulo favorito e qual foi seu primeiro contato com o RPG da Square? Compartilhe suas experiências e lembranças com a gente na seção de comentários do Voxel.
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