Nas duas últimas semanas, parte de minhas noites e finais de semana tem sido dedicada a jogar Destiny 2: Renegados, nova expansão do game de tiro da Bungie. Com a promessa de retomar os elementos que ajudaram a tornar o título original popular — e recuperar os jogadores que debandaram para outros títulos —, o lançamento traz novas áreas, um nível de poder maior e um arco de história inédito.
Assim como outros jogadores com quem tive a oportunidade de conversar, eu fui um dos que ficou empolgado inicialmente com Destiny 2, mas deixou o jogo de lado após certo tempo. Jogando no PC, fiquei entusiasmado com o gameplay gostoso e com o bom desempenho do título, mas não me entusiasmei com a história e com a aparente falta de conteúdos pós-game — tanto é que acabei nem retornando para jogar as expansões A Mente Bélica e A Maldição de Osiris.
Dessa forma, apelei ao boost oferecido pela Bungie para aproveitar de cara os conteúdos de Renegados — e devo dizer que o que vi foi motivo suficiente para cogitar criar outro personagem e jogar tudo de novo. Muito mudou em Destiny 2 desde que deixei o game de lado: agora não somente há um novo limite de nível e novos itens, como há coisas de sobra para fazer — muito disso resultado de mudanças que precederam Renegados.
Uma história mais sombria
Caso você não tenha visto o material promocional de Destiny 2: Renegados, fique atento ao fato de que este parágrafo pode contar spoilers leves sobre a trama — mas nada muito além do que a Bungie já divulgou em trailers. Toda a história gira em torno de Cayde-6 que, ao atender um chamado de emergência da Prisão dos Anciões, é morto em combate.
O vilão do novo arco é Uldren Sov, irmão da rainha Mara Sov, que, junto com seus oito Barões, foi o responsável pela morte do lendário caçador. Aqui, a jornada não é sobre salvar o universo ou proteger a Cidadela, mas sim sobre vingança — sem o apoio oficial da Vanguarda, cabe a você caçar os vilões e honrar a memória de seu antigo amigo.
O tom mais pessoal de Renegados funciona muito bem, permitindo que o jogador sinta que realmente está no controle do que acontece. Enquanto eventos anteriores de Destiny colocavam seu personagem no centro dos acontecimentos, aqui a Bungie faz com que você realmente sinta que suas decisões têm importância — algo que eu não consegui sentir muito no passado.
Cada caçada a barão é uma aventura diferente, sendo que é preciso ter um nível mínimo de equipamento para encarar cada uma dela. Embora essa missão seja solitária, você conta com a ajuda do Aranha, um decaído que comanda as atividades da nova área Orla Emaranhada e não está nem um pouco feliz com as ações dos Barões.
Renegados incorpora algumas das mudanças já vistas anteriormente em Destiny 2, mas que agora se tornam parte integral de sua campanha. Para prosseguir com a missão principal, por exemplo, o game exige que você cumpra algumas das missões diárias (ou semanais) dadas pelo Aranha — forma de ensinar a importância desses recursos, que são essenciais no endgame.
Renegados incorpora algumas das mudanças já vistas anteriormente em Destiny 2, mas que agora se tornam parte integral de sua campanha
Demorei aproximadamente 10 horas para terminar a campanha de Renegados, tempo que pode ser menor caso você não faça como eu e não se dedique a procurar equipamentos melhores em outras áreas. A conclusão da história é bastante satisfatória, mostrando que a Bungie pode explorar com maestria arcos mais “contidos” e que não precisam ter o destino da galáxia em jogo para serem impactantes.
Foco no endgame
É somente após terminar a campanha principal que você vai abrir as chaves para a Cidade Onírica, a nova área endgame de Destiny 2. Nela, o jogador vai encontrar desafios que vão desafiar tanto sua habilidade quanto o nível de seus equipamentos — chegar ao nível 500 é relativamente fácil, mas você vai ter que fazer bastante grind para conseguir armas boas além desse ponto.
