Com lançamento programado para o dia 27 de março, Far Cry 5 promete ser um dos grandes lançamentos da Ubisoft para 2018. Apesar de muitas informações divulgadas pela empresa terem nos deixado animados, algumas delas geram certas dúvidas e provocam desconfiança de que o game pode ter alguns problemas.
Neste artigo, reunimos algumas das coisas que nos deixam um pouco com o “pé atrás” em relação à nova aventura. A intenção não é “falar mal” ou afirmar que você não pode ficar empolgado com a aventura, mas sim mostrar que ainda há algumas questões que a desenvolvedora tem que responder para sabermos se o jogo é bom ou não.
1. O tom da história
Quando Far Cry 5 foi revelado, a Ubisoft usou um tom bastante sóbrio para falar sobre como o fanatismo religioso levado ao extremo poderia causar muito dano. Referências à Último Ceia somados a um clima político sensível dentro dos Estados Unidos davam a entender que a empresa ia assumir um lado e trazer um clima mais sério ao universo da franquia.
Pouco depois, esse tom mais sério foi abandonado e os materiais promocionais do título passaram a se focar em seus tiroteios e na diversão proporcionada por jogar com amigos — parecia que estávamos vendo um game bastante diferente. Com isso, permanece a dúvida se a empresa vai conseguir tratar dos temas apresentados com o respeito que eles merecem ou se vai apelar a clichês e respostas fáceis para representar algo tão complexo.
2. Repetição da fórmula
Com Far Cry 3, a Ubisoft decidiu mudar um pouco a fórmula da franquia e conseguiu fazer com que ela chegasse a um nível de popularidade sem precedentes. Lançados pouco depois, Far Cry 4 e Primal foram jogos bons, mas acabaram usando tanto a base estabelecida no jogo de 2012 que a fórmula acabou ficando um pouco cansativa.
a fórmula acabou ficando um pouco cansativa
Esperamos que Far Cry 5 seja um pouco mais original e não cometa os erros dos antecessores, que muitas vezes apostaram em missões com objetivos muito parecidos. Até desculparíamos a empresa se ela reduzisse a quantidade de tarefas disponíveis, contanto que não parecesse que estamos fazendo várias vezes as mesmas ações só para riscar itens de uma lista de tarefas.
3. Microtransações
No momento atual, afirmar que um game tem microtransações é sempre algo delicado e que gera desconfianças. Assim como acontece com outros jogos da Ubisoft, Far Cry 5 vai oferecer aos jogadores métodos pagos de acelerar sua progressão e adquirir alguns itens cosméticos para o modo multiplayer.
O que nos deixa com o pé atrás é como isso vai influenciar na jogabilidade: para convencer as pessoas a “abrir a carteira”, a progressão do game pode ter sido ajustada para ficar bastante lenta em alguns momentos, por exemplo. A favor da desenvolvedora está o fato de que ela já provou que sabe como trabalhar com microtransações de forma “honesta”, mas só vamos saber como elas afetam o novo jogo quando ele for lançado.
4. Personagem sem personalidade
Algo que deixou muitos desanimados com Far Cry 4 tem o risco de se repetir em Far Cry 5: o personagem principal pode não ter muita personalidade, atuando basicamente como um “garoto de recados” de personagens que têm mais importância na trama em geral. O principal indício de que isso pode acontecer é o fato de que o protagonista poderá ser totalmente customizado, algo que geralmente resulta em um personagem “mudo” que não tem muita influência sobre o universo.
Não estamos esperando que o game tenha um protagonista no mesmo nível de um Geralt de Rívia ou um Nathan Drake, mas sim que ele vá além de um “fantoche” na mão de outras pessoas. Afinal, sempre é bom lidar com personalidades interessantes e sentir que você tem alguma influência no que está acontecendo dentro do mundo de um game.
5. Inteligência artificial dos companheiros
Quando você não está jogando com outra pessoa, sua missão em Far Cry 5 pode ser auxiliada por companheiros controlados pela inteligência artificial — entre as opções disponíveis está um cachorro bastante útil. Em tese, seus companheiros podem ajudar a roubar equipamentos, distrair os oponentes ou dar fogo de cobertura quando você está em perigo.
O que nos deixa um tanto inseguros é a maneira como eles vão se comportar: um companheiro muito “inteligente” pode tornar o game fácil demais, enquanto um mais “burro” pode servir mais para dificultar as coisas do que para ajudar. Encontrar o ponto certo de companheiros controlados por inteligência artificial é algo difícil, e esperamos que a experiência da desenvolvedora conte a seu favor nesse quesito.