E é essa a principal mudança que Renegados representa: quem gosta de fazer atividades e buscar por objetivos de jogo novos não vai sair decepcionado. A Bungie adicionou uma quantidade generosa de missões semanais e diárias que rendem desde créditos comuns até equipamentos poderosos, garantindo que você nunca vai chegar naquele momento de “não ter o que fazer” e aguardar alguns dias para voltar ao game.
O contraponto a isso é o fato de que há uma quantidade um pouco exagerada de recursos aos quais é preciso prestar atenção, e o game nem sempre deixa claro o que cada um deles faz — ou onde é melhor obtê-los. Nada que não se resolva com uma consulta rápida a um guia ou um pouco de jogatina, mas quem não retorna a Destiny 2 há certo tempo pode ficar meio perdido durante algum tempo.
Outra novidade que traz mais variedade é o modo Artimanha (Gambit), que serve como um complemento divertido ao Crisol. Aqui, times de quatro jogadores tem que lutar entre si ao mesmo tempo em que lidam com hordas de inimigos e coletam recursos — saber a hora certa de invadir o campo inimigo nem sempre é fácil, então é bom contar com um grupo comunicativo para combinar seus ataques (algo que infelizmente ainda não tive acesso durante minha jogatina).
A Bungie também adicionou a nova raid conhecida como “Último Desejo”, que ainda não tive tempo de encarar e aos poucos está começando a ser destrinchada pelos jogadores mais dedicados. Para completar, há como destravar novas habilidades para as três classes do jogo (em um processo relativamente simples, mas um tanto trabalhoso) e uma seleção generosa de novas armas que vão fazer você se sentir ainda mais poderoso — sem contar o novo nível máximo 50, que você atinge facilmente ao seguir a história.
Nem tudo é perfeito
Enquanto a Bungie acertou na história e nos novos conteúdos de Destiny 2 — nem todos eles frutos de Renegados —, ao menos em um ponto a empresa continua falhando. Enquanto as batalhas contra chefes da expansão são ótimas, não posso dizer o mesmo dos Desprezados, a nova raça de inimigos adicionada à experiência.
A desenvolvedora ainda parece incapaz de criar uma raça de inimigos inédita
A desenvolvedora ainda parece incapaz de criar uma raça de inimigos inédita, já que os adversários da expansão na prática são “skins” dos decaídos. Até há uma explicação na história para isso, mas como jogador é decepcionante ver que estamos enfrentando “os mesmos inimigos” com cores diferentes.
Também preciso dar um “alerta” sobre algo que não chega a ser um defeito em si, mas pode afastar os jogadores mais casuais. Destiny 2 é um jogo que pega pesado na repetição de atividades para liberar equipamentos mais poderosos (o famoso grind), então quem não tem muito gosto por isso pode ficar enjoado rapidamente. Da mesma forma, a aventura solitária pode cansar rápido, então recomendo que você tenha um grupo de amigos ativo para realmente aproveitar o que a experiência oferece.
Saldo positivo
Destiny 2: Renegados é Bungie cumprindo a promessa de manter vivo o game publicado pela Activision, corrigindo os erros do passado e oferecendo conteúdos suficientes para manter os jogadores entretidos. É um tanto triste ver que essa história (a empresa perdendo fãs para só então fazer o certo) já aconteceu antes e teve que se repetir, mas eu diria que as perspectivas para o futuro são bastante positivas.
Caso, como eu, você tenha deixado a versão original de Destiny 2 de lado por sentir que não havia muito a fazer, a história é completamente diferente aqui. Com a expansão, a empresa cumpre a promessa de manter o jogo vivo e dar motivos suficientes para você jogar um pouquinho que seja todos os dias, nem que seja somente para abrir alguns equipamentos ou conquistar alguns engramas a mais.
Pretendo continuar minhas aventuras na cidade Onírica em busca de equipamentos poderosos, e investir em um personagem novo para conferir os conteúdos de história que deixei passar — sinto que agora o jogo finalmente me dá motivos para compensar o investimento de tempo necessário. E você, está gostando de Renegados? Conte para a gente sua experiência com o game na seção de comentários.
Destiny 2: Renegados foi fornecido pela Activision para a realização deste conteúdo